domingo, 17 de janeiro de 2010

Linha do Vouga - Protocolos assinados com a Refer podem não ser irreversíveis


O presidente da Câmara de Oliveira de Azeméis, Hermínio Loureiro pretende rever o protocolo que a sua autarquia assinou com a Refer em Novembro de 2008, protocolo este que incide sobre a requalificação e supressão de passagens de nível da Linha do Vale do Vouga.

O autarca Oliveirense dando voz aos anseios da sua população, quer renegociar com a empresa responsável pela infra-estrutura ferroviária o não encerramento de algumas passagens de nível, que na sua óptica serão prejudiciais para a mobilidade dos seus cidadãos.

De todo o modo, Hermínio Loureiro faz questão de focar, que qualquer alteração que venha a ser proposta ao acordo, não passará nunca pelo facilitismo relativamente às questões de segurança. Segundo parece a Refer mostrou alguma abertura, para pelo menos dialogar com o edil de Oliveira de Azeméis, pelo que até já terá sido realizada uma reunião formal. Este encontro tem ainda por objectivo sensibilizar a Refer para a reabilitação da linha ferroviária, através de parcerias que possam potenciar algumas das capacidades turísticas do concelho e transformar a iniciativa de "comboios frequentes", prevista para S. João da Madeira num projecto intermunicipal que inclua Oliveira de Azeméis e a Feira.

Escrevi isto para vos dar conta do seguinte:



Antes de mais é de louvar a atitude do presidente da Câmara de Oliveira de Azeméis, não que esteja a fazer algo de extraordinário ao defender os interesses do seu concelho e das suas populações, a sua atitude é louvável porque marca uma diferença bem vincada, relativamente à indiferença e à passividade e diria até mais, relativamente à irresponsabilidade e desprezo para com os legítimos anseios das populações, com que no concelho da Feira o mesmo protocolo foi discutido com a Refer.
Estou a lembrar-me por exemplo, de uma passagem de nível em particular que cruza a linha do Vouga em Paços de Brandão, a passagem de nível de Riomaior-Regadas.

Aquando das reuniões, onde foi discutido o plano de supressão das passagens de nível no concelho da Feira, o então presidente da Junta de Paços de Brandão, Lino Carvalho, mostrou-se agastado com a intransigência da Refer relativamente ao fecho desta passagem de nível, o que o terá levado a abandonar de forma irresponsável a mesa das negociações.

A falta de tacto diplomático por parte de Lino Carvalho foi censurável, já que colocou aspectos da natureza do seu carácter e da sua personalidade, acima dos interesses das populações que serão afectadas pelo fecho desta passagem de nível.

Mas nesta imagem de incompetência, o anterior executivo Brandoense não fica isolado e até quiçá, alguém ainda mais incompetente e passivo, fica com o lugar de destaque no plano da fotografia, falo claro está, do presidente da Câmara da Feira, Alfredo Henriques.
Este senhor, ao longo dos anos tem tido uma postura no mínimo inominável relativamente a tudo o que envolve a linha do Vouga, a verdade porém é que todas as posturas que tem adoptado entroncam numa só; ele está-se simplesmente marimbando para a linha do Vouga.
Já defendeu o seu encerramento, como um desfecho inevitável a curto prazo; nunca fez a ponta dum chavo para reclamar mais segurança, quando munícipes do seu concelho eram trucidados uns atrás dos outros nas passagens de nível; nunca exigiu, à semelhança de outros congéneres seus de outras autarquias, um plano de reabilitação da linha do comboio.

Teve apenas um pequeno sopro de graça quando assinou o protocolo com a Refer aquando da celebração do centenário da linha do Vouga, mas aí percebe-se o seu empenho para aparecer em primeiro plano na fotografia.

Em suma, fez pouco ou quase nada pela linha do Vouga e omitiu-se da responsabilidade de zelar pelos interesses dos seus munícipes, desprezando as centenas de utentes, que sem alternativas de transportes públicos, ainda se servem diariamente do Vouguinha nas suas deslocações dentro do concelho.

Todo este extenso rol de palavras tem um único propósito, alertar alguns dos nossos responsáveis políticos cá da terra, para as questões que interessam às pessoas, no caso concreto da passagem de nível de Riomaior-Regadas, a acção de Hermínio Loureiro (ainda que desconheça se teve resultados práticos) demonstra que a perseverança pode compensar e no caso dos protocolos assinados com a Refer, ainda nem tudo é irreversível. Eu defendo que os acordos assinados devem ser respeitados, mas não é essa a principal característica que faz dos homens seres inteligentes, a reflexão e o pensamento podem fazer mover montanhas, só é preciso que haja boa vontade.

Por isso, aqui deixo a sugestão ao novo presidente da Junta de Paços de Brandão:

Caro senhor, o senhor ainda vai a tempo de ouvir os seus concidadãos sobre esta matéria. Inteire-se das suas preocupações e anseios no terreno, apadrinhe os argumentos da população e dirija-os a quem de direito, se for caso disso, mova das influências que entender necessárias, junto dos seus correlegionários para que a passagem de nível de Riomaior-Regadas não seja encerrada e também não comprometa a segurança dos seus muitos utilizadores diários.

2 comentários:

  1. Eu gostava era de saber quais os interesses que estão por trás da escolha de encerramento desta passagem de nível, bem como qual a dificuldade em decidir por onde vão ser feitos os acessos alternativos. Pois é certo que vão ter de se rasgar estradas, expropriar terrenos, e estas obras vão beneficiar proprietários de parcelas de terrenos mortas que agora ficam altamente cotadas, caso para aluir que um terreno que valia um tostão com a estrada a passar a sua frente passa a valer milhão...pena é que são sempre os mesmos a ganhar e os de sempre a terem de gramar com as consequências...se quiser vá a volta!»

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  2. Se tiveres provas disso, não te fiques pelas palavras escritas neste blog, se não tens, não fales de cor porque é feio, principalmente quando não sabes quais são os critérios que estão adjacentes ao encerramento das passagens de nível.

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