sexta-feira, 30 de novembro de 2012

BE - Eleições intercalares em Esmoriz

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Eleições intercalares para a Junta de Freguesia de Esmoriz




O cabeça de lista do Bloco de Esquerda nas eleições intercalares à junta de Freguesia de Esmoriz é o professor de Educação física e treinador de voleibol, Carlos Jorge Sanches Ferreira, com a idade de 34 anos.

O panorama político esmorizense foi marcado, nas últimas décadas, por uma falsa alternância de forças políticas, cuja origem e a falta de rumo foram sempre as mesmas. O culminar desta tragi-comédia resulta da incapacidade do último executivo, às mãos do Partido Socialista, em manter a coesão interna, assim como a harmonia necessária no seio da Assembleia de Freguesia. Desde as eleições autárquicas de 2009, Esmoriz anda à deriva. Esmoriz necessita de novos atores políticos, novas ideias, novas atitudes.

Grupo de cavaquinhos sénior em Paços de Brandão



Paços de Brandão, sempre foi uma terra com grande tradição na música, seja através de colectividades, como são o caso do CiRAC ou da Tuna de Paços de Brandão (mais conhecida por Academia). Ou mesmo pelos seus executantes de onde podemos destacar o sempre saudoso Sr. Aires, que tanta gente ensinou os seus saberes musicais.

De acordo com a informação que chegou ao Engenho, no inicio deste Verão, e por iniciativa do Sr. Lino do Brás, formou-se um grupo de cavaquinhos, constituído exclusivamente por "jovens" maiores de 60 anos! Assim sendo, todas as quintas-feiras, este grupo têm-se reunido numa sala cedida a título gracioso pela nossa Junta de Freguesia (tendo em conta que o nosso Mino nem faz grande coisa, esta realmente merece mérito!) e por lá se vão ensaiando alguns acordes com dedicação e paciência. Além do cavaquinho, também se está a tocar bandolim, guitarra e viola.

Desde já, o Engenho saúda esta iniciativa, e esperamos que a breve trecho possamos todos apreciar os dotes destes tocadores. Ficamos por isso com a curiosidade aguçada para ver o que daqui vai sair!


CD PAÇOS DE BRANDÃO - MAPA JOGOS - 1/2 DEZEMBRO 2012

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quarta-feira, 28 de novembro de 2012

CONTRIBUTO PARA A HISTÓRIA DA PARÓQUIA DE SÃO CIPRIANO DE PAÇOS DE BRANDÃO - 3



Por: Carlos Varela

                        DO PALATIOLO  AO  PAÇOO




Em as «VILLAS» do Norte de Portugal encontra-se uma descrição, deveras interessante, e que nos leva a ter uma melhor percepção, do que era, no tempo dos Romanos, um «palatium»: - «Com o seu terreno fresco e abundante de nascentes, era uma pequena propriedade, regulando por 60 hectares, repartidos agora por quatro casais de lavoura e cinco cabanas. Uma gleba denominada – campo de paço (palatium), está a revelar a sua organização romana; nele esteve a villa urbana, a antiga habitação do dominus, do primeiro proprietário deste prédio».

Foi a vivendas, semelhantes à descrita, que eram térreas, a que o povo chamou palatium (paço), menos pela aparência grandiosa que não tinham, mas por estar nela a administração de seu pequeno mundo e aí residir o dominus, quase o seu soberano.
Uma vez porém que a villa urbana por força havia de ter existido, visto ser um elemento essencial da ordem no regime romano e visigótico, a sua denominação própria, aparece-nos fixado na toponímia, encontramos já no ano de 747, em documentos da Galiza, um nome comum antigo – palatium, cuja significação se adapta a essa vivenda dominical – Palatio – Palatii – e em nossos documentos como – villa palatiolo  (ano de 922, 924 …) – palatio (ano de 950). Esta palavra foi de prática seguida e prolongada, sem o que não se teria gravado no onomástico local, contendo uma noção de autoridade ou de governo, adoptou-a aqui o povo no tempo romano para exprimir a habitação do proprietário , pois era este realmente quem governava todos os habitantes da «villa»; do mesmo modo então ela se chamava também «praetorium», cujo sentido no fundo é quase idêntico.

Em “OPUSCULOS”, Volume I – FILOLOGIA  (Pgs. 546 a 550), de J. Leite de Vasconcellos, Coimbra 1928 – Imprensa da Universidade, encontramos elementos para a história da palavra PALATIUM, que em parte vou transcrever:

«Ás vezes por motivos fonéticos e históricos as palavram experimentam, no decorrer dos séculos, transmudamentos curiosos, acontecendo que de uma que a princípio tinha certa forma e significado resulta, após muito tempo, outra ou outras muito diversas da primeira. Vou dar um exemplo.

