terça-feira, 31 de agosto de 2010

Bola de cortiça "pesou" mais na derrota do Feirense

A vigésima edição do Torneio de Futebol de Santa Maria da Feira, havia ficado já marcado pela estreia da bola de cortiça "Made in: Paços de Brandão" em jogos entre equipas seniores. Contudo, o Treinador do Feirense Quim Machado, acabou por deixar também ele um ar da sua "graça", após a realização do primeiro jogo. No qual até venceu por 3-0 ante o Lourosa, mas afirmando "ser impensável o uso de um tal esférico em jogos oficiais, devido ao seu excessivo peso".
Curiosamente o evento deste ano viu a sua final reeditada! A equipa do S. João de Ver acabou por se desforrar do Feirense, dado que em 2009, tinha perdido por 1-0 a um minuto do final do jogo. Neste ano deu a provar o mesmo remédio ao seu opositor, infringindo uma derrota por 1-0, e já no período de descontos.
No Engenho não nos foi possível confirmar se o Treinador do Feirense no fim do jogo achou piada ao resultado. Porém, existe uma forte possibilidade de na sua mente, esta derrota se dever a alguma bola, que desta feita, não terá "pesado" a seu favor!

domingo, 29 de agosto de 2010

Padre Orlando será o novo pároco de Paços de Brandão

De acordo com uma informação que foi enviada para o e-mail do Engenho, tudo aponta para que o futuro pároco em Paços de Brandão, seja o Padre Orlando, que actualmente está em Rio Meão. A mesma fonte refere que essa informação foi veiculada na Eucaristia das 19:00 horas de sábado 28 de Agosto, segundo a qual, o Sr. Bispo do Porto nomeou o referido padre, actualmente em Rio Meão, para ser também pároco de Paços de Brandão. A sua primeira missa com o novo pároco está prevista para o próximo domingo, 5 de Setembro.
A confirmar-se esta informação, não é mais que ir ao encontro de algo que já era do conhecimento de muita gente, e que no Engenho tínhamos já dado nota, que o padre Orlando, quando foi para Rio Meão a substituir o falecido padre Joaquim Lamas, seria o futuro padre de Paços.
A morte de Julião Valente fechou um ciclo, esperemos que com o novo pároco se inicie um outro diferente do que tivemos ao longo de quase 50 anos. Porém, e a julgar pela polémica que deu algumas decisões em Rio Meão, o padre Orlando poderá tornar-se desde já uma figura polémica na nossa freguesia ainda muito conservadora. Cá estaremos para ver o que se vai passar!

The Speculum Band - 35 anos a rolar na estrada

Enviado por e-mail:


Decorria o ano de 1974 quando um grupo de jovens Brandoenses eivaram a ideia de formarem um grupo musical, como factor motivador do gosto que a juventude de então nutria pela música rock. Ainda no ano de 1972 fora dada a primeira tentativa de formação dum grupo musical com a aquisição de uma aparelhagem e com a denominação de < Blackbirds > cuja formação tinha nas suas fileiras alguns elementos que estariam na fundação, refiro-me ao Beto e ao Inácio. Quanto aos < Blackbirds > era constituído por:
Carlos Alberto Reis (guitarra), Inácio Ferreira (1956-2002 - bateria), Antenor (órgão) e Silvério (baixo), duraram pouco mais de 1 ano mas seriam o grande aglutinador para os futuros grupos da nossa terra. Por se tratar dum grupo polémico e ser um dos primeiros grupos de Hard Rock na região, não sendo compreendidos acabaram sem apoios. Com a chegada do Manuel Silva de Timor, onde cumprira o serviço militar, incentivados com o fenómeno da criação da Academia de Música da Tuna Musical, o grupo nasce como por acaso num serão no saudoso clube do Best na Estação, onde se encontravam: Manuel Silva, Eduardo Rocha, Joaquim Santos e o Best, cuja formação entre Outubro e Dezembro de 1974 iniciaram ensaios no dito clube.
Em Janeiro de 1975 dá-se a saída de Quim Santos e entram para a banda o Carlos Reis e o Fernando Augusto Rocha, cuja formação iniciou o período de composição. Em Agosto de 1975 o grupo apresentou-se ao vivo no Festival de Música da Tuna, constituído por: Eduardo Rocha, voz e harmónica, Carlos Reis, baixo, Manuel Silva na guitarra e Fernando Rocha na flauta. Em Setembro entra para a bateria o Inácio Ferreira, sendo que esta formação duraria até Maio de 1976, com actuações regulares na região e com ideia fixa de uma gravação dum álbum, enraizando o estilo de < folk rock >, que dificultou ter auxilio financeiro na gravação do disco, pois era um estilo não comercial, por isso morreu no seu inicio, eram outros tempos.

Talvez um pouco desmotivado dá-se a saída do Inácio e entra para a bateria o eterno António Sousa, cuja presença faz os 30 anos de continuidade no lugar e parceiro do Eduardo como os baluartes da banda. Muita coisa aconteceu desde então, com entradas e saídas de músicos, na qual passou mais de duas dezenas de executantes e reforçaram o nome da banda, respeitada e uma das pioneiras no género no país, orgulho que acompanha a todos que por ele passaram. Voltando ao grupo, a banda está dividida por varias fases que integram os períodos :
1975 - 1977 - folk
1977 -1982 - rock, folk
1982 -1991 - country, folk
1991 - 2005 - blues, rock e country folk
Entre os anos
1980 e 1984 - F.M
1982 - 1986 - Roda livre

De 1975 a 1977 o grupo era constituído por: Eduardo Rocha - voz, Carlos Alberto - baixo, António Sousa - bateria, Manuel silva - guitarras, Januário Silva - violino e Aires de Sousa - violino.
Durante este período o Fernando Rocha saiu do grupo para formar os grupos “ETERNUS“ e os “EGIPTIAN CROSS“, grupos dentro do jazz e de musica de fusão, onde se encontravam Arménio Mota - teclas, Inácio Ferreira - bateria, Best - percussões, António Reis - flauta, mas nunca deixou de colaborar com a banda, numa relação que dura até aos dias de hoje.

De 1977 a 1982 tornou-se a fase menos expansiva da banda, porque nesse período esteve ausente o vocalista Eduardo Rocha no serviço militar (77/78), depois de Agosto de 78 tornou-se vocalista do grupo espinhense "Complexo 4" até Agosto de 79, emigrando para França até Janeiro de 80 , regressando para formar com o Fernando Rocha e Manuel Silva, o grupo "FM", após convite da velha gloria Zé Manuel Couto, no qual gravou entre 1980 e 1984, 2 singles e 1 álbum (Procurem da Sara), sendo este período o de maior fulgor com imensas actuações, onde não podem ser esquecidas as presenças de Orlando Bandeira - bateria, Vasco António - teclas, Zé Menezes - sax, Henrique Dias - trombone, Jorge Salgado - flauta, que em muito contribuíram para tal desiderato.

Em simultâneo com este projecto, nasceu em 1983, o grupo "RODALIVRE", em que teve no seu elenco o Osvaldo Ferreira - violino, Januário Silva - bandolim e violino, Fernando Silva - guitarra, Manuel Silva - guitarra e baixo, Neca - bateria e Eduardo Rocha na voz e harmónica, cujo projecto merecia ter sido mais apoiado mas que acabaria em 1984 por desacordo quanto ao estilo a seguir entre os seus músicos. Conduziu á saída de alguns elementos e por isso ao fim da banda.
Com o fim dos "FM" em 1984, o grupo "Speculum" renasceu das cinzas com a entrada do Fernando Silva para a guitarra, onde o grupo virou definitivamente na linha Country e Folk, que resultaria num período de consolidação da banda na região, mas que resultaria na saída do Beto das lides musicais e por conseguinte na dissolução da banda em 1986.
Foi preciso esperar pelo ano de 1991 para o ressurgimento da banda com a entrada de novos valores , onde se sobressaem os nomes de Rui Sousa - guitarra, Rui Moura - baixo, Lino Carvalho - violino, entre outros, em que vieram contribuir para o melhor período da banda, que mantinha no elenco ainda três fundadores: Manuel Silva, António Sousa e Eduardo Rocha, dando a esta banda 5 anos de fulgor que contribuiu para mais de 30 actuações ao vivo, em bares e eventos.
Em 1996 é o ano da mudança , ano em que o Rui Sousa e o Rui Moura , formam os "Watchtower" e dá-se as entradas de André Nascimento - guitarra e de Paulo Tico - baixo, onde o grupo envereda pelos Blues e Rock, deixando a linha acústica, mantendo esta formação 10 anos consecutivos.

