domingo, 30 de maio de 2010

Dois comentários, um post, um site de uma Junta de Freguesia

Há dias falei aqui sobre o que deveria ser uma grande festa.
Num dos comentários ficou isto explanado:
"Ainda bem que aparece uma” opinião própria” a lembrar uma efeméride de grande valor. É que estas lembranças, dão mais ênfase a este blogue, é que estava a ficar cansado de tanta história e esta é realmente história viva. Vinte e cinco Anos de Estatuto de Vila, em Junho, será que não se enganaram? Bem, como não se realiza a festa da Póvoa, podia-se fazer mais uma festinha no arraial e como são as bodas de Prata da Vila, a realização dos festejos ficará a cargo da junta de Freguesia. No entanto, se a comissão da fábrica da Igreja, perdão Junta da Freguesia, ou Associação dos Arcos não tiverem ideias para a festinha dos Vinte e Cinco Anos. Vou deixar aqui uma ideia. Porque não fazer o que fez o Senhor Américo Loureiro, enquanto Presidente da Assembleia de Freguesia, que juntou grande parte das Associações desta terra, num encontro de colectividades. Penso que foi positivo o primeiro encontro das colectividades de Paços de Brandão. Realizado em Setembro de 2003. A fazer provavelmente seria uma festa e quem sabe, se não daria para angariar uns trocos para as Associações mais necessitadas."

Mais ainda, mas de outro autor:
"Essa das festas das colectividades não lembra o diabo. se bem me lembro a de 2003 foi um quase fiasco , apesar de considerar que a ideia era bem intencionada. O que era como pedra de Orgulho desta terra , que era as suas gentes e associações , transformou-se numa feira de vaidades , de barriga inchada , onde se confundem: solidariedade e fraternidade. Se não fosse o grande incentivo e crer colectivista de alguns na época , tornar-se-ia numa feira parada e perdida na identidade e sem sentido ... Quase que aposto se for lançada a ideia de uma feira de colectividades para angariação de fundos , é mais fácil, sai o tiro ao contrario e dos carolas é encontra-los em shopings ou em beberete familiares , que cheio de contribuir estão eles - dizem ... Mas , acho na mesma salutar a ideia e bem queria que estivesse errado no meu raciocínio , que era sinal que estamos vivos e unidos , que me parece coisa de um tolo , que sou eu ..." .

No mínimo preocupante. Onde estão as colectividades e a festa dos 25 anos?
Vejam agora o que se passa em torno de um torneio de FUTSAL aqui bem perto:
Passemos à divulgação através de ....
O site da Junta de Freguesia em http://www.viladearrifana.com/.
Que tal? ......

sábado, 29 de maio de 2010

Bola de Futebol em Cortiça feita por empresa de Paços de Brandão

A empresa SEDACOR, pertencente ao Grupo "JPSCorkgroup", com sede em Paços de Brandão, mostrou hoje ao mundo, aquele que promete ser mais um uso revolucionário da cortiça. Trata-se do "Dynamic-Cork" que consiste num material que incorpora cortiça algo semelhante a couro maneável e cuja aplicação prática vai além dos limites conhecidos até hoje. Tendo como imagem de marca para esta apresentação, uma bola de futebol feita neste novo material, que pretende ser também a primeira "bola ecológica", este material oferece a possibilidade de termos chuteiras e sacos em cortiça!
Conforme as declarações dos responsáveis desta empresa, espera-se também para breve uma homologação oficial desta bola, para todos podermos ver nos campos de futebol nacionais, e talvez mundiais, este inovador produto em acção!
Entretanto, hoje e integrado nas comemorações dos 50 anos do Clube desportivo de Paços de Brandão, foi feita uma primeira apresentação ao pública durante o jogo de Sub-19 entre o FC Porto e o CD Paços de Brandão e, mais tarde, em Junho, aparecerá também no torneio internacional de Verão do CDPB.
O Engenho congratula-se por mesmo em momentos de crise mundial, existirem pessoas e empresas que com engenho e arte, invertem esta tendência e conseguem ser inovadores! Mesmo onde já se pensava que tinham sido esgotadas as aplicações, eis que surge agora o "Dynamic-Cork", ainda para mais oriundo desta nossa terra, o que nos enche de orgulho em ser de Paços de Brandão!

Considerações sobre a história local - Paços de Brandão (VII)

IDADE MÉDIA – ATÉ AO SÉC. XIV–XV

OBSERVAÇÕES (continuação):

Para terminar, estas minhas “Observações”, não quero deixar de mencionar o que na «Introdução ao Estudo da Heráldica» do Marquês de Abrantes vem mencionado sobre tal:
Logo na página 13, encontramos o que o autor considera o estado em que a heráldica portuguesa se encontrava: «Nestes últimos tempos, porém, vimo-nos confrontados com diversos textos publicados em Portugal e que, saídos da pena de autores visivelmente desprovidos dos menores conhecimentos sobre Heráldica, vieram como que poluir o panorama cultural no que a esta tocava, visto que, no espírito dos leitores menos cultos de tais textos, todas as falsidades que eles continham corriam o risco de ser aceites como o reflexo da mais sólida verdade científica
Se a leitura prosseguir, ficamos a saber que a “Origem da Heráldica Europeia” é de ano do séc. XII e de que passando ao caso estritamente português diz-nos que: «Com efeito, e durante a época referida – meados do séc. XII a meados do XIII – as grandes linhagens dominantes portuguesas eram num número reduzido…».
O primeiro exemplo de Heráldica em Portugal (Flor-de-Liz) é atribuído a um selo do primeiro Bispo de Évora, em 1180.
Pensamos, assim, que terá sido a partir de meados do século XIII, no tempo do nosso Rei D. Afonso III, que aquilo que designamos de famílias heráldicas e que havia sido originado pela pretensão de se comemorarem as ligações de sangue ou de tipo vassálico através da composição dos brasões de armas se começou a diluir entre novos usos e costumes.
Quanto à concessão de uma Carta de Brasão de Armas (pagina 34), é do reinado de D. Fernando que dizem ter escrito a mais antiga; contudo, as Cartas de Armas ou Cartas de Brasão, só no reinado de D. Duarte se tem conhecimento de dois diplomas. No entanto, a mais antiga Carte de Armas, que chegou até aos nossos dias, é datada de 1492 pelo Rei D. João II.
Não deixa de ser curioso ler o que vem escrito na Revista Instituto, da Universidade de Coimbra, Volume 5º, páginas 174 e 175, Ano de 1857, por Francisco António Rodrigues Gusmão, sobre o título “O Escudo d’El-Rei D. Afonso Henriques e O LAÇO NACIONAL”:
«Quando principiamos as nossas investigações históricas acerca de Coimbra, e seus monumentos, tivemos curiosidade de ver o Escudo d’el-rei D. Afonso Henriques, que algumas crónicas diziam se conservava no mosteiro de Santa Cruz desta cidade. Dirigimo-nos ao padre, a cujo cargo estava a guarda de semelhantes objectos, e dele soubemos, que tão precioso monumento havia desaparecido, sem se saber como, e quando restando, apenas, a muito simples noticia, que deixara, a seu respeito, D. Nicolau de Santa Maria na «Chronica dos Cónegos Regrantes do Patriarcha S. Agostinho» - Liv. XI, cap. XXXII, pág. 513: «É de pau de figueira, forrado de coiro de boi eru oleado e pintado, e tem de comprimento cinco palmos e meio, e de largo, no mais largo, trez palmos
Não diz o cronista, quais eram as cores: asseveram-nos porém Brandão na «Monarchia» (3ª parte, lib. 10, cap. 7) e Faria no seu «Epitom.» (3ª part. Cap. 1, n. ultim.), que era branco, assentando nele uma cruz azul daquele feitio, a que chamam potentéa, por ter a haste mais comprida que os braços.
Nas cortes – gerais, extraordinárias, e constituintes da Nação Portuguesa de 1821, em sessão de 14 de Agosto, propôs o Sr. Miranda se expedisse um decreto, em que se declarasse, que o laço nacional seria, de ali por diante, das duas cores verde – salsa e amarelo de ouro; procedendo, talvez, a proposta de tais cores haverem sido as duas antigas armas do reino de Portugal que, segundo Villas – Boas na sua «Nobiliarchia Portugueza» (cap. 21, pag. 195), eram representadas por uma cidade branca em campo azul sobre um mar de ondas verde e douradas.
Na sessão de 21 do dito mês, vencendo-se que entrasse em discussão esta proposta, fizeram-se algumas reflexões sobre as cores indicadas, e o Sr. Trigoso propôs, que fossem branca e azul, empregadas no escudo d’el – rei D. Afonso Henriques: o que foi aprovado e decretado.» (R. de Gusmão)
Aqui termino estas minhas “OBSERVAÇÕES” que julgo terem sido esclarecedoras das incongruências em algumas das afirmações que se encontram nos “900 Anos de Paços de Brandão”; deixo ao critério das autoridades desta terra ou aos investigadores da nossa história local a sua rectificação.
Julgo ter contribuído para uma melhor compreensão das raízes desta terra, que aliás está profusamente ilustrada por diversos documentos a que me referi; vou continuar este trabalho, ainda no que se refere à Idade Média, em artigos futuros, dando conhecimento do relacionamento com Grijó, Pedroso, Malta, Terras de Santa Maria/Feira, sem contudo deixar de me referir à formação do Condado Portucalense e ao nosso Rei D. DINIS, que é tão mal tratado pelo Sr. Pde. Correia nos “900 Anos de Paços de Brandão”.