Dos sete montes em que Roma fôra edificada, ou Septimontium, um chamava-se, como é sabido, Palatium, denominação talvez proveniente, como quer o Dºr. Walde, de palus, «estaca»: do que poderemos concluir que aí teria havido em data antiquíssima uma «estacada» ou «estacaria», defesa militar, que muitas vezes se observa em povos de carácter primitivo. No Palatium estabeleceu o Imperador Augusto a sua habitação, o que os sucessores continuaram fazendo. Disto veio o dar-se ao edifício o nome do sítio, e tornar-se palatium nome comum na acepção de «morada de monarca».

«…Este fenómeno que, aplicado individualmente ao estilo, os retóricos chamam metonímia, é muito corrente na língua moderna, e basta abrir um dicionário para encontrar, por exemplo: madeira, em vez de vinho produzido na Ilha da Madeira, etc.

Palatium tinha o adjectivo palatinus, por exemplo, colles platini. Este adjectivo aplicou-se naturalmente à morada imperial e à côrte: domus palatina ou «palácio imperial»; palatinus «dignitário do palácio», «cortesão». Este sentido de nobreza transparece no comes palatinus ou «conde palatino» dos antigos estados germânicos. Os Italianos, alterando um pouco a ideia, fizeram daqui paladino, no sentido de «herói cavaleiresco», e a palavra passou a França na forma de paladin, para a Espanha na de paladin, e para Portugal na de paladino, que tem a par também paladim.

O latim palatinus seguiu ainda outro caminho, passando à classe de cognome (romano), que com o andar do tempo veio a ser verdadeiro nome próprio. Nesse significado temos em documentos nossos do século XI Paladinu, a que correspondem os patronímicos Paladinici e Paladiniz. De Palatinu, como nome de donos de propriedades, veio Paadinho, hoje Padinho, que decerto se pronuncia pàdinho, nome de duas povoações nos concelhos de Fafe e Guimarães. No feminino há o moderno apelido da família Padinha, que sei se pronuncia padinha. Do genitivo Paladini, em compostos como villa Paladini, segundo um tipo muito usual na idade média, veio Paadim, que aparece no século XIII; e por último Pádim ou Pàdim, nome de seis lugares no Minho. Comparáveis a Palatinus, na qualidade de cognome romano, temos na nossa língua actual, pelo menos no aspecto externo, os apelidos Cortesão e Côrte – Real.

Voltemos a palatium, substantivo comum. Palatium designou na Idade Média, como tradição romana, a habitação do proprietário de um terreno: donde, por intermédio de paaço, que ainda existia no século XIV, vieram Paço e Paços, como nomes geográficos muito espalhados por todo o Portugal, com especialidade no Norte e Centro ou Beira, regiões em que a palavra teve seu berço. A Paço e Paços se ligam os diminutivos geográficos Pacinho e Pacinhos. Outro diminutivo geográfico é Pàçô, igualmente muito usado no Norte e no Centro, o qual, por intermédio das formas medievais (geográficas) Palatiolo, Palaciolo, ou melhor Paacioo, Paaçoo, provém directamente de palatiolum, à letra, «palácio pequeno», pronunciado no latim vulgar palatiólu.

Em alguns dos citados exemplos notámos que muitos nomes de povoações provêm de nomes próprios de indivíduos. Entenda-se que estes eram senhores de quintas, «villas», etc., que no decurso das idades aumentaram de moradores, e se tornaram aldeias e maiores povoações. Ás vezes acontece que os mesmos nomes geográficos passam a significar nomes pessoais: quantos apelidos não há, que soam Paço e Paços?…É possível que os apelidos  que se escrevem Passos, com dois ss, pertençam, em parte, à classe que estou estudando, embora alguns possam provir de ideias religiosas, isto é, de Senhor dos Passos, como Ascenção, etc.

Além da significação de habitação de um senhor ou proprietário, paço, ou o latinismo palácio, conserva a anterior tradição romana de «habitação de monarca». A todo o instante falam os nossos textos medievais de palatium Domini Regis, por exemplo mas Leges, p. 694, de 1260. Paralelamente a paço e palácio real temos paço episcopal, paços do concelho, e como nome próprio em Lisboa Terreiro do Paço, por paço de Governo.

