segunda-feira, 17 de maio de 2010

Considerações sobre a história local - Paços de Brandão (II)



Das Origens à Época Romana



Esta parte da Península Ibérica, em que se encontra Paços de Brandão, era habitada, antes dos Romanos, por povos primitivos, que levavam uma vida errante e que mais tarde se agruparam em tribos, passando a viver em casas dispersas, em redor de um núcleo, uma espécie de praça forte (oppidum) que lhes servia de defesa e abrigo.

Os Romanos chamavam a esses agrupamentos populacionais «civitas» ou «populi». Desses povos, sabe-se que entre o Douro e o Vouga, habitavam os Túrdelos e os Pésures. Dos vestígios destes agrupamentos existem ruínas, conhecidas por cividades, citânias, castros ou crastos, que na maior parte dos casos acabaram na época romana. Os castros eram utilizados como refúgio em ocasiões de perigo, mas existiam aqueles que eram povoações propriamente ditas.

Nesta região da beira-mar, principalmente na que era dominada por montes que representavam melhores meios de defesa e com maior proximidade da água, existiam uma série de castros, que encontramos mencionados em diversos documentos medievais e lembrados pela toponímia, como os de Cacia, Branca, Ul, Oliveira de Azeméis, Recarei, Santa Maria da Feira, Romariz, Auil ou Ovil (Paramos-Espinho), Fiães e Pedroso. Na proximidade destes castros, os Romanos construíram a via militar que unia Lisboa- Coimbra – Braga (Itinerário Antonino Pio).

Desta época até ao séc. X não se encontram referências, em Paços de Brandão, a quaisquer vestígios, quer castrenses ou outros. Contudo, não é de excluir que tivessem existido uma vez que, bem perto, encontramos o castro de Ovil e a Lagoa de Paramos, que são referidos em documentos, muito anteriores à fundação do Condado Portucalense (1095) e que em redor do castro e da lagoa, existiam então vilas rústicas, Paramos, Lagoa, Silvalde, Esmoriz, Cortegaça, Oleiros.

Se o castro de Ovil fica a cerca de 4 a 5 Km de Paços de Brandão, também quase à mesma distância, encontramos para Este, o castro de Fiães, uma estação luso-romana. Quem se quiser interessar por saber sobre a localização e dos trabalhos realizados nesta estação arqueológica, podem consultar os trabalhos publicados pelo Dr.Carlos Alberto F. de Almeida (O Castro de Fiães) e pelo Dr. A. A. Mendes Corrêa (Estação Luso-Romana de Fiães).

Em “Rio Meão – A Terra e o Povo na História”, página 11 do 1º. Volume, do Sr. Dr. David Simões Rodrigues, encontramos referência à existência de vestígios da cultura pré-histórica, nomeadamente de «mamoas», na freguesia de Rio Meão, bem como nas freguesias limítrofes. Na Mata, «Petras Penas», as Petras Petraes; nos limites de Paços-Rio Meão-Lamas, a «Mamoa Cavaleira».


(continua)



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