(continua)

sexta-feira, 28 de maio de 2010

A historia de Francisco Coutinho

Enviado por e-mail:

Nascido em Paços de Brandão, filho de lavradores abastados do lugar da Laranjeira, Francisco Moutinho resolveu um dia abalar para o Porto e aí abrir uma casa de câmbios. Com o passar do tempo, enriqueceu transformando-se num verdadeiro capitalista. A sua vida continuava, apesar de tudo, muito ligada à sua terra, pois era lá que vivia Emília, sua namorada desde os tempos de meninice e de quem veio a ter uma filha, de nome Maria. No entanto, visto que ambos provinham de origens sociais diferentes, pois a Emília era de uma família humilde e sem padrasto, nunca se casaram e nem sequer viveram juntos. Contudo, o Francisco fez questão de educar a filha nos melhores colégios, proporcionando-lhe uma vida fidalga. Mas, um desgosto lhe acompanhou durante o seu crescimento, que era de ser apelidada de filha bastarda. Encapotado desde sempre o nome do seu pai, cresceu e tornou-se numa bela rapariga. Vinte anos depois Maria ficou noiva. Seu pai que até lá se tinha tornado fiel a Emília, por influencia do seu Procurador, casou com uma sobrinha deste, pois achava o Francisco um bom partido. Ao tomarem conhecimento do sucedido, Mãe e Filha vestiram-se de negro, em sinal de luto, e o chapéu de fidalga que Maria usava habitualmente, foi substituído por uma sevilhana negra, que nunca deu lugar ao véu branco de casamento, pois esta o renunciara perante tal desgosto. O facto de seu pai não ter assumido a relação com a sua mãe Maria, conduziu ao fim do seu noivado. Fiel ao juramento dado à sua mãe Emília, esta começou a amofinar de desgostos, vindo a falecer com pouco mais de vinte anos, no ido ano de 1920. Emília, que entretanto, tinha ido viver para Espinho, para casa dum tio, enlouqueceu, e todas as noites vinha a Paços de Brandão ao cemitério, dar de beber à filha que, segundo ela morria de sede. Em 1921, a pobre Emília faleceu também. O caso tornou-se em quase lenda nesta localidade e arredores, ao ponto do então presidente da Junta ter fechado a cadeado os portões do Cemitério, tal era a afluência de curiosos. Não passou despercebido este caso aos jornais e mormente ao poeta de cá:

Emília, não chores mais, Teu pranto não tem já lágrimas, é sangue puro o que vertes . Tua filha foi eleita pelos anjos do Senhor, Tinha que subir ao Céu Era do Céu essa flor!“ ( António da Marinheira ).

A mulher do Francisco Coutinho, que nunca tinha vindo a Paços de Brandão, para evitar encontrar-se com a Emília ou com a sua filha Maria, ao saber da morte de ambas, finalmente achou fazê-lo pela primeira vez, para participar num banquete em sua honra e à do marido, em casa dos seus sogros. Com efeito, eles iriam ser os reis da festa de Agosto, estando a ser preparado pelo povo uma enorme recepção. Mas, nunca chegaram a fazê-lo, pois ela teve uma trombose e faleceu meses depois em 1927; a coincidência do facto, que morreria na mesma data que falecera Emília, deixando um filho pequeno, que faleceria com 5 anos no ano de 1928 no mesmo dia de Maria. Francisco enlouqueceu. Os desgostos foram demais e, em 1929, morreu também. Este caso tornou-se num enigma, que ainda está por se solucionar, mas que houve muita coincidência lá houve e dum caso que poderia ter sido de final feliz, seria na verdade uma tragédia.

Fotos: Em cima- A antiga casa da família dos Coutinhos, onde nasceu Francisco Coutinho, hoje em ruínas; Em baixo- A população brandoense e as primeiras bicicletas no ano de 1917

Bardo da Lira

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Academia de Música - IV Concurso Nacional “Paços Premium”

Enviado por e-mail:

Conforme já anunciado nas brochuras dos X Cursos de Aperfeiçoamento de Paços de Brandão, a Academia de Música de Paços de Brandão promove este ano a IV edição do Concurso Nacional “Paços’ Premium” que decorrerá entre os dias 19 e 30 de Junho de 2010, nas modalidades de Clarinete, Flauta Transversal e Guitarra.
O Concerto de Abertura do IV Concurso está agendado para o dia 18 de Junho pelas 18:45h, no Auditório da AMPB, e será interpretado por três dos concorrentes premiados nas categorias superiores do concurso do ano transacto:

Edgar Cardoso, em Piano (1º Prémio, Categoria B)

Mara Machado, em Violoncelo (1º Prémio, Categoria B) e Sofia Leandro Ferreira, em Violino (3º Prémio, Categoria A).

Junto seguem os respectivos prospectos e cartazes dos quais agradecemos a V/ melhor divulgação entre alunos e professores do V/ estabelecimento de ensino.
Mais informamos que as fichas de inscrições podem ser fotocopiadas.
Na expectativa de podermos contar com a V/ presença nos nossos concursos agradecemos antecipadamente, enviando os nossos melhores cumprimentos,


A Direcção Pedagógica,

Isabel Cristina Castro, Eng.ª


Nota: A brochura deste concurso pode ser obtida ou consultada clicando aqui

O seu comentário deu um post (VII)

Comentário deste post:


Falar do nosso Rio Maior.
Ser bairrista é ser ” tolo”como já ouvi alguém dizer. Quando leio ou ouço falar do nosso Rio, sinto alguma emoção. Para mim é recordar bons tempos, uma infância e juventude passada com muita cumplicidade com o Rio Maior.
Os jovens de hoje não tiveram o prazer de nadarem nas águas limpas do nosso Rio. Recordo-me de termos que fugir do Ti Manél Capela, quando nadava-mos no açude, ali por trás do posto Médico. Havia um campo de milho e ai de nós se o Ti Manél aparecesse. Era correr de roupa na mão e muitas vezes mesmo nus.
No Zabumba, era a nossa liberdade total. Pendurados nos galhos dos Choupos e das Austrálias, éramos autênticos”Tarzas”em Paços de Brandão. No entanto, havia muito mais prazer, relacionado com o Rio. Muitas Enguias se pescaram por lá. Ia á noite com os amigos montar armadilhas no Rio e no dia seguinte, era cada Enguia…
Isto a propósito, de que realmente as coisas nem sempre foram assim. Conheço o texto, O Cancelo do Rio Maior, apenas quero recordar outra vida passada com o Rio. Para o amigo Bardo da Lira, um abraço de amizade.
AA

O Maio que agora termina

O mês de Maio revela-se um mês de muita actividade nesta linda vila à beira do Engenho Novo plantada. De facto, é por esta altura que mais ou menos silenciosamente se prepara aquela que é a maior das festas da freguesia, Festa dos Arcos. O Engenho sabe que em vários pontos da freguesia decorrem trabalhos para se fazerem os arcos que nessa festa serão expostos. Associações, colectividades e alguns particulares estão empenhados em prestar o seu contributo para uma das tradições da vila. Bem hajam. Claro está que a maioria dos Brandoenses nem se apercebe desse movimento. A visita ao site da nossa Junta continua a sair vazia de conteúdos e tal como outras actividades da Junta, a Festa dos Arcos não tem aí qualquer acompanhamento ou divulgação. Se calhar cometi aqui uma gafe.
A festa não terá a ver com a Junta, mas talvez, isso sim, com a comissão fabriqueira e comissão de festas da freguesia. Perdoem-me a miopia, mas é-me difícil separar essas coisas pois numa e noutra os personagens são praticamente os mesmos. Verdade?
Mais ou menos o mesmo de sempre. Também se não forem esses a fazer algo quem o fará? Dirão os mais críticos. Aqui entramos no dilema: quem faz e não faz e porquê.
Bom... adiante. Por falar em festas, quero lembrar aos estimados leitores do Engenho que merecemos uma festa em grande no mês que se avizinha. No Engenho continuamos a vasculhar por tudo quanto é sitio para ver se estarão a preparar algum programa para festejar, imagine-se, os 25 anos de passagem a vila desta terra. Sim, faz 25 anos em Junho, que Paços de Brandão passou a ter o estatuto de vila. Fica aqui o recado para os responsáveis que, ao que parece e a avaliar pelo site cá da Junta, ainda não se terão apercebido disso. Ou então estão a preparar as coisas na penumbra! Se calhar até com acompanhamento da oposição (PS, porque pelos vistos os demais já nem isso são considerados), à semelhança de outras grandes decisões para a freguesia à Beira do Engenho Plantada.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Considerações sobre a história local - Paços de Brandão (VI)

IDADE MÉDIA – ATÉ AO SÉC. XIV–XV (continuação)