Na língua usual chamamos por isso palácio a um edifício grande. Com paço real se relacionam os adjectivos arcaicos pàceiro e paaceiro  (títulos de cargos), e palaciano, forma restaurada da medieval pação, latim palatinus. É notável que assim como palatinus se tornou nome próprio, também palatianus. Os documentos medievais de Portugal têm Paaciano e Paaciana, como nomes geográficos do século XIII, provenientes de nomes de proprietários: o segundo está ainda hoje representando em Paçam, por Pàçam, ou Pàçã, nome de um lugar na Beira Alta.

E assim termino, pois me parece que fica justificada a afirmação que comecei por fazer: que as palavras têm muitas vicissitudes. No caso presente vimos que as estacas secas que constituíam a primitiva paliçada que foi Roma reverdeceram pujantemente, dando vergônteas que se tornaram, ora nomes de domicílios principescos, e símbolos de aventura, ora designações de pessoas e de localidades. Tão alto pôde subir a ramificação, que por palácio ou paço celeste entendem os crentes a morada de Deus, e já os pagãos diziam palácio de Jove!» 

Em conclusão ao que ficou dito da evolução e história da palavra que começou por designar uma paliçada e acabou Paço Real, resta-me apresentar as datas e documentos em que tal se passou, na Idade Média, ao nosso «PAÇOS» .

   Data                              documento                                       denominação
    773 (?)              Diplomata et Chartae – Doc. I        (a)  VILLA PALACIOLO
    992                   Idem                            - Doc. XXV         PALATIOLO
  1025                   Idem                            - Doc.CCLVII     PALACIOLO     
  1134                   Baio-Ferrado  (b)         - Doc.206          PALATIOLO
  1135                   Idem                            - Doc.209          VILLA PALATIOLO
  1137                   Idem                            - Doc.207          PALATIOLO
  1141                   Idem                            - Doc.210          VILLA PALATIOLO
  1146                  Ordre du Temple (c)     - Doc.CCCCIII   PALATIOLO
  1159                  Baio-Ferrado                - Doc.211          K(arta)PALACIOLO 

(a) – Além da data referente ao ano de 773 levantar algumas dúvidas, também a referência à «Villa Palaciolo» que lá se encontra, poderá não dizer respeito à nossa terra de São Cipriano de Paços de Brandão, no entanto é de notar que já naquela data e, a Sul do Rio Douro, tal denominação já se encontrava assinalada.   
(b) – Le Cartulaire BAIO – FERRADO du Monastère de Grijó  - Introduction et Notes de Robert Durand – Fundação Calouste Gulbenkian (CCP) – Paris 1971.
(c) – Cartulaire Générale de L´Ordre du Temple.

BE - Água ao preço do ouro em Santa Maria da Feira

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Para o Bloco, a concessão da água aos privados não representa mais nada que não seja um ataque aos munícipes e consumidores, como se tem provado ao longo dos tempos.
O estudo realizado pela Associação Portuguesa de Distribuição e Drenagem de Águas (APDA), revela que Mondim de Basto tem o preço mais baixo do país e que Santa Maria da Feira é o concelho com a água mais cara do país, onde a mesma quantidade de água custa sete vezes e meia mais. 

Aquando da concessão da água à empresa privada INDAQUA, a autarquia PSD de Santa Maria da Feira, apresentou o negócio como uma espécie salvação para a autarquia e para os consumidores.

Desde da entrega da concessão da água e saneamento à empresa privada INDAQUA, verifica-se que o negócio foi fabuloso para a empresa, mas altamente ruinoso para a autarquia, e calamitoso para o bolso dos habitantes de Santa Maria da Feira.

Graças ao vergonhoso negócio realizado entre a Câmara Municipal de Santa Maria da Feira e a INDAQUA, os feirenses pagam a água mais cara do País, desembolsando também uma das mais elevadas taxas de saneamento que os consumidores pagam em Portugal.

O despudor é tanto que chegam ao cúmulo de enviarem facturas aos consumidores a exigir o pagamento de taxas de saneamento, onde nem sequer passa a rede.

Para o Bloco de Esquerda a água é um bem público que deve estar dentro da esfera pública e nunca ir para as mãos dos sanguessugas que esvaziam os bolsos aos consumidores, fazendo riqueza à custa de um bem que brota da natureza e que é de todos nós.

Por isso, o Bloco de Esquerda exige a remunicipalização destes serviços, o que fará baixar os seus preços, retirando a água da lógica do lucro e colocando-a na lógica do bem público.
A Câmara Municipal de Santa Maria da Feira, já em 2013, irá iniciar o processo de renovação do contrato com a INDAQUA. Para o BE esse contrato tem de ser rompido de imediato em nome da defesa do interesse público.