Hoje, em 2010 a "Fénix" renasceu com o fantástico aniversário de 35 anos de idade. Os velhos acústicos uniram-se pela causa das raízes da fundação. Está no activo o velho "Speculum"que está neste momento a preparar a sua tour de verão com os velhos mas sempre actuais hinos de outrora.
Mais do que um grupo a banda é já uma instituição que albergou no seu interior dezenas de músicos locais, construiu o seu próprio estilo , imagem respeitada por ordem tocou e continua ao fim de 35 anos a tocar, tudo pelo gosto da musica…
É imenso o espólio de composições da banda que se cifra em mais de 50 canções, onde o estilo pessoal resistiu com o passar do tempo, pois a sua musica é intemporal, alicerçado num campo onde no nosso País poucos grupos tentaram executar, tornando por isso precursores e originais.
Na actualidade o grupo é formado por: António Sousa: bateria, Ricardo Duarte: guitarra e baixo, Rui Sousa: guitarra e baixo e Eduardo Rocha: voz e harmónicas.

Bardo da Lira

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Animação do arraial 2010 - Speculum domingo dia 29 de Agosto

Domingo 29 de Agosto de 2010 a banda Brandoense “The Speculum Band“ tocará pelas 22 horas no palco do Arraial, incluído no programa de Animação do Parque, na altura em que festeja os seus 35 anos de existência. São três dezenas e meia de anos que colocam esta banda numa das mais respeitadas na música portuguesa, cujo projecto esteve, e estará, fixada em duas pessoas que desde a sua fundação estiveram no grupo, assistindo a entrada e saída de músicos, mas a essência manteve-se na persistência e na abnegação dum sonho ainda vivo. A formação actual está reduzida a quarteto, que executa os BLUES e o FOLK como se o amanhã acabasse, sempre em temas originais e na excelente mestria dos músicos.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Primeiro Ministro visita fábrica "GOPACA" em Paços de Brandão

O Primeiro Ministro José Sócrates efectuou, na terça-feira passada, uma visita à empresa de papel GOPACA, com sede no lugar da Azenha em Paços de Brandão. O primeiro-ministro apontou a fábrica de papel Gopaca, que vai investir 11,5 milhões de euros em tecnologia e internacionalização, como exemplo do “espírito empresarial” necessário à retoma económica do país.


O contrato-programa hoje assinado entre a Gopaca - Fábrica de Papel e Cartão, de Santa Maria da Feira, e o IAPMEI está avaliado em 11,5 milhões de euros e implica um investimento associado de 4,3 milhões.
Essas verbas serão aplicadas no “reforço da estratégia competitiva e de internacionalização da empresa”, que em 2011 deverá avançar com a construção de uma nova unidade dedicada ao sector da logística e com um sistema de energia fotovoltaica que lhe permita reduzir os consumos de electricidade da fábrica.
José Sócrates elogiou essa escolha: “Todos sabemos a importância que a logística tem hoje nas áreas modernas [da indústria ](...) e que a energia fotovoltaica é decisiva para a economia de uma empresa”.
Fundada em 1994, a Gopaca beneficiava já nessa altura da experiência de administradores cujos antepassados exploravam, desde 1923, “uma unidade artesanal de fabrico de papel seco ao ar”.
O presidente do conselho de administração da empresa, Simão Rocha, garante que “nunca parou de fazer investimentos” nem de travar “um combate incessante por maior eficiência”, e realça: “A nossa produção acompanha o produto que Portugal exporta”.
Quanto aos resultados da empresa, é o administrador Carlos Alves quem adianta: “Perspectiva-se que 2010 seja o melhor ano de vendas de sempre (...) e que nos próximos cinco anos a facturação avance de 20 milhões para 34 ou 35 milhões de euros”.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Arraial de Paços de Brandão - Falta de actividades de Verão

Enviado por e-mail:

O Verão, é por excelência propício ao convívio, a caminhar à noite, a actividades de lazer. Cada vez mais se nota que há iniciativas nesse sentido por todo o lado. Em Paços de Brandão, isso acontece em datas referenciadas, como seja o Carnaval, a Feira do Fumeiro, a Festa dos Arcos de Agosto ou mesmo a animação dos festivais do Cirac.
Fora dessas datas e realçando o facto de termos uma praça e uma fonte lindíssimas, temos o minúsculo café do arraial (que pelo que se sabe vai ter obras brevemente) e as crianças que brincam lhe conferem alguma vida nas noites quentes de Junho e Julho.
Já tive oportunidade de passar por outras freguesias e notar que apesar das festas de arraial, têm outras iniciativas paralelas tais como as tasquinhas (Rio Meão), Karaoke (Lamas), filmes ao ar livre (Lamas), ginástica ao ar livre ( Lourosa), entre muitas outras.
Não seria bom que as associações locais pudessem divulgar um pouco mais as suas actividades mostrando e motivando os brandoenses a ter mais interesse pela sua terra?
A nossa vida diária já é suficientemente agitada para que fiquemos em casa. Para isso temos o Inverno. Este texto serve de alerta para que surjam iniciativas nesse sentido.

Luar Azul

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Acidente na passagem de nivel de Riomaior - Regadas

A manhã deste domingo ficou marcada por mais um acidente numa das passagens de nível sem guarda da Linha do Vouga. Por volta das 10 da manhã, na passagem de nível de Riomaior - Regadas em Paços de Brandão, um carro foi abalroado pelo comboio quando se preparava para atravessar, no sentido Paços - Mozelos . O automobilista talvez devido à falta de visibilidade no local, não se terá apercebido da aproximação da composição dos caminhos de ferro, sendo o embate inevitável. Apesar dos danos que se podem verificar na viatura, o condutor sofreu apenas alguns ferimentos ligeiros. Contudo, não deve ter ganho para o susto!
Enquanto a CP não conclui os trabalhos de instalação de passagens de nível automáticas, que se arrastam sem fim à vista, os acidentes multiplicam-se! Desta vez, felizmente sem causar vítimas mortais. Porém, persiste a velha questão que todos queremos saber a resposta: Afinal quando é que as cancelas automáticas são postas a funcionar?
No Engenho começamos a acreditar que neste caso, só se vão fazer as obras finais quando por lá morrer alguém importante! Lamentavelmente costuma ser sempre assim: "casa roubada trancas à porta!"
Era também importante que a Junta de Freguesia fizesse aqui um pouco mais que o que tem feito nos últimos anos, que se resume a um redondo "nada". As passagens de nível são uma verdade que são da responsabilidade da CP. Porém, neste particular a Junta podia mostrar mais "obra". Nomeadamente começar por pressionar as entidades responsáveis pelas obras para a necessidade que estas sejam concluídas, e dar conhecimento aos Brandoenses do que se passa, e não se refugiarem nos constantes "não sei de nada, mas vou saber" que utilizam nas assembleias de freguesia quando confrontados com esta problemática! Por outro lado, e no caso de Paços de Brandão em particular, todas as passagens de nível estão cheias de buracos, e isso pode significar perigos acrescidos quando se hesita ao atravessar! Se este problema fosse resolvido, e acreditamos que a Junta o possa fazer, seria um contributo simples mas importante, para minimizar um pouco que seja, o risco de atravessar a linha! Em Rio Meão fizeram isso recentemente. Porque não o fazem em Paços de Brandão?

domingo, 22 de agosto de 2010

Bola de cortiça "pesa muito"?

Numa altura em que praticamente toda a gente está de férias, para os lados da cortiça, este Agosto andou bem agitado, após a apresentação oficial da bola de cortiça nascida na empresa Brandoense Sedacor nos fins Maio passado. A aceitação dos jogadores júniores de Futebol Clube do Porto e C.D. Paços de Brandão a este esférico foi muito boa. Agora, eis que "as velhas guardas", ou melhor, "os velhos do Restelo", começam agora a manifestar algum incómodo com esta novidade esférica feita em cortiça!
Foi o que sucedeu na sequência do jogo Lourosa - Feirense, do 20º Torneio de Santa Maria da Feira, onde a bola de cortiça marcou presença. Pelo que vai daí, há que lhe encontrar alguns defeitos, e apesar de lhe suscitar piada, considera o treinador do Feirense, que "É impensável usar uma bola destas num jogo do campeonato, pois é muito mais pesada e não tem nada a ver com a que estamos habituados".
Certamente que esta ideia necessita ainda de "limar" muitas arestas, uma vez que se trata ainda de um protótipo. Porém, carece de fundamento estas afirmações em relação ao peso, pois é público que a bola foi feita obedecendo a todos os critérios exigidos pela FIFA, nomeadamente em relação ao peso e ao tamanho (entre outros), aliás como não poderia ser de outra maneira!
Estas declarações são tanto mais graves, por virem de pessoas responsáveis de um clube local importante, como é o Feirense, os quais deviam preocupar-se em promover positivamente esta ideia, pois com isso estão promover a região como é seu dever, em vez de a deitar abaixo!
Esta atitude deixa mesmo crer que existam já pressões das grandes marcas desportivas contra o esférico de cortiça, as quais certamente não acharam muita piada a esta bola que até custa metade do preço de uma das suas! Existe ainda outra hipótese, que poderá corresponder a um eventual "contra-ataque" do Sr. Cortiça, que dá por nome Amorim. Que a propósito de ideias que envolvem cortiça, se sentiu ferido no seu orgulho, ao ser neste caso ultrapassado pelo Grupo JPSCorkgroup. E nem mesmo com muitos "shots" bebidos nas praias do Algarve, servidos em copos "inovadores" em cortiça (que anunciaram curiosamente este mês), lhes fez esquecer que esta bola não é deles!

