quinta-feira, 6 de maio de 2010

Assembleia Municipal de 30 de Abril de 2010

Numa sessão onde pouco ou nada foi falado sobre a nossa terra, já que questões prometidas sobre a nossa Quinta do Engenho Novo foram remetidas para o esquecimento, o interesse não foi por isso além do período antes da ordem do dia!
Apesar de surpreender, mas ao mesmo tempo de louvar, o público fez-se notar em número elevado, onde a presença de muita juventude bem como gente oriunda directamente da Assembleia de República revelam um interesse crescente da opinião pública pelos assuntos da sua terra.
A qualidade dos intervenientes e das intervenções baixaram significativamente em relação ao anterior elenco, excepção feita talvez aos elementos da CDU que tendem a melhorar sempre cada vez mais a sua equipa, desta vez com Pedro Almeida. Dos outros, destacamos sobretudo António Cardoso do PS cujo discurso assenta em questões de interesse pessoal (melhor dizendo: "bairristas") relevando para segundo plano aquilo que importa aos munícipes. A continuar assim ainda são ultrapassados pela esquerda pelo CDS-PP, cujo elemento Rui Tavares, através de um discurso azedo, produz um feroz ataque às hostes PSD.
Da parte do BE continuamos sem vislumbrar António Silva, que é o elemento eleito, continuamos por isso a ter de levar com Nuno Serrano, o qual continua a ter um discurso aborrecido, pouco fluido e confuso na forma como expõe as suas ideias, pese embora até possam ser válidas! Apesar de tudo desta vez parece que se conseguiu dizer tudo no tempo que lhe era reservado.
Fazendo a média, com uma oposição tão fraca, não é de estranhar que o PSD consiga efectivamente reinar tranquilamente e José Leão, qual rei da bancada, não dê hipótese aos adversários! É que até dá gosto ouvir o homem, mesmo que nada talho tenha! Ah Leão... é assim mesmo: mostra quem manda cá na savana política!

Da Assembleia propriamente dita, destacamos o facto de Alfredo Henriques não ter estado presente. Segundo informação recolhida, a ausência ficou-se a dever a problemas de saúde. Emídio Sousa, que representou o executivo, revelou bastante tranquilidade e conhecimento na forma como respondeu às várias questões que lhe foram colocadas, tendo mesmo sido capaz de com uma elevação de discurso invulgar, dar repto a uma questão levantada pelo deputado PS, Marco Jesus, relativamente a Fiães que passamos a citar:
"Vou sair deste reunião ainda mais confuso, porque não levo resposta alguma. O vereador sabe que há mecanismos, há regras, para bem da transparência e do rigor. Por vezes, parece-me que a Câmara decide as coisas, faz e desfaz entre um grupo de amigos, numa esplanada de Esmoriz."
Ao que o vereador retorquiu:
"Gosto muito da beira-mar, mas nenhuma decisão é tomada na esplanada de Esmoriz. Se quer respeito tem que o manter. Fui claro na resposta, se não ficou esclarecido, terá que arranjar formas de se cultivar melhor. É falta de educação dizer-se que a Câmara decide na esplanada de Esmoriz."
Confessamos que gostamos da resposta dada pelo nosso Vereador Emídio (e mais que provável sucessor de Alfredo Henriques). Porém todos sabemos que muitas decisões são tomadas um pouco à rebeldia dos órgãos deliberantes, democraticamente eleitos, onde apenas vão para formalizar decisões há muito tomadas, retirando por isso a discussão e troca de ideias que devem estar implícitas numa democracia saudável.
Um outro assunto que merece destaque da parte do Engenho, foi a questão levantada sobre as portagens das SCUT, onde num estilo digno de Abril, Emídio Sousa defende que “devemos desobedecer colectivamente e não pagar nada”, sendo um claro sinal que a luta afinal não terminou! E onde se argumenta, novamente que só a norte é que querem colocar portagens. Contudo, manteve o discurso que "a ter de pagar que seja para todos".
Sobre esta matéria, o BE apresentou uma moção contra a pretensão do governo, a qual seria aprovada apenas com uma abstenção. Em relação a isto, a CDU criticou o executivo, afirmando “a resoluta indiferença” de Alfredo Henriques, que “já foi contra as portagens” em todas as SCUT e não na A-29 ou A-28 em particular. Emídio Sousa garantiu que a posição da Câmara se mantém “há muitos anos”, dizendo que “Só aceitaremos, se todo o País pagar. Não aceitamos uma política discriminatória da Região Norte.” A moção do BE contra a introdução de portagens nas SCUT, manifestava total solidariedade com os outros municípios servidos pela A-29, A-17 e A-25 e argumentava a ausência de estradas alternativas.
Todos os partidos aderiram ao espírito da moção, até mesmo José Leão (PSD), embora defendendo a política do “utilizador-pagador”, considera “inaceitável que a região Norte, a mais desfavorecida do País, seja a que vai pagar portagens, quando a região com maior rendimento não paga” reforçando por isso a visão do executivo PSD sobre isto. A única excepção foi mesmo Cardoso da Costa que se absteve, alegando que a forma como a moção estava redigida não correspondia exactamente ao seu pensamento, enfatizando o argumento de que não pode ser portajada uma via que, num trajecto, veio substituir a EN-109, na nossa opinião, ele contradiz-se, até porque se mora em Coimbra não lhe faz grande diferença!
Para a história desta Assembleia ficaram mais umas quantas moções, sendo que se destacam as saudações do BE e CDU ao Dia do Trabalhador, 1º de Maio, que viriam a ser aprovadas, pese embora fossem na sua essência repetidas, e com sinceridade, desnecessárias! Pois tais moções assentam no senso comum, e uma recomendação bastaria... mas pronto. O presidente da mesa lá teve de gramar com essa pastilha e  ainda por cima, ouvir queixas quanto ao exíguo "tempo de antena" que lhes era dado! Pareciam mesmo putos a fazer queixinhas: haja pachorra...
Depois do período antes da ordem do dia, decidimos fazer uma pausa e verificamos que as conversas no exterior podem ser bem mais interessantes que no interior onde decorriam os trabalhos e, como tal, por entre trocas de ideias e conversas informais com alguns dos intervenientes (note-se que muitos deles de verdadeiro "peso": o Engenho já não brinca em serviço!), lá fomos conhecendo melhor o que pensam os nossos autarcas.
Em resumo: da próxima vez mais vale fazer sala na parte exterior!

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