OBSERVAÇÕES

Antes de prosseguir com “História Local – Paços de Brandão”, nomeadamente no que se refere a Grijó, Pedroso, Terras de Santa Maria – Feira, Ordem do Hospital – Malta, julgo ser conveniente as «observações» que aqui vou deixar, sobre uma visão e um conceito histórico, que julgo devia ser apanágio dos nossos «historiadores», e dos que se dedicam a escrever sobre história local.
Os historiadores e os filósofos de há muito que sabem que um autor nem sempre pode dizer tudo o quanto desejaria dizer: teve frequentemente de disfarçar o seu pensamento. Muitos dos trabalhos históricos foram, durante muitos e muitos anos, sujeitos a regras de diversas censuras; imperou um certo «patriotismo» que será muito útil, em poesia, mas que é péssimo conselheiro do historiador. São de Herculano as palavras que vou transcrever, serão um modo de reflexão para aquele que gosta de ler e de compreender a nossa história:
«Sei isto; mas também sei, que a ciência da história caminha na Europa com passos ao mesmo tempo firmes e rápidos, e que se não tivermos o generoso ânimo de dizermos a nós próprios a verdade, os estranhos no-la virão dizer com mais cruel franqueza. Caluniadores involuntários do seu país são aqueles, que imaginam estar vinculada a reputação dos antepassados a sucessos ou vãos, ou engrandecidos com particularidades não provadas nem prováveis
Ao se consultar documentos referentes à Idade Média Portuguesa, não se pode deixar de ter em conta o povoamento e a distribuição da propriedade, neste período da nossa história. Diversas causas tiveram influências, no que se refere à população; das epidemias dos séculos XII ao XIV, surgem-nos notícias de calamidades em que os estragos na população foram terríveis, não só em Portugal, mas também em outros países.
Segundo o Cronista Ruy de Pina, no reinado de D. Sancho I, aparecem epidemias que assolaram as Terras de Santa Maria, Bispado do Porto e em terra de Braga. Duarte Nunes de Lião (Crónica de D. Sancho I) diz-nos o mesmo, e na crónica de D. Afonso IV, afirma que foi a peste de 1348 a que fez grandes estragos, sobretudo na Terra de Santa Maria – Feira. Quanto às datas da primeira peste, os nossos cronistas divergem as suas opiniões, se em 1202 ou 1348, contudo Herculano dá como certa a existência da fome e contágio em 1202 (Hist. De Port. – Vol. 2).
De todas, foi a peste de 1348 a que deixou o maior número de vestígios da sua mortífera passagem. Alcançou a Europa no Outono de 1347, invadiu rapidamente em 1348 todas as Nações e em todas ficou assinalada por espantosa mortandade.
Sucede que ao se consultar algumas «monografias» sobre determinadas localidades, e, no nosso caso, os “900 Anos de Paços de Brandão”, as causas de despovoamento em Portugal, naquela época, são atribuídas ao Rei D. Dinis e às Inquirições que mandou efectuar, deixando-se as epidemias para segundo plano, ou nem sequer serem objecto de qualquer referência. Não explicam como seria necessário defender o património do Estado contra as variadas usurpações que praticavam os privilegiados. Averiguar sobre a origem e natureza da propriedade levou a que os «senhores» das terras se opusessem, muitas vezes ao descobrimento da verdade, com todos os meios de que poderiam lançar mão. Títulos forjados, ameaças às testemunhas, era frequentes. (Hist.Adm.Publica – Tomo I – pg. 449 e segs. – Henrique da Gama Barros)
Uma reforma, como a que D. Dinis levou a cabo, que feria tão profundamente os interesses das classes mais poderosas, não poupando também os tributários, devia encontrar sem dúvida graves dificuldades na sua realização, por parte da igreja, fidalgos, ordens, clérigos, eram os privilegiados a quem era complicado fazer cumprir as leis. Para fazer cumprir o que determinava a lei de 1265 e a de 15 de Junho de 1311, o Rei emitiu a carta de 10 de Janeiro de 1335, em que foram dados poderes a Geraldo Esteves, para nas comarcas da Beira e Trás-os-Montes, devassar e filhar para a coroa todas as jurisdições que achasse usurpadas por igrejas, mosteiros, ordens, fidalgos e quaisquer outras pessoas.
As inquirições serviram para, entre outras coisas, regulamentar os processos que os privilegiados tinham para alargarem os seus direitos, tornarem imunes os lugares devassos, ou usurparem terras reguengas. Nestas usurpações, em que se revelavam um antigo desbarato na fazenda pública e a fraqueza do poder central para o evitar, não eram cúmplices tão somente os particulares, porque os próprios funcionários régios haviam concorrido não poucas vezes para a dilapidação do património do Estado. Ou apoderando-se indevidamente do que era da coroa, ou auxiliando com a sua conivência semelhantes espoliações.
Atribuir às leis de D. Dinis as causas do despovoamento do reino, não é de certeza a forma mais correcta de tratar este assunto, para mais, quando se esquece, com propósito ou não, daquilo que as epidemias causaram com a sua mortandade e que ocorreram quase em simultâneo.
Outro assunto, que me parece muito mal tratado nos “900 Anos de P. B.”, e de que já tratei na introdução destas minhas «considerações», é a HERÁLDICA. Contudo, não quero prosseguir estas minhas «Considerações Sobre História Local – Paços de Brandão», sem aqui deixar escrito o que se encontra no “MANUAL DE HERÁLDICA PORTUGUESA”, de Armando de Mattos, para que o leitor compare, com o que o Sr. Padre Correia nos diz no que se relaciona com o «Fernand Blandon».

«O QUE É HERÁLDICA
- Heráldica, é a ciência que estuda e interpreta as origens, evolução, significado social e simbólico, filosofia própria, valor documental e a finalidade da representação icónica da nobreza, isto é, dos escudos de armas.
ORIGEM
- As figuras e emblemas que os cavaleiros usavam pôr nos escudos e nos elmos, e ainda nas gualdrapas das montadas, a fim de serem reconhecidos nas justas, duelos e torneios, tão em voga na Idade Média, é que deram lugar ao aparecimento da heráldica, que, nas cruzadas encontrou a sua sistematização e ordenação inicial. As armas mais antigas de que há memória na Europa são as de Rui de Beaumont, de 1087–1110. Data, pois, a heráldica, documentadamente, do final do século XI, princípios do século XII.
DIFUSÃO
- As armas, inicialmente símbolos pessoais, breve passaram a ser transmissíveis e transformadas em marcas de famílias. O factor hereditário e o desenvolvimento das famílias nobres, além do ambiente que lhe formava o espírito da cavalaria, no qual comungava toda a nobreza, é que operaram a sua completa difusão.
INICIO EM PORTUGAL
- Como não podia deixar de ser, atentas as relações que Portugal tinha com a França, também entre nós surgiu a heráldica, e no próprio século XII. O primeiro documento heráldico português de que tenho conhecimento, isto é, usado já bem dentro desse sentido, é, inquestionavelmente, o selo de D. Sancho I, de 1189, no mesmo ano em que sua irmã, a condessa de Flandres, também teria organizado o seu, com similar arranjo simbólico.(Manual de Heráldica Portuguesa, de, Armando de Mattos)»


Agora o leitor, abra as páginas 52, 94, 121 e 217 dos “900 Anos de Paços de Brandão” e tente encontrar uma explicação credível para o que lá vem escrito. Será que o Fernand Blandon se antecipou em muitos anos ao nosso Rei D. Sancho I?... Ou será que o Marquês de Abrantes e o Armando de Mattos nos estão a esconder qualquer coisa?... Ou será que o Sr. Pde. Correia não conhecia estes estudiosos de heráldica?... Espero que o leitor encontre a resposta e me transmita a sua opinião.

(continua)

A saga de António Pinto

Enviado por e-mail:
FALTOU SÓ UMA VOLTA PARA TER VENCIDO EM TODA A LINHA

Nunca um ciclista Feirense esteve tão perto de vencer duas ou três Voltas a Portugal, pese todo o respeito que nos merecem: Sousa Cardoso, Sousa Santos (pai e filho Joaquim), Fernando Mendes, Luís Gonzaga, Alberto Carvalho, Fernando Carvalho, Joaquim Andrade, o saudoso Dinis Silva e tantos outros de valor reconhecido. Estamos a falar de ANTÓNIO PINTO, um homem que nasceu no lugar de Rio Maior, em Paços de Brandão. Por estranho que pareça, estamos a falar de um velocipedista que não venceu qualquer Volta apesar de envergar por diversas vezes a camisola amarela. Quedas, azares, imponderáveis do destino, privaram António Joaquim Castro Oliveira Pinto, agora retirado, de ganhar como merecia, alguns giros portugueses. Cá, na sua amada terra, era conhecido por “Espigado“ e enquanto correu, obrigou muitos dos seus conterrâneos, calcorrear as estradas portuguesas, num apoio nunca visto. No ano da sua estreia, em 1983, alcançou um brilhante 2º lugar, atrás de Marco Chagas, outro colosso, depois de ter dado um recital nas etapas da Serra da Estrela. No ano de 1984, apesar dos infortúnios consegue o bom 4º lugar. No ano seguinte, 1985, obtém de novo um honroso 6º lugar. Em 1986 aposta tudo na volta a Portugal, alcançando um esplêndido 4º lugar, recheado de azares; António Pinto corre na Volta de 1987 e é apontado como o grande favorito. Respira saúde, faz contra–relógios notáveis… mas não ganha. Uma queda priva-o, talvez da vitória. Mesmo assim alcança um 3º lugar, atrás de Marco Chagas e Benedito Ferreira. Em 1988 conquista o 5º lugar na Volta a Portugal, no momento áureo de ciclista. Em 1989 fica no 10º lugar Volta a Portugal, onde teve um papel importante ao ajudar a equipa nos seus intentos. Em 1990, num ano recheado de azares e quedas, alcança um 13º lugar, não condizente com a sua classe. Em 1991 tem um bom comportamento e alcança um honroso 4º lugar. Em 1992 volta a dar provas da sua inegável categoria. No meio de alguns contratempos, consegue de novo, um magnifico 5ºlugar. Em 1993, a sua última participação na Volta, classificando-se num modesto 16º lugar sacrificando-se para a equipa. O guerreiro optou pela retirada, depois de ter escrito tantas páginas de oiro no seu palmarés brilhante e que durou uma dezena de anos.
Pelas estradas do País e do Estrangeiro, por vales e montanhas flageladas por ventos, chuvas ou calor impiedoso, ficaram muitas gotas de suor do seu brio, determinação, espírito combativo e inegável classe que só está ao alcance dos predestinados. Foi um ciclista que teceu de: Treinadores, colegas, adversários, jornalistas, os maiores rasgos de elogios "um homem e um atleta de gabarito, a contrastar com outros, a quem falta fibra para se imporem no ciclismo que é, como se sabe, um desporto de sacrifício. António Pinto é um dos forçados da estrada.”
Que mais será preciso dizer para classificar a fibra do ciclista de Paços de Brandão. Haveriam muitas histórias e factos a relatar sobre o “ Espigado “, mas termino com esta referencia: ” Órfão de pai desde os 12 anos, e que, bem cedo conheceu a dureza da vida, principiando a laborar no ramo da cortiça e estudando depois, para se valorizar. É hoje um respeitado empresário no ramo hoteleiro, com um modelar restaurante em Paços de Brandão a que, forçosamente tinha de por o nome “O CICLISTA“, que tal como o seu percurso no ciclismo, “é uma pedalada de bom gosto“.


PALMARÉS :
1983 – Volta ao Alentejo (6º), Volta à França do Futuro e à de África do Sul (2º);
1984 – Grande Prémio Abimota (1º), G.P. J. Noticias (3º), Volta ao Algarve (5º),Volta Concelho da Feira (2º), G.P. Lisboa (1º), ao Alentejo (4º) e Setúbal (4º);
1985- 10º no G.P. Loures, 6º no Algarve, 7º no JN e 5º na África do Sul.
1986 – 1º Abimota, 3º no Algarve, 1º na Feira, 2º África do Sul e selecção na C.E.E.
1987- 5º África do Sul, 1º Feira , 2º Algarve, 4º JN, 2º Setúbal e 5º Torres Vedras.
1988- 1º G.P. Angola, 3º J. ”O jogo “, 5º Alentejo e 5º Nacional de Estrada.
1989- 1º Feira (4ª vez), 1º Lisboa, 2º G.P. JN.
1990 – 9º JN e participa: Volta ao Luxemburgo, volta à Espanha, Volta à Múrcia, volta à Catalunha, volta a Valência, Porto–Lisboa. Enfim o Estrangeiro.
1991 - 4º Alentejo, 6º JN, 7º Campeonato de Estrada, 10º G.P. J. Agostinho, 10º Minho, participando na volta à Andaluzia, G.P. Tensai, Colômbia, Luxemburgo e Volta à Espanha.
1992- 1º Alentejo e participação: Voltas - Luxemburgo, Espanha e África do Sul.