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Sérgio Oliveira emprestado ao Beira-Mar

O F.C. Porto emprestou o jovem médio Sérgio Oliveira ao Beira-Mar até final da temporada. A notícia já foi confirmada pelo site oficial dos aveirenses. O futebolista já integrou o treino na passada terça-feira dos recém-promovidos à  primeira liga.
O médio, de 18 anos, realizou quatro jogos na temporada anterior na equipa principal portista - um na Taça de Portugal e três na Taça da Liga.
Ao actuar frente ao Sertanense, em Outubro de 2009, Oliveira tornou-se no mais jovem de sempre a jogar pelos seniores do FC Porto, com 17 anos, quatro meses e 15 dias.
O jogador de origem Brandoense terá agora oportunidade para jogar mais e adquirir experiência na primeira liga. E quem sabe na próxima época teremos alguma surpresa! O Engenho promete estar atento ao desempenho do nosso conterrâneo nesta sua nova aventura.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Mozelos - A origem da fortuna de Américo Amorim

in: Site BE

Amorim: origens da maior fortuna do país

"Segundo a Exame, continua a liderar a tabela nacional. Em 2009, cresceu mais de 9%. De onde vem a fortuna de Américo Amorim?
 
As origens da Corticeira, raiz do grupo Amorim, estão na associação, ainda nos anos 70 do século XIX, entre as famílias Amorim e Belchior, fabricantes de rolhas para vinho do Porto estabelecidas em Vila Nova de Gaia. Em 1890, a sociedade com os Belchior desfaz-se, depois de um processo judicial instalado por Amorim contra o sócio, cujo advogado era Afonso Costa, então jovem parlamentar do Partido Republicano com um futuro auspicioso. Durante quase um século, os principais clientes dos Amorim são os ingleses que dominam aquela produção vinícola e a produção resume-se a rolhas.

A empresa viveu altos e baixos, desde o grande incêndio em 1944, quando contava já mais de trezentos operários, até aos anos 1950-51, durante a guerra da Coreia, quando os stocks de cortiça armazenados pelos Amorim têm o seu preço quadruplicado.

Em 1963, surge a Corticeira. Verticaliza-se a produção, aproveitando as sobras de cortiça para o fabrico de granulados e aglomerados, e reúnem-se em sociedade os irmãos Américo, José, António e Joaquim e ainda o tio Henrique. A empresa instala-se em Mozelos, quinta comprada à família Van Zeller com o apoio dos bancos Pinto e Sotto Mayor e Pinto de Magalhães. É sem grandes complicações que, durante dez anos, a empresa produz aglomerados sem alvará do governo. Henrique Amorim, o tio de Américo que não deixou descendentes, cultiva o amparo da ditadura e a proximidade a dois importantes caciques da região estabelecidos em Lisboa: Veiga de Macedo, também natural da Vila da Feira e ministro das Corporações e da Previdência (1955-1961), e Albino dos Reis, o “dono” de Oliveira de Azeméis (deputado durante quatro décadas à Assembleia Nacional, a que preside entre 1945 e 1961, além de presidente do Supremo Tribunal Administrativo durante vinte anos).

Um jovem austríaco partilha o quotidiano dos Amorim: Gerhard Schiesser é trazido para Portugal pela Caritas em 1948, criança refugiada da miséria do pós-guerra, e é acolhido pela família até meados dos anos 50, ficando depois em Mozelos até 1967. Américo Amorim, que já dirige a internacionalização da empresa, devolve então o jovem Gerhard a Viena, onde abre um escritório sob o nome do empregado. Não é para menos: a cortiça vendida neste entreposto não pode surgir identificada com o rótulo “made in Portugal”. O Banco de Portugal fecha os olhos à exportação para países banidos - Egipto, Índia, China e todo o bloco de Leste. Com a benevolência do governo e o discreto funcionário austríaco, Amorim estende a sua ponte para o outro lado da guerra-fria.

O "grande salto" de Amorim

Em 1975, Américo Amorim passa pelos apuros de muitos outros proprietários rurais e é expropriado em três mil hectares de montado. Mas a posição especial da cortiça na produção do campo alentejano e o diferente impacto do processo revolucionário no Norte do país permitem-lhe encarar a nova situação pelo lado das oportunidades para enriquecer mais. Explica Américo Amorim: “Mesmo quando tive as herdades ocupadas, mantive sempre boas relações com as UCP. Emprestava-lhes os meus tractores e tudo. Ia lá falar com eles. Sempre os visitei, sempre os convidei a vir cá acima ver as minhas fábricas” (Mónica, 1990: 82). Há quem vá mais longe e recorde a vigência da lei dos frutos pendentes no sector da cortiça, que atribuía aos proprietários expropriados os direitos sobre a cortiça que estava nos sobreiros antes da expropriação. Em finais de 1988, um ex-governante da época do PREC assegurava que, para Amorim, “o negócio da cortiça só se manteve devido a ‘arranjos’ que incluíam o transporte da matéria-prima, durante a noite, para escapar aos fiscais do Estado, em conivência com as UCP e o PCP local” (Expresso, 31.12.1988). Pelo seu lado, Amorim não renega a sua política dos anos quentes da reforma agrária: “Ao longo do tempo, mantive-me sempre em contacto com os alentejanos e com as UCP. Não tenho qualquer problema em falar e jantar com os comunistas. Podemos mesmo ir a boîtes juntos, não me faz qualquer impressão” (entrevista a Maria Filomena Mónica, em "Os grandes patrões da indústria portuguesa", D. Quixote, 1990).

Passado o 25 de Novembro, Amorim regressa à compra de herdades e faz negócios chorudos com grandes proprietários que, com o processo da reforma agrária ainda em curso, estão dispostos a vender barato. Amorim não esconde que, contra o ciclo vivido na época pelo capitalismo português, o seu grupo deu “um grande salto, muito significativo mesmo, de 1976 para 1980”.

Ao longo de todo este tempo, os países do leste europeu e a URSS nunca deixaram de constituir um mercado estratégico para Américo Amorim. O empresário afirma mesmo que, depois do 25 de Abril, apoiou a instalação dos primeiros diplomatas do Bloco de Leste a chegar a Portugal. A Hungria é onde a cooperação vai mais longe, com a abertura, em 1984, da Hungarocork, joint-venture com duas empresas estatais. Uma opção que Américo Amorim explica pela necessidade de assegurar “uma participação mais activa nos planos quinquenais, de modo a influenciar a manutenção dos consumos de cortiça” (citado por Filipe Fernandes no livro "Fortunas & Negócios", Oficina do Livro, 2003).

Em 1991, Amorim faz um novo negócio milionário. Associado ao BES, à Efacec e à Centrel, compra a licença para uma operadora de redes móveis, a Telecel, por 15 milhões. Seis anos depois, vende-a à Vodafone por mais de cem milhões.

Da Cortiça para Angola

Já no ano 2000, Amorim chega a sentar-se no banco dos réus, com dois gestores de seis empresas do seu grupo. É acusado de falsificação de documentos, fraude e desvio de dinheiro do Fundo Social Europeu. A União Europeia exige uma indemnização de 77 mil contos e juros a contar de 1987, com base na utilização fraudulenta de meio milhão de contos para formação profissional entre 1985 e 1988. Entre as irregularidades detectadas estava o facto de as verbas se destinarem a jovens entre os 18 e os 25 anos sem qualificação profissional e muitos dos inscritos nesses cursos serem alegadamente trabalhadoras no activo em empresas do grupo Amorim. Mas as últimas manobras processuais dos seus advogados – liderados por Daniel Proença de Carvalho – acabam por resultar: onze anos passados sobre o início do processo e nove desde a primeira acusação do Ministério Público, o Tribunal da Relação do Porto considera os crimes prescritos. A notícia do Público fala por si: “o processo acaba por ser o espelho fiel do emaranhado de trâmites e decisões em que se enredam os nossos tribunais, que tem criado a sensação que os ricos e poderosos passam ao lado do escrutínio da justiça” (Público, 30.09.2000).

