domingo, 9 de maio de 2010

Futebol em Paços de Brandão - RESPIGOS COM HISTÓRIA (VII)

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A FUNDAÇÃO DO CLUBE DESPORTIVO DE PAÇOS DE BRANDÃO: 10 MAIO 1960

Mas vamos ao início. Com o cessar das colectividades desportivas e porque ambos campos desportivos eram alugados, rapidamente foram utilizados de forma diferente, gorando-se de vez as ilusões da maioria dos atletas e outros candidatos, que pretendessem começar ou praticar futebol no clube da sua terra. Entretanto, a juventude local ávida de desporto começou a estrebuchar, exigindo da edilidade local dum campo que fosse pertença dum clube que seria único e representativo da localidade. Estava aberto o caminho para a formação duma única COLECTIVIDADE e não cruzou os braços até à sua concretização.
Entretanto, devido à inexistência dum recinto desportivo, os jovens treinavam no antigo Arraial ou Feira dos 7, organizando equipas para participação em torneios de futebol a nível de freguesias organizados pelos grupos da região: Lamas, Feirense, Espinho, onde eram evidentes as multidões que acompanhavam as nossas hostes. Esta acção da juventude não passou despercebida às chamadas forças vivas, pois nelas também faziam na vertente desportiva alguns dos membros da Junta. Por isso, ajudou pelo menos a não deixar cair a ideia da construção dum recinto desportivo.
Depois de varias tentativas falhadas, sempre apareceu alguém que tornou possível a concretização de tal objectivo e de certa forma eivou a criação do actual clube. Essa foi com a chegada do Padre José Rocha em 1957, cujo panorama iria mudar. Este era um adepto do futebol, era um bairrista empreendedor das coisas associativas, conseguiu unir as forças vivas da terra ansiosas pelo aparecimento do futebol, deitou mãos à obra e em dois anos foi a força aglutinadora da fundação do CDPB.
A ideia inicial foi sempre a da construção dum recinto desportivo que nunca deixasse de o ser e não a de fundar um clube, mas com a concretização do primeiro objectivo, o clube nasceu espontaneamente. Mas o caminho não foi tão pacifico como parece. Fizeram-se várias tentativas que iam falhando desconsoladamente, por vários motivos, uns por não concordarem com certos nomes na lista e outras por evidente protagonismo de certas pessoas, quase que fizeram morrer à nascença o desiderato sonho. Tais tentativas levaram a que várias Comissões se desinteressassem e muita confusão nasceu daí. Como tudo na vida, os entusiastas foram muitos. Mas em 1960, com o padre Rocha à cabeça, promoveu-se no velho Cinema várias reuniões e duma delas com o presidente da Junta, chegou-se finalmente ao consenso. Em ambiente de entusiasmo foi elaborada uma Comissão, assim constituída: Padre José Gomes da Rocha, Diamantino Sousa, Manuel Ferreira, Joaquim Marques Pinto, Fernando Sousa, Mário Coelho, Anésio Sousa, Fernando Gomes, Ramiro Rocha, entre outros, a que não tive a sua confirmação.
Com o passar do tempo o entusiasmo foi esfriando devido aos contrários pontos de vista entre elementos, levando à desistência de alguns, cujas feridas passados 50 anos ainda são visíveis, chegando ao ponto de alguns terem virado as costas ao clube local e outros continuam a não falarem entre si. Foram estes sentimentos bairristas, muitas destas coisas incompreendidas, que possibilitaram o nascimento deste clube que fará este ano (2010) 50 anos de vida, mas que já praticava futebol desde os anos 10 do século passado, por isso quase centenário se fosse respeitado o aparecimento do primeiro clube, União Desportiva Brandoense em 1917.
Mas a vontade das pessoas inclinou-se para a fundação dum novo clube, o que se apraz aplaudir. Este é o que ficou - CDPB e há que respeitar o verdadeiro, o nosso clube, a Briosa Verde e Branca, desta terra secular de nome "Paços de Brandão ."

Fig: fotos da comissão e direcção da fundação do CDPB

A dita Comissão reduzida a 6 elementos, os que na realidade fundaram este clube: Norberto Sousa, Fernando Sousa, (Joaquim Carvalho Jr) Joaquim Dias Carvalho, Diamantino Sousa, Anésio Sousa e Joaquim Pinto. Os fundadores do clube, que eram simultaneamente comissão de obras, dedicaram-se de corpo e coração à obra que se propuseram realizar. Entre este grupo há que lembrar duas pessoas que também fizeram parte desta plêiade, mas que por motivos a eles dizentes, foram esquecidos mas importantes: Manuel Chapa (que se afastou e nunca foi director ou sócio) e o Padre Rocha (que sairia da localidade em 1961 e nunca mais foi lembrado). Assim, construíram o campo, criaram a sede com sala de café, escolheram as cores do clube (verde e branco como os antigos) e o emblema obra do artista amador Dr. Ramiro Relvas.
Entretanto, também criados os Estatutos do Clube, embora poucos em prática, não estavam aprovados oficialmente. Só muitos anos depois, em 1969, os novos e actuais estatutos foram oficializados. Mas seria deselegante da minha parte não lembrar duas pessoas que foram essenciais nisto tudo: refiro-me a Joaquim Narciso e á sua esposa, que daria o nome ao estádio: Dona Zulmira de Sá e Silva. Estes desconhecidos da maioria dos simpatizantes e praticantes jovens, foram os que possibilitaram o estado das coisas acontecerem.