Bardo da Lira

terça-feira, 25 de maio de 2010

Considerações sobre a história local - Paços de Brandão (V)

IDADE MÉDIA – ATÉ AO SEC. XIV–XV (continuação)


DIOGO TRUTESENDES (Blandon) – era filho de TRUTESENDES VENANDIZ, Inveandiz (1075–1084) e talvez só Inveando ou Invando, em 1082 e 1099, possivelmente também chamado Trutesendo Abomar, como aparece em 1080, na mesma região, notário do Mosteiro de Grijó em 1075, o qual devia ter herdado o dito Paço, ainda então só assim designado, e aí vivido, como sugerem, os ditos documentos e um outro de 1084, em que ele, só com o nome de Trutesendo, faz uma venda de terra em Corveiros (Grijó), que tomara de «gaancia».
Não consta dos ditos documentos com quem casasse, mas teve filhos:
1 – Diogo Trutesendes (Blandon), atrás citado, referente a Pedroso;
2 – Fernão Brandom (1109–1131), que só pode ser aquele que, com o nome de “Don Brandon”, em 1109 fundou um bairro em Souselas (Coimbra) e que em 1131, confirma documento do Mosteiro de Lorvão, em que é nomeado como “Fernandus Brand”, cujo apelido Frei António Brandão confunde com Brandião;
3 – Paio Trutesendes (Brandon), “Patronos de Grijó e do Templo, Contadores da Fazenda do Porto e Poetas do Cancioneiro”;
4 – Godinho Trutesendes, proprietário das «vilas» Casal em Rio Meão, e Brantães, em Sermonde, tendo casado com Elvira Abomar, filha de Godinha Abomar. Teve os seguintes filhos:
- Pedro Godins
- Elvira Godins
- Maria Godins
5 – Mendo Trutesendes, que, em 1087, com sua mulher Elvira Fromarigues, vende a Soeiro Fromarigues a sua «villa» de Penso em Sermonde; Filhos:
- Auroana Mendes, mulher de Telo Álvares, os quais, em 1135 (Baio-Ferrado, 209), trocam uma herdade em «Palaciolo» (Paços de Brandão), outra em Lavandeira; s.m.n.
- Trutesendo Mendes, que também vende, em 1146, o que possuía na “vila” de Brantães; s.m.n.

TRUTESENDO VENANDIZ (1075–1099) era filho de Evenando Guimires (1004–1025 e de Godinha Abomar (1025), neto de Guimiro Evenandiz (1018) e de Animia, bisneto de Evenando (938–994) e de Truílhe (?), que vivia na Terra da Maia, tudo leva a crer que tivesse sido um dos que auxiliou Vimares Peres, na reconquista do Porto (Presúria do Porto – 868). É curioso que no ano de 967 a versão que um escriba usa não é Evenando mas sim BRANDON, a confirmar uma venda de herdade em Custóia (Leça), juntamente com Brandila (Livro Preto da Sé de Coimbra, T. III, Doc. 530; e Diplomata Chartae, doc. nº XCIII). É a primeira vez que aparece o antropónimo BRANDON nos nossos documentos medievais e a sua presença verifica-se em Leça (Maia) e no período em que domina aqui o Conde D. Mendo Gonçalves, que tinha às suas ordens o referido Evenando, não obstante continuarem ainda a figurar ali as versões Venando e Invendo (Livro Preto, T. II, doc. 291 de 977 et alii).
Em 994, talvez reportando-se a 982, é a versão BLÂDO e BLÂTO que figura nos documentos CV e CXLI de Diplomata er Chartae, na referência a «Mestre» (mestre Evenando).
Ainda, no que se refere a Trutesendo Venandiz (1095–1099), ele era filho de D. Evenando (Guimires), mestre, vulgarmente apelidado de BRANDON, e “magiaster BLA(N)DO, como fora seu avô, confirma escrituras de bens na Terra da Maia em 1004, 1008, 1011, 1018, 1021 e 1025 (Portugaliae Monumenta Histórica, Diplomata et Chartae, docs. XI e XXXI; e José Mattoso, A Nobreza Medieval Portuguesa, Edit.Estampa, Lisboa, 1987, pgs. 221–226 e respectivas notas), com seus irmãos Trutesende e Rodrigo e, com eles e seus sobrinhos, aparece também a sul do Douro, onde devia ter participado na reconquista e consolidação do poder da referida Terra de Santa Maria; era casado com Godinha Abomar, irmã do mestre Sendino Abomar, ambos filhos de Abomar Dias, também mestre, juiz e senhor de S. João de Ver e de «Palaciolo», cujo topónimo de «palaciolo» passou para “Paços de Brandão”.
GODINHA ABOMAR (IBN OMAR), vem identificada numa venda de metade da «uilla que vocitant Palaciolo», sita «sutus Sagitella», «inter Palaciolo et uilla Nugaria», «qui fuit de Avorna Didaz», feita por seu irmão Sendino (também dito «magister», em 1013 – LIVRO Preto, doc. 156) e por ela. Ora, sabendo-se, não só por este doc. de 1025 (Dipl. 257), mas também por outro de 972 (Dipl. nº 76) e de 1027 (Dipl. nº 262), que esta “villa”, chamada «Palaciolo» (Paçô), pertenceu ao dito Avorma ou Abomar Dias e que os netos do Mestre Evenando vieram a ter assento aqui e a chamar-se BRANDÕES, só pode ter sido por esta Godinha ter casado com o dito Mestre Evenando e ficado herdeira da outra parte da grande herdade de Paço, mesmo porque manteve ainda este nome e só no século seguinte é que passa a chamar-se “de Brandão”.
ABOMAR DIAS, pai de Godinha Abomar, era certamente filho de “Didacus Cid” e neto do presor CID, lembrado num lugar em Milheiros (Feira), figura já em 773 (doc. nº 454 do Livro Preto, falso ou com falta de dois cc), relativo a S. João de Ver (Feira), em que se fala na dita «villa Palaciolo». A presença dele é confirmada por outros documentos : um de 972 (in O Mosteiro de Arouca, por Maria Helena C. Coelho, doc. II, pp 187/189), em que ele desempenha o papel de Juiz; outro em 977 (Cit. Livro Preto, doc. 291), confirmado por ele e sendo notário Invenando (por Ibn Venando); e, depois, no ref. Doc. de 1025, seus filhos, ao vender parte daquela fazenda de «Palaciolo», esclarecem que ele foi senhor dela. Como porém, ficou outra parte por vender e é nela que vivem posteriormente os filhos e netos daquele Mestre Evenando, é legítimo concluir-se que foi por casamento, como digo acima. (Em “OS BRANDÕES – Origens e Varonia (938 – 1663) de: M. Antonino Fernandes”)
Julgo que deixei bem claro as origens do nome «próprio» BRANDON, que já, em 967, aparece devidamente documentado. É, pois, pouco provável que se fosse buscar este apelido a famílias estrangeiras (Inglesas, Normandas, Irlandesas), onde tanto a escrita, como a pronúncia é muito diferente, quando, já em Terras de Santa Maria – Feira, no séc. X, se tem conhecimento de estar bastante enraizado tal apelido ou nome.
(continua)

Rua Entre Carreiras - Afundamento repetido!

Foram já algumas as vezes que denunciamos, através do Engenho, o estado calamitoso em que se encontravam algumas das estradas que compõe as ruas de Paços de Brandão. Umas vezes a reboque, outra por sua própria vontade, este executivo da Junta lá foi fazendo alguma coisa em prol da solução do problema, e justiça lhe seja prestada: trabalhou bem! Na sua maioria, a culpa é dessa empresa que dá pelo nome de Indáqua e cujo trabalho execrável na instalação dos equipamentos se traduziu neste resultado: ruas a afundar! Não se espantem agora por terem de pagar à volta de 600€ para ligarem ao saneamento, é que quem vai pagar a fava são os do costume!
Apesar de tudo, e com o passar dos meses, parece que os interesses da Junta se concentraram particularmente na Quinta do Engenho; parece que caiu no esquecimento a reparação dos pavimentos das ruas.
Zelar pelo bom estado de conservação das ruas é que deveria ser uma prioridade pois são, sem dúvida, dos problemas que mais afectam directamente as pessoas que circulam nelas todos os dias. Além que podem daí resultar prejuízos avultados, quer para as suas viaturas, quer mesmo com as próprias pessoas, caso circulem em bicicleta, moto ou mesmo a pé. O que é por si um problema sério de segurança pública que urge resolver.
Para quem circular habitualmente pelas ruas da freguesia, já se terá apercebido que persistem alguns problemas com os paralelos, os quais agora com o tempo mais seco se vão soltando e que são verdadeiras armadilhas para automobilista e não só! E disso são exemplo a Rua das Brévias e Portela.
Contudo, a situação que hoje queremos partilhar com os nossos mui prezados leitores, reporta-se à Rua Entre Carreiras. Quem por lá passa, há já uns meses que verificou que o piso afundou bem no centro da via, curiosamente mesmo em frente da entrada de uma oficina de reparação automóvel que abriu lá recentemente. Sem sermos intriguistas, mas chegamos a pensar que se calhar está a contar com os clientes novos que ali possam cair!
Ironias à parte, pois trata-se do bem estar e da segurança das pessoas que aqui está em causa, exige-se uma atitude dos senhores que por cá mandam! Não andem a arrastar as mangas dos casacos por entre visitas à Quinta e reuniões de gabinete e, por uma vez, coloquem os pés nas ruas e vão até ao povo saber dos seus problemas!
Bem sabemos que a culpa é da Indáqua, porém não podem continuar cúmplices ou reféns destes senhores, actuem como prometeram fazer!
Se existem meios para reparar, façam-no já! Não esperem pelos burocratas dos lados do Castelo para avançarem com o que é do mais elementar interesse das populações! Por outro lado, exijam, e muito, a esses senhores que são os da Indáqua, e que são responsáveis por estas trapalhadas de obras mal feitas na nossa terra! Para começar, deviam sinalizar as estradas dos perigos que criaram! E que assumam e resolvam os seus erros de uma vez por todas, com a mesma celeridade com que exigem 600€ ao povo para ligarem o esgoto!