De Américo Amorim dizia sibilinamente Elísio Soares dos Santos, então presidente da Jerónimo Martins: “As informações que tenho não são as melhores, mas reconheço que os empresários têm de surgir de qualquer forma. as raízes podem não ser brilhantes, mas é assim que as coisas se fazem” (citado também no referido livro de M.F. Mónica). De facto, de uma forma ou de outra, Amorim é o dono da única multinacional portuguesa que domina o mercado mundial no seu sector: tem 35% da cortiça mundial e trinta fábricas, estando presente em 103 países. Nada pode ser feito sem o seu beneplácito. É ainda, dizem os analistas, um dos maiores senhorios de Lisboa (Exame, 2005) e, certamente, dos mais poderosos investidores em imobiliário e grandes superfícies comerciais. Tem dezenas de hotéis em Portugal, Cuba ou Moçambique. Aliou-se à Sonae no empreendimento imobiliário e turístico de Tróia. Juntou-se a Horácio Roque, do Banif, para formar a Finpro (grandes investimentos em infraestruturas, comunicações, transportes, águas). Tem um casino e interesses noutros, com uma parte da Estoril-Sol, a empresa de Stanley Ho.

Amorim é ainda, com vantagens que ficaram à vista ainda esta semana, o parceiro português da Sonangol e da filha do presidente de Angola, Isabel dos Santos, na Amorim Energia. Esta empresa tem um terço da Galp, parte que valerá mais de 1200 milhões e da qual os angolanos detêm 45% (através de uma empresa, a Esperanza, registada na Holanda para efeitos fiscais). Isabel dos Santos comprou também 25% do Banco BIC (Amorim tem outro tanto), dirigido por Mira Amaral, ex-ministro dos governos de Cavaco Silva."

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Arcos 2010 - Escola da Póvoa "Terra"

3º Classificado


Volta a Portugal - Classificação do Brandoense Marco Cunha

Não se pode dizer que tenha sido uma prova brilhante para o nosso conterrâneo Marco Cunha da equipa "Madeinox Boavista". Nesta sua primeira passagem pelo pelotão principal desta 72ª Volta a Portugal, terminou a prova na posição 110, a 1:32:52 do vencedor o Espanhol David Blanco. Ficou, por isso, um pouco aquém das expectativas que despertou, e nem mesmo o 4º lugar da geral por equipas se pode considerar satisfatório. Em todo caso, trata-se de um jovem com valor, tendo já alguns créditos mostrados, sagrando-se vencedor da "Volta a Portugal do Futuro - 2009". Estamos certos que terá melhor sorte no futuro próximo do ciclismo nacional, sendo que, o Engenho envia uma enorme saudação de apreço e alento a este nosso jovem ciclista!
Força Marco!

domingo, 15 de agosto de 2010

PCP - Estrangulamentos rodoviários no Concelho de Stª Mª da Feira

Enviado por e-mail:

São urgentes soluções estruturantes para os problemas e estrangulamentos rodoviários no Concelho de Stª Mª da Feira!

Continua a ser extremamente deficitária a rede rodoviária que serve o concelho, com as implicações negativas inerentes na mobilidade e fluidez do trânsito em muitas das suas freguesias e nós de ligação. Situação ainda mais agravada pela insuficiência e fraca cobertura de transportes públicos, bem como pela falta dum Centro Coordenador de Transportes..

Desde há vários anos que as estruturas locais e regionais do PCP, em conjugação com os seus eleitos nas autarquias locais e na Assembleia da Republica, se têm batido pela resolução de tais constrangimentos, nomeadamente o prolongamento da IC2 entre Arrifana e Carvalhos, como forma de terminar o autêntico calvário por que passam todos aqueles que têm que circular na EN223.

Não obstante essa antiga reivindicação do PCP, sucessivamente apresentada aquando da discussão do PIDDAC, a verdade é que até hoje, da parte do poder central e dos Partidos que lhe dão suporte, nunca houve vontade política para concretizar tão premente medida.

Os actuais cortes no investimento do Governo PS/ Sócrates e a recente suspensão da construção da Variante Feira/Arouca tornam este quadro ainda mais negro, sem que o próprio Executivo Municipal intervenha de forma determinada para lhe pôr cobro.

Assim, na perspectiva do PCP, a melhoria e resolução da mobilidade e da fluidez do trânsito no nosso Concelho deve ser encarado de uma forma integrada e racional e não se compadece com medidas avulsas e precipitadas (caso por exemplo da recente proposta da retirada dos semáforos em Sanfins, precisamente num local crítico, onde antes se verificaram múltiplos acidentes, alguns dos quais com vítimas mortais) que, embora com a melhor das intenções, e a pretexto de uma mais fácil circulação, poderá pôr de novo em sério risco a segurança dos respectivos utentes.

A verdadeira e fundamental solução para esse e outros bloqueios da rede viária do Concelho é a concretização das obras estruturais acima referidas e do investimento público há muito prometido!


Stª Mª da Feira, 13 de Agosto de 2010

Comissão concelhia de Stª Mª da Feira do PCP

Arcos 2010 - Centro Social "Escudo Nacional"

3º Classificado

sábado, 14 de agosto de 2010

A Quinta do Engenho - A reentrè política afinal é do PSD de Paços de Brandão!

Após o esclarecimento do nosso muito estimado líder da oposição Brandoense, Carlinhos das Neves, a propósito de um artigo de opinião que era suposto ser da sua autoria (mas que afinal não era), nós no Engenho lançamos o repto a todos os nossos leitores no sentido de esclarecer este imbróglio, ou seja:
Alguém sabe afinal quem é este Carlos Neves que escreve para os jornais? (É que nós por cá só conhecemos mesmo o Carlinhos das Neves!)
Adiante, após uma nova leitura mais atenta, e considerando o esclarecimento que foi prestado pelo autarca PS, realmente este texto não bate nada a cara com a careta! Depois de nos ter habituado a prestações na assembleia muito acima da média para um eleito local, este texto seria um completo e despropositado "tiro no próprio pé", ao que, depois de reflectir melhor, não faria sentido o nosso Carlinhos se prestar a tal estupidez.
Assim sendo, só nos ocorre uma possibilidade: Conspiração das laranjas no pomar!
Como toda a gente sabe, o cada vez mais "pasquim" dos lados do castelo, é propriedade do partido laranja. Então fica a questão: Desde quando o Terras da Feira usa as suas páginas para atacar (ou supostamente tentar atacar) um dos seus? Não bate certo pois não?
A menos que fosse uma estratégia para tentarem, como spray citrino, fazer passar para as pessoas que este PS de Paços não sabe o que diz e faz! Quase conseguiam fazer passar isso, até mesmo no Engenho! Só nos causa alguma surpresa não ter saído no jornal do CIRAC, mas que se chama NPB! Será que ainda andam chateados uns com os outros?
Mas esta história tem ainda outros contornos estranhos: depois da intervenção inicial da Quinta do Engenho pelo executivo da Junta, tivemos duas assembleias de freguesia, onde numa delas o PS explanou a sua posição sobre o assunto, tal como outros cidadãos intervenientes. Não consta que esta figura de nome comum Carlos Neves tenha aparecido em nenhuma delas!
Mas o mais curioso neste texto de opinião, é o suposto ataque dirigido apenas ao Presidente da Junta. Este facto levaria toda esta teoria conspiratória alaranjada a um beco sem saída. A menos que neste jogo sejam os próprios laranjinhas, numa guerra aberta a todo campo, a atacarem o nosso estimado Mino! Aliás, como toda a gente já entendeu, temos a "irmandade" dos irmãos "B" a tentar tomar o poder. Reunidas forças junto dos seus amigos mais chegados, o clã "B" estendeu tentáculos como o polvo em todo o terreno do poder! Já deu para notar que o nosso Mino está cada vez mais sozinho, e exemplo disso foi a última assembleia. Mas, ironia das ironias, mesmo sozinho, e muitas vezes mal assessorado, está a ser capaz de dar conta do recado! Vamos é ver agora até onde consegue ir!
Os tubarões de algumas espécies praticam canibalismo, e este predador de cor laranja ataca sorrateiramente! Há um ano atrás, como todos se lembram, haviam as cartas anónimas, as falhas aos debates públicos, os artigos de polícia no JN e as convocatórias de assembleias do Centro Social super importantes, mesmo a jeito, nas vésperas de eleições!
Estes são os métodos alaranjados conhecidos, só não sabíamos que os usavam também nas guerras entre si!