O BE relembra que da estrutura acionista da INDAQUA faz parte a toda-poderosa Mota-Engil. Será que vamos continuar a encher os bolsos dos acionistas desta empresa à custa de negócios, onde o interesse público fica sempre a perder e esta empresa ganha sempre?

BE - Pedro Filipe Soares sobre o orçamento de estado na Assembleia da República

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O deputado do BE, Pedro Filipe Soares, eleito pelo distrito de Aveiro, fez três intervenções sobre o orçamento de estado na Assembleia da República

1.    Pedro F. Soares: “Temos uma maioria fanática pela austeridade”. O deputado Pedro Filipe Soares critica o “enorme aumento de impostos” previsto no OE'2013, que todas as famílias portuguesas conhecerão em janeiro, e apresenta as propostas alternativas do Bloco a este “roubo fiscal”. Ver vídeo

2.   Pedro F. Soares: “Bloco propôs alternativas que defendem a economia e os salários das famílias”. O deputado Pedro Filipe Soares propõe que as seguradoras, as entidades gestoras dos fundos de pensões, tenham sobre o seu lucro a obrigação de uma contribuição extraordinária de 7%, em 2013, mais uma proposta do Bloco “que demonstra que há alternativas à austeridade”. Ver vídeo

3.    Pedro F. Soares: “Novo regime do IMI proposto pelo Bloco traz justiça a este imposto”. O deputado Pedro Filipe Soares afirma que “é evidente que há alternativas à destruição do país” e por isso o Bloco propõe um novo regime do IMI, “instituindo o princípio da progressividade nesta taxa e acabando com as isenções que em 2013 custarão 851 milhões de euros ao Estado”. Ver vídeo

CiRAC 19º Encontro de Teatro 2012 - “E tudo o casamento levou”

Pedido de divulgação enviado por e-mail:


O espectáculo terá lugar no Auditório do CiRAC e trata-se de uma comédia. “E tudo o casamento levou” é uma peça de teatro recheada de momentos hilariantes, que nos conta a vida de um casal desde o seu casamento. Rimo-nos por eles serem um homem e uma mulher, que vivem juntos, que se amam. E depois reconhecemos nas suas palavras, nas suas situações, coisas estranhamente familiares e rimo-nos ainda mais. Almeno Gonçalves e Maria João Abreu, dois ícones do teatro e da televisão portuguesa, aceitaram o convite para engrandecer ainda mais o nosso 19º Encontro de Teatro | Paços de Brandão’12.
O espectáculo será Sábado, dia 08 de Dezembro de 2012, pelas 21h45, no Auditório do CiRAC, em Paços de Brandão.

O bilhete terá um custo de 10,00 € .

Se necessitarem de mais alguns dados, por favor, não hesitem em contactar-nos…

Bússola - Imagina-te AQUI na Terra dos Sonhos

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PCP - Pergunta escrita ao Parlamento Europeu sobre Ribeira de Riomaior

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Numa visita recente ao concelho de Santa Maria da Feira pude verificar o estado de conservação deplorável em que se encontram vários cursos de água da região – em especial nas freguesias de Santa Maria de Lamas, Paços de Brandão e S. Paio de Oleiros, ao longo do curso da Ribeira do Rio Maior.
Apeasar dos investimentos realizados na rede de esgotos no concelho e das verbas dispendidas na sequência da opção de a concessionar a privados, sem que nunca lhes tenham sido exigidos objectivos a atingir no que à recuperação ambiental de ribeiras e rios se refere, a poluição das ribeiras persiste, em virtude de descargas industriais e domésticas ilegais. Para além de um atentado ecológico, estamos perante um manifesto problema de saúde pública.

Em face do exposto, solicito à Comissão Europeia que me informe sobre o seguinte:
1. Que fundos comunitários foram, até à data, dirigidos à rede de esgotos do concelho (incluindo ETARs) e à requalificação das ribeiras em questão?
2. Foi, até à data, dirigida alguma queixa à Comissão por incumprimentos de legislação ambiental, relativamente a estes cursos de água? Em caso afirmativo, que diligências efectuou a Comissão?
3. Que fundos comunitários poderão ser mobilizados para apoiar a despoluição destas ribeiras?