sábado, 22 de maio de 2010

O CANCELO DE RIO MAIOR

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Diz a sabedoria popular que as coisas tal como estão, nem sempre foram assim e, durante os séculos, a mão humana mudou as paisagens e a natureza fez o resto. Dizer que a ribeira que nos banha teve sempre este percurso é como divagar no tempo pois houve quem dissesse que este passava por S. Paio de Oleiros e isso não é o que acontece nos dias de hoje. Dizem as vozes populares que no século (XVII), XVIII, devido à iniciativa fabril de alguns Brandoenses e Lamacences, em convénio mudaram o curso da ribeira, deixando estarrecidos os seus vizinhos, com tal iniciativa.
Quem gostar de História e seguir atentamente os mapas de outrora repara que a ribeira de Rio Maior servia de fronteira com 3 freguesias: Oleiros, Lamas e Gondezende, e o que na actualidade deixou de ser totalmente correcto, pois a ribeira atravessa Lamas, a terra de Paços de Brandão e entra por Gondezende, deixando somente como fronteira nos fundos do Zabumba, deixando a sua importância de delimitação perder o peso que tinha. Então como aparece o Cancelo de Rio Maior? Lá para a frente vou lá citar esse mesmo Cancelo que ficava em Mozelos e Oleiros, servindo de fronteira a essas duas freguesias.
Todos rios vão ter ao mar, mas o nosso, talvez por fidalguia de antanho, entra numa antecâmara do mar - a barrinha! Para os estudiosos, o nosso rio era uma ribeira, pois não era navegável, é um rivolo, chamado Maior, e nasce de limitadas fontes, parte na freguesia de Mozelos, parte na freguesia de Lourosa, a um quarto de légua antes de cá chegar, onde entra nesta freguesia, no lugar de Rio Maior.
“O Rio Maior nasce na freguesia de Lourosa no sitio das fontes do lugar do Giestal, Prezas do Cobelo e Lavandeira, que se ajuntam com a fonte do Campo da Ponte do Lugar de Além, que vão sair ao Lugar do Bôco e ao de Vila Verde, todas da freguesia de Lourosa; a este se ajuntam vários regatos a saber: o rio chamado de Prime, que principia no lugar de Goela, da freguesia de Mozelos, outro do lugar de Ermolhe e outro do lugar da Vergada desta mesma freguesia que fica pelo norte da freguesia de Lourosa, que se ajuntam a vários que vêm do lugar dos Sobrais, desta mesma freguesia, que se ajuntam ao rio das Azenhas das Ribeiras do Murado, da freguesia de Mozelos, que todos à freguesia de Lamas, aonde se ajuntam e aqui tem o nome de Rio Lamas.” (memórias paroquiais de 1755, abade de Paramos).
“Na maior parte do ano tem caudal quase seco por isso tem pouca agua corrente, mas no Inverno devido às chuvas torna-se escorreito, alimentando os moinhos junto às suas margens, tanto as noras particulares (moinhos de moagem de farinha) bem como as roldanas das papeleiras, sendo um enorme aditivo na ajuda às populações.
Este rivolo é de curso, parte arrebatado, parte sereno, correndo de Nascente a Poente; tem açudes para moinhos e em todas as freguesias por onde passa toma o nome dessas freguesias, à excepção do curso em Paços de Brandão, onde tem o nome de Rio Maior, cria alguns peixes como são trutas, bogas e escalos. No distrito desta freguesia tem duas pontes, ambas de tosca pedra, uma é no lugar de Rio Maior, outra é no lugar do Candal; para memória dos povos diz a lenda que havia uma pequenina a poente no lugar do Alto de Rio Maior feita de madeira rudimentar que atravessava uma ribeirinha de nome Soustela que entra aí no dito Maior, que tinha uma rude corrente e tornava-se volumoso de águas em tempos de invernia, tendo uma particularidade de ser fechada por pequeno cancelo entre Mozelos e S. P. Oleiros, onde se diz que foi de disputa entre populações, sem nunca se saber ao certo de quem era pertença… com o desvio no século XX devido à cedência dos terrenos para a construção do caminho de ferro, a ribeira foi desviada e deixou de confinar com o dito rio, entrando neste somente no fundo do lugar do Candal, perdendo por isso a sua importância, resistindo somente nos dias de hoje as pedras que serviam de ancoradouro às amarras do dito cancelo.
Na verdade, o dito Rio Maior era alimentado à entrada desta terra por três regatinhos, derivando de fontes ou minas perenes. Seus nomes recordam: “agriões“, que serviam para a alimentação e que se situava no Monte de Baixo, “o Lodeiro famoso pelas suas lamas curativas e “os pepinos“ que se situava no lugar do Zambumba, onde existia alguma fartura em peixe e lugarejo lúdico em verdura. Quem não se recorda do rio-das-pedras que levava a água ao Passal, atravessava a Lavoura e lá no fundo entrava no Rio Maior, atravessando os campos verdes da Almoinha? O do Corgo, que atravessava os campos do Palaciolo e ia alimentar o tanque da Laranjeira, seguindo o seu caminho em direcção do lago das Águas Sujas, torvelinho morria lá nos fundos do Engenho Novo? Estes fios de água iam todos morrer no leito do nosso RIO, que lá por serem humildes, não podem ficar no esquecimento.
Um Rio Maior pressupõe pelo menos um rio menor? É o equilíbrio na natureza e a razão de ser da beleza que se exprime em variedade, pois só esta quebra a monotonia... o rio menor ou menores tinha por toponímia os legados nomes de: Abelheira ou Barroso.

A LENDA

A lenda do Cancelo advém aos tempos remotos da Mourisca, dizendo as escritas que este segredou um amor impossível, existente um jovem neocristão e uma moura do lugar de Rio Maior, que se encontravam nesta dita poente, em noites de lua cheia, até ao dia em que foram descobertos e desterrados ao degredo pelas respectivas famílias. O pai da jovem moura, dono das ditas terras onde corria a ribeira, mandou construir um cancelo, proibindo que as gentes dos lugares vizinhos entrassem na ponte. O jovem cristão que nutria pela jovem moura um amor verdadeiro, vendo-se renegado, atou-se ao dito cancelo, fazendo o cumprimento de morrer por amor à dita amada, aí ficou durante muitos dias, até que ajudado pelos irmãos e amigos da jovem moura, foi solto e ajudado na fuga de ambos para bem longe daí. O pai da jovem destruiu a ponte mas o dito cancelo permaneceu por muitos anos, até ser destruído durante a reconquista cristã. Uma nova ponte seria construída no local e do dito cancelo perdeu-se pelos séculos, restando a memória pela boca dos populares da sua existência ou ficção. Do jovem nada se sabe, que a ser verdade teve um final feliz, se foi ficção tornou-se lenda.

(na imagem de baixo o que resta do Cancelo)

Bardo da Lira

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Considerações sobre a história local - Paços de Brandão (IV)

IDADE MÉDIA – ATÉ AO SÉC. XIV – XV (continuação)

No que atrás ficou exposto, verifica-se que a toponímia de Paços de Brandão, até ser assim conhecida, teve uma longa evolução, desde o séc. X até ao séc. XII, altura em que aparece a «frigisia d’Palácio blãdo» e bastante bem documentada, conforme documentos que relacionei sobre este assunto. Resta agora encontrar a origem dos “BRANDÕES”, assunto de que vou tratar de seguida, na esperança de estar a contribuir para uma melhor compreensão da nossa história local, referente a este período.
A origem dos “Brandões”, como a de outras famílias portuguesas, têm apresentado um elevado grau de dificuldade para os nossos historiadores da Idade Média. Talvez o primeiro a referir-se a esta família medieval tenha sido Frei António Brandão (1584-1627). Deu-lhe como origem a Inglaterra; outros houve, como Alão de Moraes, Sousa e Silva Gayo, que seguem a opinião de Frei António Brandão; outros, como Manso de Lima, considera a sua origem na Normandia e ainda há aqueles que lhes indicam como origem a Irlanda.
O certo é que nem no “Livro de Linhagens do Conde D. Pedro” nos aparece registada a origem desta família, como também nenhum dos historiadores nos deu a conhecer tal. O próprio Pde. Correia, página 52, do seu livro “900 anos de Paços de Brandão”, nos diz que, no ano de 1095, um cavaleiro oriundo das nórdicas terras de França, desceu à Espanha, com espírito de cruzada aqui entrou para levantar o seu Palácio e iluminá-lo com os 5 Brandões da sua estirpe nobre, etc.; no entanto, não nos apresenta qualquer documento que justifique esta sua afirmação e nem nos dá a conhecer a origem genealógica de tal fidalgo.
Entenda-se que ao «Fernand Blandom» do Pde. Correia, muita coisa lhe falta, para justificar a sua origem «normanda». Além disso, é notória a falta de documentos que atestem a sua presença em Terras de Santa Maria – Feira, no ano de 1095, falta suporte documental, para validar ser, naquela data, um dos senhores desta terra. Conforme já ficou demonstrado, pela relação de documentos que apresentei, no ano de 1095, já havia possuidores de propriedades, pelo menos desde o séc. X, nesta localidade, então conhecida com as denominações que indiquei.
Em Novembro de 2007, veio à estampa um livro intitulado, «OS BRANDÕES – Origens e Varonia (938 – 1663) », de M. Antonino Fernandes, que nos vem dar muitos conhecimentos quanto às raízes desta terra. A sua “Dedicatória” não pode ser mais expressiva, para além do que tudo aquilo que se possa escrever sobre este assunto: «A toda a grande família Brandoense, sobretudo os naturais de Paços de Brandão, que se prezem da terra, do sobrenome e de conhecer as sua raízes históricas.» É neste livro, na página 22, que vamos encontrar uma individualidade, DIOGO TRUTESENDE (Blandon) como patrono da «villa Palácios».
Diogo Trutesendes (Blandon) é assinalado na pág.96/97 dos “900 Anos de P.B.”, que aparece numa aquisição do Mosteiro de Pedroso, no ano de 1136, bem como na pág.99, como sendo um dos proprietários desta terra «villa Palácios», em “Pergaminhos de Vacariça e Lorvão, em 1057-12 Cal. De Fevereiro” Froila e sua mulher Gonza doam ao Mosteiro da Vacariça a terça parte da vilas de Paço e de Sta. Cruz e seis leiras em Borreiros.
Em “OS BRANDÕES – Origens e Varonia (938 – 1663)”, página 22, encontramos este Diogo Trutesendes (Blandon) como patrono da «villa Palácios» e de parte do Mosteiro de Vilar (de Andorinho), cujos bens menciona em 1136 e, com os seus filhos e netos, faz doação da 5ª. parte deles ao Mosteiro do Pedroso, em testamento exarado naquele ano, do qual se conclui tratar-se do padroado de Paços de Brandão, mesmo porque seus filhos doaram o mosteiro de Vilar do Andorinho a D. Pedro, bispo do Porto, em 1146.
Nota:
Para todos aqueles que se possam interessar pela história da sua terra, no nosso caso, de Paços de Brandão, eu aconselho uma leitura bem atenta do livro que tenho citado e do qual me vou servir de algumas partes do seu conteúdo; não posso, contudo, deixar de transcrever o que o seu autor, M. Antonino Fernandes, nos deixou expresso na contra-capa de “OS BRANDÕES – Origens e Varonia (938 – 1663)”, para uma melhor compreensão e estudo da história local de Paços de Brandão:

«Partindo de provas indirectas mas objectivas e concludentes, aqui se mostra que o apelido Brandão é um derivado do antropónimo Evenando (nome de um lugar-tenente do Conde Mendo Gonçalves) e não do Inglês Brendan (nome próprio e apelido) nem do Irlandês Brennain. Mais se mostra como o topónimo Brandão de Paços de Brandão só pode vir do facto de esta «villa» medieval, doada à Ordem de Malta, ter pertencido a outro Evenando (1005 – 1025), neto do dito Evenando, que veio a ser avô de Fernão Brandão e 4º avô de Martim Brandão, o Velho, dos Nobiliários. Desfaz-se, assim, toda a problemática tecida nos Armoriais e Nobiliários sobre as origens dos Brandões. E esclarece-se a ascendência, por varonia, do seu titular mais representativo, João Brandão, 1º Contador do Porto, cujos pais e avós também andam errados nos Nobiliários, por não usarem o apelido, certamente para encobrirem a sua origem e condição social e poderem gozar dos Privilégios dos Cidadãos do Porto
(continua)

Tuna de Oleiros 100 anos- Cartaz Comemorativo

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O FUTEBOL FEMININO ENTRE 1935–1936 DO P.B.F.C

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Em Março de 1935, Domingo de Carnaval, o C.D.Feirense recebeu pela primeira vez no seu campo do Montinho, um grupo feminino de Paços de Brandão, tendo o grupo brandoense vencido por 3-1; na terça feira de Carnaval deu-se a desforra no campo das Ameixoeiras, tendo o grupo brandoense vencido de novo, agora por 2-1. Estes encontros despertaram grande curiosidade, como é natural, pois era a primeira vez que grupos femininos se exibiam em publico. Os respectivos encontros tiveram farta concorrência de feirenses e brandoenses a presenciar, respectivamente , em ambos campos, as excelentes exibições com interesse e vivacidade que os dois grupos femininos emprestaram a estas tardes de Carnaval. Ainda durante estes dois, ou seja, entre 1935 e 1936 ,ambos conjuntos fizeram vários jogos: dois em Aveiro, 1 em Viseu e contra o Cesarense.
Pena foi a moda não ter pegado, pois diziam os mais idosos que haviam boas praticantes, num tempo em que o futebol era considerado de desporto para homens, estas atletas serviram de exemplo para as futuras gerações, apesar de não ter vingado.

Fotografias com história:

1935 – EQUIPA FEMININA no campo do Montinho: Helena, Micas do Rocha, Rosa da Ricardina, Emília, Granja, Rosália, Joaquina, Fernanda Fontes, Aurora, Arsénia e Guida Pais.


As equipas do PBFC e a do Feirense. (Ameixoeiras em 1935 )


Equipa do PBFC em 1935: Micas da Monteira, Micas do Rocha, Micas do Miguel, Rosa da Ricardina, Joaquina do Mestre, Maria Emília do Monteiro, Rosália Cardoso, Emília da Quinta, Emília do Cruz, Helena do Monteiro e Fernanda do Gaio.


Bardo da Lira

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Imaginarius - Programa

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Sede PSD Paços de Brandão - O despudor democrático!

Após a revolução de Abril, assistimos sempre nesta terra a uma monopolização do poder por parte dos Sociais Democratas (PPD-PSD). Alguns deles assimilaram entusiasticamente os novos ares que se viviam e respiraram um sentimento realmente democrata. Contudo, rapidamente se sufocaram ao serem afastados! Outros, porém, limitaram-se a vestir-lhe a máscara, escondendo aquilo que eram, pelo tempo suficiente para, tranquilamente, ocuparem os seus lugares de sempre, e com isso dirigirem os destinos da nação, diga-se: Paços de Brandão!
Haverá por cá uma tão grande falta de memória, um vácuo crítico, que aceite sempre tudo o que lhes servem neste prato que apenas cheira a Democrático, ou estaremos cada vez mais distantes do legado florido que Abril nos prometeu no cano de uma G3 e, com isso, a cada dia que passa, mais longe de um conjunto de valores que nos deviam ser naturais, como a dignidade, a equidade e respeito democráticos?
Recentemente foi abordado por alguém na assembleia de freguesia, uma situação que confirma que o PSD local teria o direito de usufruto praticamente perpétuo, legitimado pela sua antiguidade como inquilino, de um espaço público pertencente à Junta de Freguesia. Situado no centro da vila, em local privilegiado onde possa ver e ser visto para os dias de voto, claro está! Com um custo despudorado de 25,42€/mês, claramente abaixo do valor real (este montante inscrito nas contas públicas da Junta). Avalizado, ainda por cima, pelo direito legal, mas também, pelo poder instituído (que é da mesma cor) como algo adquirido e intocável!
Nesta história reverencial dos afectos, não deixa de pasmar como no regime republicano e democrático português, onde Paços de Brandão devia estar inserido, situações como esta possam existir! Alguns partidos não se incomodam por desfrutar das vantagens implícitas que lhes conferem este uso da coisa pública. E nem mesmo se importam que esse pudesse estar ao serviço de colectividades não partidárias, ou mesmo a render dividendos mais justos para a Freguesia se outro inquilino lá estivesse! E quem sabe evitar o descarte dos recursos-humanos disponíveis. Será que vamos continuar a aceitar que um partido é alguém entronizado na terra como um filho do Deus Sol? Esperamos que não!
E o que é que os da Junta disseram? O mesmo de sempre, sem nada acrescentarem, limitando-se coniventemente a legitimar o absurdo! Em democracia não há vacas sagradas, se um partido político pode esquivar-se destes factos com esta frequência estranha, ou ignorar o que as demais pessoas já sabem. É bom lembrar que o 25 de Abril se fez para correr com os abusadores e o abuso da coisa pública, como coisa deles. Que fez a Junta? Nada! Limitou-se a encolher os ombros, mansa e naturalmente!
Isso leva a uma outra interrogação: Porque não disponibilizaram um espaço idêntico com o mesmo preço aos outros partidos? O espaço até existe e seria algo justo e naturalmente democrático, mas será que não estão habituados a isso?
Por outro lado, sabendo o PSD, e bem que o devia saber, que a coisa pública deve ficar apenas e só na esfera do Estado (isto em nome da transparência que em democracia se exige!), porquê continua a usar este espaço, e não o entrega à Junta?
Talvez porque alguns partidos se sentem entronizados mal acaba a contagem dos votos, falando por todo um povo, mesmo quando mil e tal pessoas evitou a cruz no papel! Este povo do futebol e das homilias, reverencia o espantalho escolhido pelo aparelho para segurar as rédeas por mais quatro anos, apesar das mulas há muito não serem mudadas e o caminho continuar vergonhosamente a ser trilhado com habilidades como esta que no Engenho hoje levantamos!
Há um espectro de paródia medieval em tudo isto que vos relatamos. Este amontoado de disfunções na democracia na nossa coesão local, pode ter contornos ainda mais caricatos para um país civilizado! Infelizmente por aqui, enxotam os autores e os cúmplices para o nevoeiro sistemático que nos envolve e, com isso, ocultam as realidades.
Para os mais entendidos na matéria, deixamos uma outra questão em aberto, ou seja, aquilo que diz a Lei 19/2003 de 20 de Junho, relativamente ao financiamento dos partidos:


Artigo 8.º
Financiamentos proibidos


1 - Os partidos políticos não podem receber donativos anónimos nem receber donativos ou empréstimos de natureza pecuniária ou em espécie de pessoas colectivas nacionais ou estrangeiras, com excepção do disposto no número seguinte.

2 - Os partidos políticos podem contrair empréstimos junto de instituições de crédito e sociedades financeiras nas condições previstas na alínea f) do n.º 1 do artigo 3.º

3 - É designadamente vedado aos partidos políticos:

a) Adquirir bens ou serviços a preços inferiores aos praticados no mercado;
b) Receber pagamentos de bens ou serviços por si prestados por preços manifestamente superiores ao respectivo valor de mercado;
c) Receber ou aceitar quaisquer contribuições ou donativos indirectos que se traduzam no pagamento por terceiros de despesas que àqueles aproveitem.

Ficamos agora com a impressão que existe aqui matéria suficiente para o Tribunal Constitucional analisar! Contudo, a imagem real que fica, é de uma sociedade fúnebre, triste e enfadonha parada no tempo, que aceita tudo! De onde quase apetece fugir para reencontrar a dignidade que nos una, a ética por que se vive, a alegria e o objectivo que nos façam erguer e confiar (e eles a dizerem que andam a fazer o seu melhor há trinta e seis (36) anos! E nunca mais apreendem que a democracia não é a liberdade de repetir o erro sem responsabilidades). Ao invés, andamos de remendo em remendo, a fingir que somos livres e iguais na hora de dar o voto!

50 anos do CDPB (1960-2010) - AS COMPETIÇÕES (II)

Enviado por e-mail:

CAMADAS JOVENS


JUNIORES
1971-72 – campeão de Aveiro -1ª divisão.
1995-1996, 2005-2006 – campeão de Aveiro da 2ª divisão.

JUVENIS
1976-1977 – Campeão de Aveiro da 2ª divisão.