Arcos 2010 - Valas "Primavera"

3º Classificado


sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Relembrar a figura do Padre Julião Valente

Enviado por e-mail:

Ficará como o 2º pároco que mais anos paroquiou a freguesia, 49 anos como abade residente (com interregno entre 1971-72), a seguir ao velhinho Jerónimo Lopes, que paroquiou 51 anos, por isso a 2 anos de ultrapassar esta longevidade. O padre Julião será para sempre recordado como uma figura impar, que tem tanto de polémico como de conciliador, como todo o ser humano não foi perfeito, estando ligado a obras que por sua iniciativa e envolvimento engrandeceram esta terra e a algumas que foram mal interpretadas, como ele humildemente reconheceu que errou. Por diversas vezes conversei na sua residência e troquei ideias com o mesmo. Em todas reconheço do seu conhecimento na cultura, por isso tenho de tirar o chapéu, pois foi sempre impecável, atencioso, conversador e em muitas ocasiões abriu–se e confidenciou da admiração que tinha por esta terra e suas gentes.
Nos anos 80 convidei-o a entrevistá-lo na extinta Rádio Popular de Gaia. Durante a viagem, de ida e volta, como durante a dita entrevista, aceitou todas as perguntas como até confidenciou que haveria algumas que gostaria de ter respondido, deixando-me boquiaberto em algumas fases, pois tinha uma ideia diferente sobre a sua pessoa. Como homenagem sincera e sem hipocrisia, vou transcrevê-la na integra, como tinha sido a sua vontade que o fizesse depois da sua morte:
- Como nasceu a ideia para o sacerdócio?
- O meu desejo desde pequeno era ser professor de línguas, mas por intermédio de pessoas muito ligadas à minha família converti-me.
- Como sabe, tenho um tio padre e nenhum familiar seguiu seus passos; estava destinado que o seria?
- Como sabes, vocação significa chamamento. É DEUS que chama, escolhe no seu rebanho os apóstolos da sua palavra, e senti que seria um deles. Já tinha um Tio Cónego, Julião, um irmão sacerdote, António, e sendo duma família cristã, foi apelativa. Mas seria o padre Laranjeira o que me converteria, sendo os seus conselhos, santos e incisivos; ligou-me ao sacerdócio. Foi neste jardim que nasceu a minha vocação.
- A sua formação foi normal como qualquer jovem?
- Sim, comecei a estudar na escola da minha terra, fiz o ensino básico e por indicação dos meus superiores, entrei no colégio dos Carvalhos em 1935, que era considerado o melhor colégio do norte, com o saudoso padre Moreira, onde tirei formação. Transitei depois para o Seminário Vilar, onde fiz curso equiparado ao dos Liceus, acrescentando o latim, grego e hebraico. Aos 19 anos decidi seguir o sacerdócio, como meta da minha vida. Entrei para o Seminário da Sé, para cursar filosofia e teologia. Era o tempo da guerra, passou-se muita fome e os jardins semeados em campos de batata. Entretanto adoeci e fui–me curar durante um ano para a casa de uma tia, pois a minha mãe falecera quando tinha 19 anos. Durante os anos que tive férias escolares, dei no duro a trabalhar ao lado dos jornaleiros, a colher e a malhar o milho, factores que me tornaram em homem e dar valor à vida.
- E como sacerdote?
- Em 17 de Dezembro de 1949 dei o sim. Fui ordenado na Sé do Porto e fui rezar a primeira missa a Fátima, na Capela das Aparições. E fi-lo pois tinha prometido a N. Sra. de Fátima que se me curasse e chegasse a padre, a primeira missa seria lá. Fi-lo contra a vontade do meu tio Cónego, que pretendia que o fizesse em Espinho. Finalmente a Missa Nova seria realidade a 6 de Janeiro de 1950, na minha terra natal, Loureiro, onde um povo em festa recebeu-me como ilustre filho da terra.
- Até chegar a Paços de Brandão, por onde andou?
- Depois da missa nova continuei em Loureiro auxiliando o Padre Laranjeira, muito meu amigo. Sentia-me tão bem na minha terra, quando em Junho de 1950, o bispo D. Agostinho indigitou-me para paroquiar uma pequena freguesia, Macinhata da Seixa, perto de Lassalete, onde estive 12 anos.
- E como veio cá parar?
- Sentia-me bem em Macinhata, terra que gostava e amava, mas um dia recebi uma carta de D. Florentino, apontando esta terra como destino, envolvida em reboliço e que não conhecia. Estava visto que o meu tempo de sossego terminara e que um enigma me esperava. Eu recusei mais do que pude, mas o destino me dizia que esta seria a minha aventura. Esta seria reforçada, porque entretanto recebera umas cartas de ameaças, que se viesse para cá me matariam. Depois de muitas pressões do Bispo e com a maestria do Abade de Rio Meão, Joaquim Lamas, que já paroquiara a mesma, sempre fiquei menos medroso e aceitei o desafio. Vim ficar a Rio Meão na noite e na manhã seguinte entrei na sacristia da Igreja de Paços de Brandão, à espera da minha primeira porrada. E devia ter visto a cara dos paroquianos quando disse: "Sou o vosso novo Abade." Antes que falassem reforçei a minha posição e ninguém me fez mal; esse dia guardo-o no coração: 29 de Outubro de 1961.
- Sentiu apoio dos paroquianos?
- Os primeiros tempos foram complicados, pois tive de me bater com algumas forças, mas aos poucos fui sendo aceite, os que não me aceitaram foram correctos e a maioria ficaram satisfeitos com o novo abade. Tornei-me mais respeitado a partir do momento que comecei a fazer obras e a dizer pró que vinha: fiz reformas na Igreja, construí a residência paroquial, construí uma creche no antigo salão, apetrechei o mesmo com salas para catequese, que não havia pois as mesmas eram em casa de particulares, lançando obra na restauração do salão paroquial, construindo no cimo uma sala de convívio para a juventude. Não foi fácil porque a Tuna local tinha como sua sede e café nos baixos do salão, e tiveram de sair contrariados, deixando mossas entre a minha pessoa e os directores. Era obra necessária e custou-me fazê-la.
- E foi acusado que era contra a tuna?
- Não é verdade, pois senti sempre orgulho na terra que tivesse uma tuna, até eu próprio aprendi a tocar violino, mas as coisas foram difíceis, entre eles estava o teu Pai, que é pessoa que admiro e respeito, mas as coisas extremaram e acabou como tal.
- Qual a verdadeira obra que sonha acabar ?
- A reconstrução da Igreja, alargá-la, torná-la mais cómoda, restaurar as pinturas do tecto; depois reconstruir um novo salão, alargar o cemitério e construir uma capela mortuária. Tenho o apoio das quermesses, das confrarias, das associações, das pessoas importantes da terra, do povo mais humilde que é cristão, de vários ministérios como catequistas, acólitos, etc. Este será o meu sonho e será OBRA de todos e não minha.
- Como têm sido as relações com os padres naturais desta freguesia?
- Esta terra foi terra de sacerdotes, continua a sê-lo em dia com os padres: Sá Couto, Joaquim Correia, Dr. Amorim, Antero, entre outros, geração abençoada por Deus. Ultimamente não têm sido ordenados padres, mas é terra de crentes e ligados à igreja.
- E como repto final, o que gostaria de dizer aos seus paroquianos?
- Sinto-me honrado de ter vindo para esta paróquia, que já sinto como minha. Gostaria de cá morrer e cá ficar. Cheguei de noite e quero partir de noite, para que passe como uma simples sombra. Mais não fiz do que cumprir o que prometi a Deus e servir os homens.
(RÁDIO POPULAR DE GAIA, 22 DE ABRIL DE 1984)

Paz à sua alma e respeitosamente peço-lhe a sua bênção e que DEUS cumpra com a sua parte, juntando-lhe aos que cumpriram com a sua MISSÃO…

ATÉ UM SEMPRE, AMIGO JULIÃO ….