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

PCP - Abertura do CONTINENTE-Feira

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Nota sobre a abertura de uma grande superfície no centro de
Santa Maria da Feira

A pouco tempo da abertura de mais uma grande superfície comercial na cidade de Santa Maria da Feira, o PCP vem denunciar, uma vez mais, os riscos que representa este projecto para a economia local feirense. Durante bastante tempo o Executivo camarário PSD tentou justificar a luz verde dada a este projecto com a promessa de uma contrapartida a ser garantida pelo grupo SONAE, que consistiria na requalificação do espaço envolvente: a “Pedreira das Penas”, actualmente um depósito de águas estagnadas altamente contaminadas, onde proliferam roedores, entulho, lixo acumulado e onde, graças à existência de materiais em decomposição, o mau cheiro atinge graus insuportáveis. Essa contrapartida, integrada, de acordo com a Câmara Municipal, no projecto de criação de um centro de criação de artes de rua – a tão publicitada “Caixa das Artes” – não passou afinal de uma miragem com que os responsáveis locais do PSD acenaram quando isso parecia servir os fins do grupo em causa.

Hoje, a requalificação da Pedreira das Penas ainda não saiu do papel, e a única caixa à vista é a “caixa registadora”. Sem embargo da criação de um limitado número de postos de trabalho – cujas condições laborais estão ainda por esclarecer, prevendo-se que venha a constituir mais um exemplo de precariedade e desprotecção laboral – é facto indesmentível que a instalação de uma grande superfície comercial no centro da Feira representa a machadada final no comércio local da freguesia-sede do Concelho.

Quando a Feira se encontra já notoriamente saturada de grandes superfícies comerciais, cercada como está por “hipermercados”; quando comércio  local enfrenta um momento particularmente difícil graças à situação económica dos trabalhadores e do povo para onde nos empurra a actual política; quando os comerciantes feirenses lutam pela sobrevivência num contexto de asfixia e colapso dos pequenos e médios comerciantes (desemprego, empobrecimento dos trabalhadores, IVA a 23%, roubo dos salários, etc.), a decisão política de autorizar a instalação de um hipermercado no centro da Feira constitui uma gravosa irresponsabilidade, pela qual todos os feirenses devem pedir contas à Câmara.

Acresce ainda que da riqueza resultante destas mega-lojas não ficarão na região mais do que algumas migalhas: entretanto, o lucro será canalizado para as fortunas dos homens mais ricos do país (e talvez conduzido para sedes fiscais no estrangeiro, como sabemos ser hoje prática corrente...), contribuindo assim para a extraordinária acumulação de capitais em elites económicas cujos lucros não param de crescer de ano para ano, enquanto aqueles que vivem apenas do seu trabalho vêem degradar-se a sua situação de dia para dia.

Alertamos também para os riscos que traduz este projecto ao nível da saúde pública: pretende instalar-se uma grande loja de venda de bens alimentares a escassíssimos metros de um depósito de lixo com várias décadas – as antigas pedreiras, com metros de profundidade de água estagnada, entulho, lixo doméstico, velhos electrodomésticos, intenso odor, etc. – constituem um evidente foco infeccioso, ameaçando a saúde de todos quantos vierem a frequentar aquela superfície, e colocando em causa as condições sanitárias para o armazenamento e venda de alimentos. À questão ambiental soma-se agora uma preocupante questão de saúde pública. 

É urgente denunciar esta opção estratégica do poder local/PSD: a instalação de grandes superfícies detidas por monopólios comerciais não só não salvaguarda o comércio local, como significa o fim de muitos dos empresários, comerciantes, lojistas e retalhistas. Esta opção apenas contribui para acentuar as assimetrias económicas e sociais, para além de configurar uma prática lamentável e ultrapassada de invasão de um centro urbano com um bloco de betão, implicando previsíveis congestionamentos de trânsito, aumento dos níveis de ruído e poluição no centro da cidade, e consequente perda de qualidade de vida, deixando, por outro lado, intocado o gravíssimo passivo ambiental que representam as antigas pedreiras. Todos estes factores caracterizam bem o sentido retrógrado, penalizador e irresponsável que assume o Executivo PSD liderado por Alfredo Henriques: à imagem do actual Governo PSD/CDS-PP, também aqui em Santa Maria da Feira os números valem mais do que as pessoas.

O PCP reafirma a sua solidariedade para com os pequenos e médios comerciantes e empresários de Santa Maria da Feira, mas anuncia também que estará sempre ao lado dos trabalhadores que vierem a ocupar os postos de trabalho a fixar nesta superfície: porque é preciso e é urgente uma outra política, ao serviço dos trabalhadores e do povo, e não do grande capital, o PCP manter-se-á firme e intransigente na defesa da população!

Santa Maria da Feira, 26 de Novembro de 2012