FIG: Dona Zulmira de Sá e Silva (nome do estádio) e Joaquim Narciso (beneméritos).

Depois de o sonho ter finalmente acontecido, começaram a aparecer praticantes e a formação de equipas; novos e velhos jogadores realizaram a prática do futebol e o CDPB uma REALIDADE.
O desejo dos brandoenses em 1960 foi entrar a competir mas devido ao facto de não ter ainda infra-estruturas (balneários, vedação, etc.), ficou decidido que o clube iria competir na época 1961–1962, no campeonato da Promoção. Enquanto não competiam oficialmente, os jovens jogaram contra as outras da região e duma dessas partidas constatou-se que já haviam atletas para competir e dentro desses haviam elementos com valor que, apesar de convidados a jogar oficialmente, recusaram esses convites, alegando que só jogariam pelo clube local. Era simplesmente um inusitado amor à camisola pouco visto nos tempos que correm.
Esta foto seria na verdade a primeira equipa de Paços de Brandão que seria a causadora da fundação do nosso grandioso clube: Clube Desportivo de Paços de Brandão: 1960, no Estádio Dona Zulmira, a primeira equipa do CDPB:




DE PÉ: Sr. Ribeiro, Guerra, Ângelo, Lopes, Rios, Sá Reis, Aires, Mário Belinha e Carlos Honório. AGACHADOS: Preguiça, Aurélio, Barroca, Rodrigues e Rodrigo.


Bardo da Lira

7 comentários:

  1. Nota: onde se lê "Joaquim Carvalho Jr" deveria lêr-se , Joaquim Dias Carvalho, o nome correcto do sócio-fundador do clube!!

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  2. caro anónimo :

    desculpe se o incomodo mas penso eu que de banalidades esta terra está cheia ; porque se estivesse atento o texto foi transcrito dum artigo do CORREIO de 1960 e o sr. Carvalho era assim tratado , pois sabemos que o seu nome é J.Dias Carvalho , e é por estas e por outras , que nesta TERRA tem de se ter duas pedras na mão...uma para defesa e outra para se atirar á traição , que é o que há mais neste território ... em vez de criticarmos quem divulga o que sabe , era bom que de vez em quando a humildade é apanágio dos inteligentes e quem não tiver telhados de vidro que o primeiro a atirar a pedra ...

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  3. "Penso logo existo" assim dizia o filósofo, o ser humano é capaz de pensar em muitas, escrever muitas coisas também ,correcto?
    Sim está correcto,mas quando se trata de informação mesmo os principais veículos, ou seja os credíveis , cometem erros grandes, e são sujeitos a proceder com uma errata. Paços de Brandão realmente tem um contraste curioso, as pessoas tratarem-se por alcunhas , "Cabrito, galinha, laranja , pêra , etc". Porém cabe aos interessados em passar qualquer tipo de informação, que as mesmas sejam verdadeiras e imparciais...Na linguagem escrita não se usa pseudo-alcunhas,nem tão pouco alcunhas , mas os nomes reais das pessoas. Procurem estar mais atentos para próxima, ok?

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  4. para o anónimo : caro, queira saber que quando me fiz homem , as pessoas amigas me catalogavam de "filho do repolho" ou " da fina " , e nisso, creia , em nada me reduziu , antes pelo contrario, engrandeceu-me ; numa pesquisa que fiz por vários concelhos , incluindo o nosso , encontrei na localidade alguns interessantes : o piçinha na gaveta , o quim do narciso ,o folhetas ,o Cristo , o cu de judas , entre outros , e não vi pela parte dos visados ou impropérios de ressarcidos, nos descendentes , os mesmos até acharam piada e orgulho, porque das coisas populares ninguém leva a mal ; no que concerne aos mesmos impropérios vociferados pela sua pessoa , é que galinhas , burros e outros afins , já deixaram de ser animais para serem ofensas; por isso meu caro ,tenha cuidado com a linguagem que profere , que telhados de vidro todos o têm ; se tem fobia contra os que são da esquerda, olhe para os que são da sua côr , que não são espelhos de virtude ... sou , e serei sempre social democrata , mas não uso palas nem vou á pala de quem me trata por mentecapto ... penso conhecer a pessoa que usa como escudo o Anonimato , mas eu ao menos não tenho receio nenhum de utilizar o do Bardo da Lira , que medo não tenho apesar de ser receoso ; mas Brandoense é que sou ,respeito os meus comuns cidadãos e faço pela Terra o que outros o não fazem e só criticam... quando uso a terminologia das " pedras na mão ", o meu caro sabe o que eu quero referir , não é?

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  5. Não sei quem vcs são nem me interessa...............mas Sr. "Bardo", ninguém se faz homem como o Sr diz:Nasce-se homem , ou não...........

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  6. Eis um comentáriozinho com uma lufada do conservadorismo local bem presente! E não contente com isso lá deixou transparecer o seu ignóbil e xenófobo modo de pensar! Já agora caro anónimo das 12:18, por acaso já existem registados no mundo inúmeros casos de pessoas que nasceram com um determinado tipo de sexo, e vão morrer com o outro! Eu também não sei quem é nem me interessa, mas se o objectivo foi menosprezar alguém penso que só conseguiu fazer isso a si mesmo, tal é absurdo o que acaba de defender...

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  7. Sugeria ao "anónimo" que primeiro aprendesse o significado de xenofobia!! RSRSRSRS

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