Bardo da Lira

Arcos 2010 - Portela "Cataventos"

3º Classificado

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Estrelas cadentes "Perseidas" visivel na noite de hoje


"A madrugada de hoje promete um espectáculo de estrelas cadentes. As condições atmosféricas estão de feição, a lua nova não emite luminosidade o que permitirá uma boa observação do fenómeno astronómico anual das Perseidas.
Os astrónomos prevêem que o cruzamento da Terra com a cauda do cometa Swift-Tuttle proporcione o melhor espectáculo de chuva de estrelas na madrugada de 12 para 13 de Agosto.
As Perseidas acontecem todos os Verões. Começam a estar visíveis em Julho e têm um pico entre 8 e 14 de Agosto.
As estrelas cadentes acontecem quando poeiras cósmicas entram na atmosfera terrestre e entram em combustão, com uma velocidade média de 52 quilómetros por segundo. Até domingo, no hemisfério norte, será possível observar uma estrela cadente por minuto, um máximo de 100 por hora."

Em Paços de Brandão, este fenómenos será também visível obviamente, assim aqui através do Engenho, recomendam-se sítios com pouca luz e obstáculos físicos de forma a ver bem o céu, sobretudo na direcção Norte/Noroeste, e que se tente encontrar a constelação de Perseu, que fica perto de Cassiopeia, que é uma espécie de "W" invertido.

Arcos 2010 - EB1 da Igreja "25º Aniversário da elevação da freguesia a vila"

2º Classificado

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

PS de Paços de Brandão - Esclarecimento sobre artigo de opinião do Terras da Feira

Enviado por e-mail:

Na edição 2011 de Segunda-Feira, 09 de Agosto de 2010 do Jornal "Terras da Feira", foi publicado um artigo de opinião assinado por Carlos Neves, relativamente à Intervenção na Quinta do Engenho Novo. Ora, até aqui nada de anormal. Sucede porém que o meu nome é Carlos Manuel Alves Neves e sou, respectivamente, membro da Assembleia da Junta de Freguesia de Paços de Brandão, em representação do partido da oposição PS, Presidente do Centro Social de Paços de Brandão e empresário nesta prestigiada freguesia. Dada a minha notoriedade nesta Vila, vários artigos da minha autoria assinados como Carlos Neves, são publicados na imprensa regional e local, mais concretamente no Notícias de Paços de Brandão. Ora, tal coincidência em publicar um artigo de opinião sobre a intervenção na Quinta do Engenho Novo assinado por um suposto Carlos Neves, leva-me a dirimir, por completo, quaisquer ligações que possam, efectivamente, vir a fazer com a minha pessoa, demarcando claramente a minha pessoa do mesmo.
No intuito de salvaguardar o rigor e a objectividade da informação, e a garantir o direito ao meu bom nome, à minha imagem e à minha opinião, que é contrária ao artigo publicado, solicito que seja publicado uma referência a esse mesmo artigo onde conste a correcta identificação do autor e fotografia do mesmo, de forma a desmistificar o mesmo, referindo objectivamente não ter nenhuma ligação, com Carlos Neves, membro da Assembleia da Freguesia de Paços de Brandão, saliente-se a coincidência - recentemente este assunto foi amplamente debatido em Assembleia.

Naturalmente que os diminutivos Carlos Neves, existem, e não sou o único a usar o primeiro e último nome, mas ditam as regras da transparência que sempre que se pública um artigo de opinião num jornal, com críticas ao executivo político de uma freguesia e sem ligação institucional, o mesmo deve claramente identificar o seu autor, e a julgar pelo aqui exposto, esse não foi o interesse demonstrado nesse mesmo artigo.

Carlos Manuel Alves Neves

Nota do Administrador: O Engenho lamenta esta confusão que se gerou entre os nomes dos autores, pois tudo indiciava tratar-se de Carlos Neves do PS. Assim sendo e porque é totalmente justificada a solicitação, publicamos este texto de esclarecimento enviado.

Arcos 2010 - Abelheira "O Broquista"

O Engenho vai publicar, nos próximos dias, imagens mais ou menos detalhadas de cada um dos oito arcos que fizeram parte da Festa 2010. Vamos começar pelo que se classificou em primeiro lugar, e que foi o da Abelheira com o tema "O Broquista".

1º Classificado


segunda-feira, 9 de agosto de 2010

A Quinta do Engenho - A rentrèe política do PS em Paços de Brandão?


O nosso "pasquim" de referência concelhia, isto é, o "Terras da Feira", trazia esta semana um curioso artigo de opinião assinado pelo nosso estimado líder da oposição Carlinhos das Neves! E não é que a intervenção realizada na nossa Quinta do Engenho Novo continua, afinal, a ser tema de muitas controvérsias. Apesar de muito daquilo que refere no seu artigo já ter sido também defendido aqui no Engenho em várias ocasiões, não deixa de ser estranha e curiosa esta sua postura crítica. E tudo isto após ter, em assembleia de freguesia, defendido algo diferente!
Aliás, até fez alguns elogios ao projecto que lhe foi apresentado em visita às obras que decorriam por parte do executivo!
Depois de umas prestações muito boas nas últimas assembleias, tememos que o nosso "senhor oposição" esteja a perder qualidades! Se calhar, em vez de fazer uma (re)entrada como esta, que não podia ser mais desastrada (ainda para mais no "pasquim" alaranjado!), devia era voltar a tirar umas novas férias! Desta feita, mais descansadas, para rever as suas posições, pois nesta entrou completamente "fora-de-jogo"!

Mozelos - O Poeta desconhecido (parte 3)

Brasão
Goda, alça gótica, suspensório dos visigodos
Burgo de seixos, rude e despido de ociosos
Para muitos, estação agrícola semeada de engodos
Rica de enviados - e ou não - regressados de terrenhos untuosos.

Hino
Pátria do Ti Zé Queixeirinha
historiador de montes e tapadas
Literato de actos, em reservas de analfabetismo

Desenhador de feixes nas montadas
noivo das cobras, dos sardões e das mulheres que não tinha
Arruador enxadado, urbano cheio de godo e de carismo

Goda, Goda, Goda...

Que tudo corta com poda...

Nobre aldeia sem igreja
E até mesmo sem capela
Fértil de matos e de carqueja
E muito feijão na panela

Mas dona de belas alminhas
Quase vazia de coroas
Mas cheia de belas velinhas
Depositadas por gentes boas

Goda, Goda, Goda...

Humilde mas sempre na moda...

Terra de eiras e de sentieiras
Do homem bom e da mulher amada
Branqueada pelas morenas lavadeiras
No tanque dos patais, do ermo e da ramada

Goda, Goda, Goda....

Sem festas mas com muita boda...

Epilogo
Poderia ir mais longe a culpa já vem dos anos
e a memória atraiçoa
Saudações para todos os conterrâneos
que fiquem todos numa boa

Que me perdoem os vivos
que dos mortos estou perdoado
Longa vida aos que estão erguidos
e paz aos que estão deitados

Foi assim, que Goda entrou na história
Ao mesmo tempo que nasceu
Sem mim. Goda não teria glória
Sem Goda. Mim não seria eu.

Antanho Esteve Calado (Fernando Oliveira)

domingo, 8 de agosto de 2010

O Bardo na Viagem Medieval (II)

Enviado por e-mail:


A viagem chega hoje ao fim e, no fundo, foram 12 dias de pura adrenalina, com um pouco de cansaço, mas nada substituiu o que por todos foi sentido; foram tribunais públicos, as alcoviteiras e alcoites, as vendedeiras do mercado, o vendedor de Aires da montanha e mezinhas, a vendedora de cornos, a feiticeira, as leituras de pregão, as arruadas pelas ruas de Santa Maria com a carroça dos presos, os vadios, as gazuas, os bêbados, os pedintes etc., etc. Foram noites de autenticidade envolventes entre público e actores, tudo em harmonia contagiante, que irão ficar na história das Viagens, onde o talento de Carlos Reis fica bastante alto e receita-se… Estou feito em frangalhos mas tornaria a fazer as mesmas diabruras, os mesmos pregões e praguedos, inserido numa equipa de 40 pessoas, que deram o melhor que tinham e fizeram-no bem …


Para memória futura deixo alguns pregões e até um dia:

AS ALCOVITEIRAS:

MULHER 1
Vizinha! Oh vizinha, tendes de vir à minha porta! Tenho lá uma obra de arte! É assim um bocado para o torto, tendes de ter cuidado a pegar, porque senão parte!

MULHER 2
Jurais por S. Sebastião?

MULHER 1
Juro pela alma do meu irmão que Deus lá tem! Vossa mercê fica ou vem?

MULHER 2
Já que insistíeis tanto

MULHER 1
Ireis ver... é mesmo um espanto

MULHER 2
Vamos lá ver a peça tal! Parece que nunca se viu igual! Onde está ela... Essa peça assim tão bela?!

MULHER 1
Aí mesmo no chão

MULHER 2
Mas isto é caca de cão!