Participação nos Nacionais

JUNIORES:
1971-1972 – NACIONAL SERIE B (Porto, Sanjoanense);
1973-1974 – SERIE B (Boavista, Sanjoanense, Molelos, Moimenta da Beira e Gafanha) ;
1974-1975 – ZONA NORTE (Sanjoanense, Porto, Boavista, Braga, Varzim, U. Coimbra, Guimarães, Anadia, Sousense, Guarda);

JUVENIS:
1978-1979 – ZONA B – (Castro Daire, Avintes)


Bardo da Lira

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Parabéns Dona Benvinda Sá Alves!

No passado dia 14 de Maio, a Dona Benvinda Sá Alves completou a bonita idade de 103 anos, sendo a pessoa mais velha da freguesia! O Engenho não quis passar ao lado da efeméride e, como tal, quer deixar aqui nota dos seus votos de Parabéns a esta nossa Brandoense centenária!

Considerações sobre a história local - Paços de Brandão (III)

IDADE MÉDIA – ATÉ AO SÉC. XIV – XV

São talvez do séc. X – XI, os primeiros documentos com referência a esta localidade, não com designação actual, mas sim como: «Palácios – Paço – Villa Palatiolo – Pallacio Blãdo – Passos Brandam – Passos Brandão ». Em documentos, referentes ao Mosteiro de Leça do Balio, encontram-se referências, ao uso, por alguns nobres, do apelido de «BRANDON».

 Relação de Documentos Sobre Paços de Brandão:


DIPLOMATA ET CHARTAE

- Doc. I (773 ?) – denominação de Palaciolo;
- Doc. XXV (922) – Palatiolo ; Doc. CCLVII (1025) – Palaciolo;
- Doc. DCVII (1082) – Ecclesiola: CARTULAIRE GÉNÉRAL DE L’ ORDRE DU TEMPLE
- Doc. CCCCIII (1146 – Agosto) – denominação de Palatiolo.

CARTULÁRIO BAIO – FERRADO (Mosteiro de São Salvador de Grijó)

- Doc. 206 (1134, 27 Junho) – Palatiolo; Idem Doc. 207 (1137, 12 de Fevereiro): Idem 
-Doc. 209 (1135, 14 de Junho) – villa Palatiolo ; Idem Doc.210 (1141, Junho) – villa Palatiolo; 
- Doc. 211 (1159 ?, Dezembro) – K(arta) de Palaciolo.

LIVRO DAS CAMPAINHAS (códice da segunda metade do século XIV) – Mosteiro de São Salvador de Grijó

- É feita referência ao mandamento de Saa e de Paaçoo; «eigreja de Paaçoo»; «aldeiia de Paaçoo d’a par de a Feira»; «Aldeiia de Paaços»; «…regueengo de Paaçoo de Brandom».

HISTÓRIA DA ORDEM DO HOSPITAL, HOJE DE MALTA (por: José Anastácio de Figueiredo Ribeiro) – Página 272 a 276 – CLII e CLIII

- Comenda de Rio – Meão - (Actas do ano de 1220) - «frigisia d’ Palacioo blãdo»

DISSERTAÇÕES CHRONOLOGÍCAS E CRÍTICAS SOBRE A HISTÓRIA – JURISPRIDÊNCIA ECCLESIÀSTICA E CIVIL DE PORTUGAL

-Doc. Pág. 49 e 50 – Dissertação XIX – Er. 1270. II. K. Januarii (união da igreja de Paços de Brandão à de Rio Meão)

(continua)

terça-feira, 18 de maio de 2010

50 anos CDPB - Empresa Brandoense lança bola comemorativa

Integrado no âmbito da comemoração dos 50 anos do Clube Desportivo de Paços de Brandão, uma empresa Brandoense do ramo da cortiça, vai lançar uma bola especial comemorativa aludindo à ocasião. De acordo com a informação recebida, a apresentação deverá ocorrer por ocasião da visita do escalão sub 19 do Futebol Clube do Porto, no próximo dia 29 de Maio.
O Engenho promete para breve mais detalhes!

EB 2,3 de Paços de Brandão - Palestra do Prof. Doutor Pinto da Costa

Foi no passado dia 8 de Maio no auditório do ISPAB, e numa tarde bastante chuvosa, que o Engenho decidiu assistir a uma palestra promovida pela EB 2,3 de Paços de Brandão. Esta iniciativa foi integrada no âmbito do projecto "Educação para a Saúde", tema que por si só era de interesse. Contudo, o assunto escolhido pelo orador fez o interesse inicial aumentar mais ainda! - " A violência na adolescência".
Tratou-se de uma oportunidade rara de desfrutar da presença e dos conhecimentos nesta matéria do ilustre Professor Doutor Pinto da Costa o que, por si só, gerou motivação mais que suficiente e no fim (como esperado) não nos desapontou!
Figura de uma capacidade de oratória e argumentação acima da média, tanto mais versando um tema ao qual não é alheia a sua longa experiência académica e profissional ligada à Medicina Legal. Usando sempre uma linguagem de simples assimilação, ora técnica ora sarcástica, o nosso orador foi explanando a sua ideia sobre o assunto por quase 2 horas! No fim e apesar da duração, ficamos com a sensação que passou num instante e que o tempo parecera até curto demais!
O Engenho saúda este tipo de iniciativas, tanto mais aberta à população, pois são assuntos de real importância para ajudar a uma melhor vivência em sociedade das populações juvenis. Apesar da divulgação e das qualidades do orador, a plateia não foi muito mais além dos docentes da escola, que estavam em maioria, e alguns pais mais atentos que decidiriam, e muito bem, marcar presença. Infelizmente, nem mesmo o facto do professor Pinto da Costa ser irmão de um conhecido presidente de um clube de futebol trouxe mais pessoas a este evento.
Enfim...prioridades no íntimo de cada um...

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Observando o Parque Infantil

Num olhar mais atento ao nosso Parque Infantil, o Observatório do Engenho encarou com algo de estranho neste “Equus caballus” que é como quem diz, neste “cavalinho” (de faz de conta). Efectivamente há algo que não bate certo, principalmente quando comparado com os restantes equipamentos que lá foram instalados recentemente (baloiço, escorrega e cadeira pendular). Não se sabe se para poupar alguns trocos aos cerca de vinte e tal mil euros investidos, se por pura negligência, ou até mesmo para colocar à prova a curiosidade dos mais incautos e potenciais candidatos a um “pequeno incidente”.
O certo é que já foi por cá indiciado o alerta para um potencial perigo neste local de lazer, mas o “faz de conta” lá continua a balançar-se impávido e sereno (coisa que nem deveríamos sequer estranhar por estas bandas!), com a “mola pronta a morder”.
Apesar de “herdado da anterior dinastia”, não se julgue que pelo facto de ele estar em tão “bom estado de conservação”, isso seja motivo para que se pense que “seria um desperdício deitá-lo borda fora” (coitado do animal que nem sequer o curso de natação deve ter!).
Paços de Brandão carece ser encarado, de uma vez por todas, pelas questões sobre as quais importa reflectir e tomar uma atitude. Chega a ser preocupante o modo como às vezes se quer mostrar à viva força a “obra feita”. Vale tudo e o que importa é apenas o aparato… é o “encher o olho ao povo”. Para quando uma política de carácter social?
Olhar estritamente para o que “ditam as leis dos partidos” não faz sentido, quanto mais não seja porque o tempo da campanha eleitoral já lá vai (e até às próximas eleições ainda muita água correrá debaixo da ponte). Agora as leis são outras. Assim, e a propósito disto, recomendamos ao nosso executivo uma leitura mais atenta ao que dizem os Diários da República. Vá lá… mais uma ajudinha aqui do amigo Observatório: se com este conjunto de imagens e de mensagens subjacentes não se entende o nosso objectivo, podemos ir ainda um pouco mais longe (claro que nada de abusos porque trabalhar por carolice tem o seu desgaste!).
Peguemos, então e por exemplo, no Decreto-Lei n.º 119/2009, de 19 de Maio, que veio alterar o Decreto -Lei n.º 379/97, de 27 de Dezembro (prevê a aprovação do Regulamento que estabelece as condições de segurança a observar na localização, implantação, concepção e organização funcional dos espaços de jogo e recreio, respectivo equipamento e superfícies de impacte), em função da experiência entretanto adquirida e da verificação da existência de lacunas, por forma a adequá-lo à realidade actual de modo a melhor cumprir os seus objectivos. Já estão situados?
Pois bem: de acordo com o nº 1 do artº 16 desse mesmo DL, “a conformidade com os requisitos de segurança deve ser atestada pelo fabricante ou seu mandatário ou pelo importador estabelecido na União Europeia, mediante a aposição sobre os equipamentos e respectiva embalagem, de forma visível, legível e indelével, da menção «Conforme com os requisitos de segurança»”. O nº 2 desse mesmo artº refere ainda que: “o fabricante ou seu mandatário ou o importador estabelecido na União Europeia de equipamentos destinados a espaços de jogo e recreio devem apor, ainda, de forma visível, legível e indelével, sobre: a) O equipamento e respectiva embalagem: i) O seu nome, denominação social ou marca, o endereço, a identificação do modelo e o ano de fabrico; ii) A idade mínima e máxima dos utilizadores a quem se destina; iii) O número e data da norma técnica aplicável; iv) O número máximo de utentes em simultâneo; v) A altura mínima e máxima dos utilizadores; b) O equipamento e os avisos necessários à prevenção dos riscos inerentes à sua utilização.” E pergunta o Observatório: a não ser que as lentes nos enganem, onde é que toda esta informação existe, relativamente ao equipamento aqui em causa? Ou estará mesmo lá e somos nós quem precisa mudar as objectivas de longo alcance e livrar-nos de tamanha miopia?
Por outro lado, já no seu artº 19, alínea c), o DL refere que “as junções e as partes móveis não tenham aberturas que permitam prender partes do vestuário ou provocar entalões de partes do corpo.” A quem nos demonstrar que este requisito está garantido, desafiamos a que seja tornado público documento da entidade certificadora e fiscalizadora (bem, se formos a contar com os meios tecnológicos da freguesia e pelo andamento com que a actualização do site da Junta está a ser feita, parece que só no próximo parque infantil é que teremos acesso a tal informação!).
De qualquer modo o Observatório deixa aqui a sua sugestão aos homens do Palatiolo que, de tão simples que é, até parece brincadeira de crianças: porque não proteger a dita “mola” lá do amigo equídeo com uma manga (sem qualquer tipo de ironia, claro está!) de borracha?
O assunto é sério, por isso ficamos a aguardar o desenrolar da história que aqui encetamos…

Museu do Papel "Turno da Noite"

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Sábado dia 15 de Maio, realizou-se mais um ”Turno da Noite” no Museu do Papel em Paços de Brandão.
Convidei alguns familiares para fazerem uma visita ao Museu, para verem como os Avós trabalhavam na indústria do papel, por altura dos Anos Sessenta. Eu sinto muita empatia com o Museu e toda a área envolvente. Foi por lá que passei parte da minha infância.
Relativamente a Sábado no “Turno da Noite”achei que realmente nos surpreendeu. Os movimentos foram outros, os sons foram diferentes mas, na minha modesta opinião, faltou o movimento das máquinas que dão e são a essência do Museu do Papel.
Constatei que houve muita aderência, muita juventude nas primeiras horas, o que justifica o empenho de toda a direcção. Parabéns para a organização do “Turno da Noite”. No entanto, permitam-me que deixe aqui um pedido: para o ano ponham as máquinas a produzir papel. O movimento da galga, a pasta correndo no circuito até à maquina final e o cheiro húmido do papel. Creio que assim será mais real.
Uma palavra também para o Rio Maior, que estava alegre, com um bom caudal de água límpida. A todos os envolventes do “Turno da Noite”: Parabéns.