MULHER 1
Sim... mas tendes de ter cuidado ao pôr a mão, que isso pode esfarelar! É que ainda não está bem dura foi cagada há pouco tempo parece estar pronta para vossa mercê moldar! Se estivesse mais calor e um pouco de vento já tínheis pronta a escultura!

MULHER 2
Estais louca ou zombais com minha pessoa?

MULHER 1
Não, não mulher! Estou de mente boa! Só vos queria dar uma lição! Vós deixastes á solta o vosso cão e ele andou a passear e a cagar. Até o fez aqui à porta do meu lar!

MULHER 2
Não se zomba assim com uma dama

MULHER 1
Não deixásseis à solta o vosso animal! Que não torne a acontecer!

MULHER 2
Prendei vós o vosso marido à cama! Ele é que se anda a portar mal!

MULHER 1
Que dizeis, que estais a dizer?

MULHER 2
Digo que o vosso marido anda a fornicar e não é com a esposa do seu lar!

MULHER 1
Vamos já tirar isto a limpo tal mentira não consinto! Onde esta essa cadela?!

MULHER 2
Não sei, podemos ir à procura dela! Olhe, lá está ela...!

MULHER 1
Com que então sois vós cobra peçonhenta com o meu marido me andava a enganar! Ai que eu parto-lhe a benta, e parto a benta a vós também não sois filha da tua mãe, não sois filha de ninguém!

MULHER 3
Quem sois vós para assim me tratar?

MULHER 1
A mulher do marido com que andastes a fornicar

MULHER 3
Ah é vossa mercê a cornuda sorridente!


BATOTEIRO DOS DADOS CHUMBADOS OU FALSOS

SEBASTIÃO FERREIRA
Com que então fostes vós o galego cão que me quis atraiçoar!
Tentastes a mim enganar mesmo por baixo do meu nariz!

TOMÁS TADEU (BATOTEIRO)
Que dizeis! Quem sois vós homem petiz?!

SEBASTIÃO FERREIRA
Sebastião Ferreira! Homem honesto das terras da feira. E vós fi de puta de sandeu?!

TOMÁS TADEU (BATOTEIRO)
Me chamo Tadeu, Tomaz Tadeu. E quem pensai que sois pra me tratar de tal maneira?

SEBASTIÃO FERREIRA
Calais-vos cornudo boi, chegai-vos cã a beira e batei-vos com lealdade

TOMÁS TADEU (BATOTEIRO)
Vossos filhos irão perder a paternidade!

VENDEDOR DE AR E MEZINHAS

Mezinha para todos os males:

Eu te benzo eu te talho,
Com a ponta deste ramalho.
Dois peidos meus e dois do cão,
Vai-te embora que já estas são.
Remédio para a caganeira:

Mas que é isto? Mas que é isto?
Que é que te aperta o cu?
Um lagarto ou foste tu?
Tem uma grande disenteria,
Como quem diz, caganeira, e veja lá não se ria
Dessa maneira.

Eu te benzo eu te talho
Com raminho de oliveira
Dois peidos bem á maneira
E lá se vai a caganeira.

Bardo da Lira

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

O Fogo que o povo paga

Acabou na terça-feira mais uma edição da Festa dos Arcos.

No final da tarde decorreram os habituais jogos tradicionais e à noite subiram ao palco artistas de prestigiado nome. Antes de Ruth Marlene, subiu ao palco o Presidente da Comissão de Festas, já apresentado no prospecto das mesmas. Falou firme e vaidosamente em nome de todos os que tímidos não o acompanharam.
Nostálgico momento esse se na memória residir a ideia de que foi assim que há um ano atrás começou o lançamento desta figura politica para as autárquicas da terra.
De seguida, a Ruth fez o que sabia com o seu grupo, que a todos foi animando noite fora com direito a bebidas oferecidas pelos concessionários das barraquinhas, já que da comissão de festas nem sinal…
As barraquinhas, este ano, e não sabemos porquê, eram só duas. Talvez o preço do aluguer do espaço (?). Bom, esforçaram-se o suficiente para ninguém passar sede…
Ia a festa animada e a titulo de agrado a assistência gritava por “mais uma” quando o convidado da artista, o Marcus, se dispunha para cantar para a assistência que brindou a comissão de festas com a sua presença.
De repente e para espanto de todos a mesma comissão de festas mandou disparar o fogo de artificio, abrindo com uma autêntica explosão por cima de todos os que se divertiam.
Em pânico lá se arrumaram e convenceram-se que aquilo ia ser um regalo para os olhos. E foi. Para os olhos dos que desde as 10 horas ocupavam tudo quanto era lugar para se sentar, porque para os que em frente ao palco se divertiam foi um tal levar com a cinza desse desperdício a que chamam fogo preso ou coisa que o valha.
Fica o recado para a comissão de festas. Tratem bem o povo. Não lhe enviem cinza para os olhos quando se divertem nem estraguem o negócio daqueles que vos pagam o espaço a peso de ouro, para depois serem amordaçados dessa maneira. Nós estamos aqui, e o João também…

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Festa dos Arcos 2010

Pela sua importância, voltamos ao tema Central da Festa dos Arcos: Os Arcos.

Este ano, e não descorando os anteriores, a Festa dos Arcos contemplou-nos com autênticas maravilhas de artesanato:

Os temas:

1 – Portela – “Cata-ventos
2 – Valas – “Primavera”
3 – Centro Social – “Escudo Nacional”
4 – Abelheira - “O Broquista” –
5 – Escola da Póvoa – “Terra
6 – Corgo – “Festa das Cruzes de Barcelos
7 – EB1 da Igreja – “25º Aniversário da Elevação da Freguesia a Vila
8 – Cerrado – “Torre de Belém

Estão de parabéns, em particular todos os que os realizaram, porque todos os arcos foram bastante trabalhosos e o resultado foi fantástico. Os temas tratados são bastante diversos e criativos. De realçar a entreajuda mostrada entre os elementos/ componentes de cada arco, patente à medida que iam chegando ao arraial.




Na TV
Dias antes e como relatado aqui, a televisão a pedido insistente de pessoas envolvidas na feitura dos arcos, fez uma reportagem transmitida para todo o país. Deveria estar também no dia da chegada dos Arcos ao arraial ou noutro depois de esses estarem expostos porque é uma festa única no país. Isto é cultura que deve ser mostrada a Portugal e ao Mundo, mas neste aspecto a comissão de festas ficou por aquilo que os Brandoenses já estão habituados.

O Transporte
Como já é habitual, a animação do arraial, esteve a cargo dos “Amigos da Concertina” de Barcelos que nos cantaram e tocaram as cantigas brejeiras, tão próprias da região Norte enquanto os arcos iam sendo erguidos no arraial. Os bombos que acompanhavam os arcos na sua chegada até ao arraial eram de Souselas. Animando as nossas ruas atraiam a atenção das pessoas ao arraial.


A Classificação
Acabada a Missa Solene de Domingo e reunida a comissão de festas com representantes de colectividades e poder autárquico fez-se a votação.

1º Lugar: Abelheira - Tema: O Broquista
O Arco que ganhou este ano foi o do lugar da Abelheira, que já nos habituou aos arcos de cortiça, sempre imaginativos e trabalhosos. Já se fez homenagem a figuras Brandoenses, nacionais e figuras mundiais, como por exemplo o Papa João Paulo II. A figura referida no painel este ano é a do “Broquista”, que é uma realidade bem conhecida para todos nós, uma vez que a indústria da cortiça está muito presente e implantada na nossa zona. Toda a estrutura estava coberta por rolhas de uma forma muito original. O desenho do quadro central, é composto por pó cortiça. O candeeiro, bastante bonito, a simplicidade e a nobreza do material, a cortiça.

2º Lugar: EB1 Igreja - Tema: 25º Aniversário de Elevação a Vila
Com base na colagem de canas e fósforos este arco é uma pérola de artesanato que fala por si. Aliado à riqueza do tema para esta vila, deslumbra-se o artesanato num expoente raro de detalhe e riqueza no resultado final.

3º Lugar: Portela – Tema: Catavento
Este arco, é feito de um material que julgamos nunca ter sido utilizado antes, o silicone. O tema é o catavento, algo que não que se vê com muita frequência, nos nossos dias. A realçar o candeeiro, que está realmente muito bonito e original. Tem também bastante trabalho e está muito simples.


3º Lugar: Centro Social – Tema: Escudo
O tema deste arco é o nosso saudoso “Escudo”. Tem uma estrutura simples, mas muito bem conseguida. Um símbolo nacional que todos bem conhecemos. Feito em ferro e toda envolvência deste arco é em corda, tendo como base as cores nacionais. O Centro Social tem-nos presenteado com belos arcos.