AA

Nota do Administrador: O Engenho também quis marcar presença neste evento, onde pode observar com interesse esta iniciativa pouco comum em museus. Ainda de acordo com as informações que nos foram facultados pela organização, este evento superou a expectativa inicial de público, tendo contado com a presença de cerca de 1000 visitantes.

Notícias de Paços de Brandão Nº743

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Considerações sobre a história local - Paços de Brandão (II)



Das Origens à Época Romana



Esta parte da Península Ibérica, em que se encontra Paços de Brandão, era habitada, antes dos Romanos, por povos primitivos, que levavam uma vida errante e que mais tarde se agruparam em tribos, passando a viver em casas dispersas, em redor de um núcleo, uma espécie de praça forte (oppidum) que lhes servia de defesa e abrigo.

Os Romanos chamavam a esses agrupamentos populacionais «civitas» ou «populi». Desses povos, sabe-se que entre o Douro e o Vouga, habitavam os Túrdelos e os Pésures. Dos vestígios destes agrupamentos existem ruínas, conhecidas por cividades, citânias, castros ou crastos, que na maior parte dos casos acabaram na época romana. Os castros eram utilizados como refúgio em ocasiões de perigo, mas existiam aqueles que eram povoações propriamente ditas.

Nesta região da beira-mar, principalmente na que era dominada por montes que representavam melhores meios de defesa e com maior proximidade da água, existiam uma série de castros, que encontramos mencionados em diversos documentos medievais e lembrados pela toponímia, como os de Cacia, Branca, Ul, Oliveira de Azeméis, Recarei, Santa Maria da Feira, Romariz, Auil ou Ovil (Paramos-Espinho), Fiães e Pedroso. Na proximidade destes castros, os Romanos construíram a via militar que unia Lisboa- Coimbra – Braga (Itinerário Antonino Pio).

Desta época até ao séc. X não se encontram referências, em Paços de Brandão, a quaisquer vestígios, quer castrenses ou outros. Contudo, não é de excluir que tivessem existido uma vez que, bem perto, encontramos o castro de Ovil e a Lagoa de Paramos, que são referidos em documentos, muito anteriores à fundação do Condado Portucalense (1095) e que em redor do castro e da lagoa, existiam então vilas rústicas, Paramos, Lagoa, Silvalde, Esmoriz, Cortegaça, Oleiros.

Se o castro de Ovil fica a cerca de 4 a 5 Km de Paços de Brandão, também quase à mesma distância, encontramos para Este, o castro de Fiães, uma estação luso-romana. Quem se quiser interessar por saber sobre a localização e dos trabalhos realizados nesta estação arqueológica, podem consultar os trabalhos publicados pelo Dr.Carlos Alberto F. de Almeida (O Castro de Fiães) e pelo Dr. A. A. Mendes Corrêa (Estação Luso-Romana de Fiães).

Em “Rio Meão – A Terra e o Povo na História”, página 11 do 1º. Volume, do Sr. Dr. David Simões Rodrigues, encontramos referência à existência de vestígios da cultura pré-histórica, nomeadamente de «mamoas», na freguesia de Rio Meão, bem como nas freguesias limítrofes. Na Mata, «Petras Penas», as Petras Petraes; nos limites de Paços-Rio Meão-Lamas, a «Mamoa Cavaleira».


(continua)



50 anos do CDPB ( 1960-2010) - AS COMPETIÇÕES (I)

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AS COMPETIÇÕES - (parte I)
PRESENÇAS EM PROVAS OFICIAIS :
Taça de Aveiro (vencedor): 1988-1989, 2003-2004

2ª- DIVISÃO NACIONAL (1977-78)
3ª- DIVISÃO NACIONAL (1963-64, 1972-73, 1973-74, 1974-75, 1975-76, 1976-77, 1978-79, 1979-80, 1980-81, 1981-82, 1982-83,1994-95, 1998-99, 2000-01, 2003-04, 2006-07)- 16 presenças
1ª- DIVISÃO AVEIRO: 1962-63, 1963-64, 1964-65, 1965-66, 1966-67, 1967-68 , 1968-69, 1969-70, 1970-71, 1971-72, 1983-84, 1984-85, 1985-86, 1988-89, 1989-90, 1990-91, 1991-92, 1992-93, 1993-94, 1995-96, 1996-97 , 1997-98, 1999-00,2001-02, 2002-03, 2004-05, 2005-06, 2007-08, 2008-09 e 2009-10)- 30 presenças
2ª- DIVISÃO AVEIRO – 1961-62, 1986-87 - 2 presenças

TAÇA DE PORTUGAL - PARTICIPAÇÃO
1972-1973
Clube Desportivo Paços de Brandão 0-1 Clube de Futebol Os Marialvas
1973-1974
Clube Desportivo Lousanense 2-2 Clube Desportivo Paços de Brandão
Clube Desportivo Paços de Brandão 1-0 Clube Desportivo Lousanense
Futebol Clube Paços de Brandão 3-2 Grupo Desportivo de Mangualde
Grupo Desportivo Peniche 1-1 Clube Desportivo Paços de Brandão
Clube Desportivo Paços de Brandão 1-0 Grupo Desportivo Peniche
Clube Desportivo Paços de Brandão 1-2 Clube de Futebol Os Belenenses
1974-1975
Clube Desportivo Paços de Brandão 3-2 Futebol Clube de Avintes
Associação Naval Primeiro de Maio 5-0 Clube Desportivo Paços de Brandão
1975-1976
Clube Desportivo Paços de Brandão 1-1 Sport Clube Freamunde
Sport Clube Freamunde 1-3 Clube Desportivo Paços de Brandão
Sport Clube Vianense 1-1 Clube Desportivo Paços de Brandão
Clube Desportivo Paços de Brandão 0-1 Sport Clube Vianense
1976-1977
Associação Desportiva de Fafe 2-0 Clube Desportivo Paços de Brandão
Sport Clube Penalva do Castelo 2-1 Clube Desportivo Paços de Brandão
1977-1978
Sport Clube Mirandela 2-1 Clube Desportivo Paços de Brandão
Mondinense Futebol Clube 2-3 Clube Desportivo Paços de Brandão
Clube Desportivo Atlético Valdevez 1-0 Clube Desportivo Paços de Brandão
1978-1979
Futebol Clube de Avintes 3-3 Clube Desportivo Paços de Brandão
Clube Desportivo Paços de Brandão 3-0 Futebol Clube de Avintes
Clube Desportivo Paços de Brandão 1-0 Sporting Clube de Alba
Clube Desportivo Paços de Brandão 6-1 Recreio Desportivo de Águeda
Sporting Clube de Espinho 3-1 Clube Desportivo Paços de Brandão
1979-1980
Clube Futebol União de Lamas 3-0 Clube Desportivo Paços de Brandão
Clube Desportivo Paços de Brandão 4-1 Clube Desportivo das Aves
Grupo Desportivo de Bragança 4-3 Clube Desportivo Paços de Brandão
1980-1981
Clube Desportivo Atlético Valdevez 0-0 Clube Desportivo Paços de Brandão
Clube Desportivo Paços de Brandão 2-1 Clube Desportivo Atlético Valdevez
Clube de Futebol Os Belenenses 4-1 Clube Desportivo Paços de Brandão
1981-1982
Futebol Clube Mogadourense 3-0 Clube Desportivo Paços de Brandão
1982-1983
Clube Desportivo Paços de Brandão 3-2 Sport Clube Vianense
Clube Desportivo Paços de Brandão 1-2 Gil Vicente Futebol Clube
1990-1991
Atlético Clube Marinhense 1-0 Clube Desportivo Paços de Brandão
1994-1995
Sport Clube Maria da Fonte 2-1 Clube Desportivo Paços de Brandão
1998-1999
Clube Desportivo Paços de Brandão 0-2 Amarante Futebol Clube
2000-2001
Clube Desportivo Paços de Brandão3-3 Vila-verdense Futebol
Vila-verdense Futebol Clube 1-0 Clube Desportivo Paços de Brandão
2003-2004
Clube Desportivo Paços de Brandão 2-2 Fiães Sport Clube (4-2 em grandes penalidades)
Clube Desportivo Paços de Brandão 1-0 *Clube Desportivo os Águias de Alpiarça
Clube Desportivo Paços de Brandão 1-0 Futebol Clube Amares
Clube Desportivo Paços de Brandão 0-6 Sporting Clube de Braga
2005-2006
Clube Desportivo Paços de Brandão 0-3 Grupo Desportivo Coruchense
2006-2007
*Associação Desportiva Fazendense 0-1 Clube Desportivo Paços de Brandão
Passagem directa à eliminatória seguinte: Clube Desportivo Paços de Brandão
Clube Desportivo Pinhalnovense 4-1 Clube Desportivo Paços de Brandão

Paços de Brandão - 43 jogos, 16v, 6e, 21 derrotas

(continua)
Bardo da Lira