3º Lugar: Corgo – Tema: Festa das Cruzes
O arco do Corgo é sobre a Festa das Cruzes, de Barcelos, que tem também características únicas no nosso país. Tem como elementos de decoração grão de bico, feijoca, feijão, tiras de plástico e tiras de pano (com que se fazem tapetes, sacos e outros objectos). A destacar a Nossa Senhora do Ó, assim como elementos comestíveis (cebolas). Este lugar é constituído por pessoas que têm uma grande imaginação e criatividade. Todos os seus arcos são bonitos, coloridos e artesanais. Alias, este lugar prima sempre por uma participação com muita alegria e jovialidade.


3º Lugar: Escola da Póvoa – Tema: A Terra
A Escola da Póvoa optou por um tema que consideramos muito importante e actual: a Terra. A sua mensagem é clara e simples. Decorado com pinhas, o seu candeeiro é também muito original. O modo como tratamos a Terra hoje vai determinar o futuro de amanhã para todos nós.

3º Lugar: Cerrado – Tema: A Torre de Belém
Mais uma referência nacional a algo que tanto estimamos: a Torre de Belém. Decorado com trigo, massas, deu certamente muito trabalho. Aliás, o Cerrado já nos habitou a arcos muito bonitos que vão retratando os nossos monumentos nacionais. Uma maneira de chamar a atenção para a sua preservação. Muito trabalhoso e bonito.

3º Lugar: Valas – Tema: Primavera
O lugar das Valas, tal como o do Corgo, tem arcos com características muito próprias, que lhe confere uma beleza muito grande e um colorido muito especial. São sobretudo artesanais, como se pode ver pelas borboletas, os girassóis, a roupa do espantalho em lã e os vira-ventos. Como se pode ver o tema é a “Primavera”. Um arco colorido e cheio de vida.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Sondagem aos nossos leitores sobre os arcos de 2010


Finalizada que está a festa dos arcos 2010, e encontrado o arco vencedor deste ano pelo júri do costume, no Engenho decidimos fazer algo de inédito, ou seja, dar a oportunidade aos nossos leitores para opinar sobre o assunto, votando naquele que consideram ser para si o melhor arco!
Para isto, colocamos no lado superior direito do blog, um campo de votação, onde cada leitor pode deixar o seu voto no arco da sua preferência. Paralelamente a esta votação, vamos colocar uma série de artigos com imagens e dados detalhados sobre cada um dos arcos expostos, para ajudar na decisão de votar.
Com esta iniciativa não pretendemos criar clivagens nem tão pouco colocar em causa a votação já feita. Pretendemos apenas contribuir, para aferir com maior justiça sobre qual é efectivamente o melhor arco de 2010 para os Brandoenses. A votação termina a 30 de Setembro.

terça-feira, 3 de agosto de 2010

C.D. Paços de Brandão - Plantel para a época 2010-2011

Enviado por e-mail:

Mozelos - O Poeta desconhecido (parte 2)

Poema:

A minha terra!... Goda


Lugar da freguesia de Mozelos, concelho da Vila da Feira, distrito de Aveiro. O país! Já adivinharam.

Origem

A minha terra é das mais antigas do planeta
pois nasceu exactamente no mesmo momento.
Podia ser mas não quer ser cidade!...

É terra carreira quase sem papel e sem caneta
que vive de muito trabalho e com pouco alimento.
O que não lhe dá qualquer estatuto de superioridade.

Que se abençoa de não ter coto nem perneta
que dá aos pobres quando dos ricos espera sustento.
E que possui a sua percentagem de mediocridade.

Particularidades

“Todas as terras têm as suas figuras dissimétricas
Burlescas, grotescas ou carismáticas
Miseráveis, governadas ou eclécticas
Regressivas, progressivas ou estáticas
Anímicas, laicas ou proféticas
Broncas, abcdadas ou académicas...”

Situação

Quase à beira mar plantada
entre Espinho e o Picoto
Não possuí castelo igreja ou estação.

Pela estrada nacional atravessada
do alto de Argoncilhe até aos limites do Souto.
Não tem meios mas tem coração.

Chamam-lhe de Santa Maria. Terras queridas dos Afonsos
Repleta de príncipes de súbditos e de absconsos.
Filha de Mozelos, irmã querida de Prime, prima germana da Vergada.
Inserta entre morros doces, e terrenos férteis, com bela fonte regada.
Noiva de Pousadela, apadrinhada por Argoncilhe.
Protegida por Olivães a norte e a sul por Ermilhe....

Fernando Oliveira

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

O Bardo na Viagem Medieval (I)

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De novo, já são cinco as minhas participações. Paços de Brandão está representada de novo pela nossa malta a mando do grande Carlos Reis (onde estou incluído) e pela malta do CIRAC, cicerones deste evento desde o inicio; são 12 dias de etérea loucura, onde os medievos misturam juventude com a veterania, deixando a sua marca indelével. Este ano estamos na PRAÇA DA VILA, onde representamos a Feira, as Vendedeiras, os Pedintes, Ladrões e o Tribunal Público, representadas por amadores com mestria, dirigidos pela paciência de Carlos Reis e Susana Gomes, tendo sido os primeiros dias e noites de esplêndido convívio e sã experiência, irrepetíveis.
Os textos e representações nasceram do grande Carlos, mas é dado ao colectivo a ordem ao improviso e, por isso, são representações soltas, que são sempre originais, apesar do texto ensaiado; alguns jovens têm-se sobressaído e representam positivamente uma mais-valia, factor que assegura o futuro e sossega os mais idosos, como é o meu caso, já um pouco derreado, como mostra a foto abaixo (Praça da Vila).
A praça era um espaço público e polivalente por excelência, sempre frequentada quer por moradores quer por forasteiros. As praças tendiam a ser cada vez mais, palcos preferenciais de alguns rituais urbanos. Habitualmente, em frente à igreja ou à Casa da Câmara eram locais muito frequentados por quem acorria a esses edifícios. À Casa da Câmara convergiam diariamente muitos habitantes que tinham de tratar dos mais diversos assuntos, desde a licença de venda à resolução de um conflito pela posse de um pedaço de terra. Na Idade Média era ponto assente que todos os actos comerciais deviam realizar-se pacificamente e à vista de toda a gente, sendo que existia a garantia de “paz da feira” e o carácter público do mesmo. Os açougues situavam-se nas praças onde se vendia a carne de talho e o peixe do mar. No chão da praça, em bancas ou tendas desmontáveis vendia-se de tudo, desde pão cozido e sobretudo muita, muita gente que regateava e gesticulava. Alpendres, arcos e portais serviam de moldura a este quadro vivo, para além das ricas casas de um ou dois pisos e no rés-do-chão das mesmas, ficavam as tendas dos mercadores de panos, das especiarias, dos ourives, dos tosadores, dos correeiros, dos sapateiros e outros oficiais que expunham os seus produtos em poiais ou tabuleiros.
Era na praça que os serviçais se ofereciam para trabalhar e eram contratados, que as mulheres da mancebia angariavam clientela. Os mendigos e estropiados que nada tinham a vender, expunham a sua miséria à compaixão dos que passavam e ofereciam-lhes a troco de uma esmola a oportunidade de ganhar o céu. Os ladrões e vagabundos limitavam-se a espiar aguardando a ocasião propícia para extorquirem dinheiro. Os moços jogavam às cartas e aos dados o que os tornava larápios, tafuis e arrenegadores. Sendo um espaço altamente polivalente, tem também a sua função pública e judicial. Nesta estava presente a picota e o pelourinho e os edifícios da casa da Câmara e a cadeia e nalguns casos pelo campanário ou a torre do relógio. O pregão era lançado na praça e o facto de se dizer em praça significava anunciá-lo publicamente. Aqui se situava o paço dos tabeliães onde se lavravam as escrituras, cumpriam-se as formalidades requeridas antes do emprazamento de uma propriedade, o pregoeiro do concelho devia dar três voltas à praça com um ramo verde na mão apregoando a dita propriedade. Se aparece candidato, deveria meter-lhe na mão o ramo verde dirigindo-se ambos ao paço dos tabeliães onde formalizavam o contrato. Açoites, empicotamento, enfreamento de mulheres ditas “bravas” e mesmo as mutilações eram castigos banais no pelourinho. Eram também na praça que os justiçados de baraço ao pescoço e mãos atadas iniciavam o seu percurso pelas ruas da cidade acompanhados do pregoeiro que anunciava a razão do castigo.
Por isso, a todos os brandoenses que visitem a Feira, vejam o nosso espectáculo na PRAÇA DA VILA, todos os dias pelas 22 horas.

Saudações amigas, o vosso amigo Bardo

Bardo da Lira