quinta-feira, 3 de junho de 2010

Representação Teatral em Paços de Brandão

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A ARTE DE REPRESENTAR E RECORDAR BENVINDA SÁ ALVES DE OLIVEIRA


Dedico este artigo a Benvinda Sá Alves de Oliveira, viúva de Joaquim Marques Pinto, dedicada senhora que recentemente festejou 103 anos de vida; a arte de representar no Teatro, juntou estas duas almas gémeas, que os viu nascer para a arte de representar como os juntou pelo casamento. Assim referia o grande Marques Pinto: “Casei-me com 22 anos e conheci minha mulher no Teatro. Ela fazia sobretudo papéis dramáticos. Havia desde 1915, um Grupo Dramático para onde entrei com 21 anos. Era director o Augusto da Couta, muito bom actor e ensaiador. Mas, havia muito boa e todos amadores o que valorizou este grupo. Em 25 anos fizemos imensas saídas, representamos diversas vezes na Terra e só não foi mais porque a falta de casa de ensaios murchou esta actividade.” É de se tirar o chapéu a esta gente, que com tão pouco fizeram imenso. Como referi no primeiro artigo, este grupo começou por ensaiar no actual edifício do Restaurante Rambóia, onde se instalou durante 5 anos, tendo-se deslocado depois para a antiga Forluz, que era pertença de Alfredo Pais, que servia de ensaios e representação. Esta casa possuía um salão que facultava a instalação de algumas dezenas de cadeiras, por isso a sala estava sempre repleta de publico entusiasta. A primeira peça representada neste salão foi “Os Afilhados de Bertoldo“, uma comédia em vários actos que rapidamente se tornou num retumbante sucesso. Durante alguns anos, este local serviu de representação de muitas peças, até que em meados dos anos 30, o grupo sofreu um duro golpe com a chegada do Brasil da família Alfredo Pais, em que foi entregue a casa e o Clube, conduzindo a um cessar de actividades por algum tempo. Ainda havia uma alternativa que era o Cinema, mas não havia palco. Em 1928 o Cinema fechou as portas, ainda no tempo que era explorado pelo António da Pombalinda. Era ainda o tempo do cinema mudo. O mesmo regressou a França, falecendo em 1930, e o seu irmão Eduardo da Pombalinda retoma o cinema, agora sonoro, construindo um palco para facilitar a arte de representação; por este meio o teatro durou à volta de 24 anos, cujo palco serviria para representações do Grupo Dramático e para outros que cá representaram também. Pegando num artigo de 1921 do Correio da Feira: “no domingo passado assistimos a um atraente espectáculo, levado á cena pelo simpático “GRUPO DRAMATICO“ desta freguesia. Foram representadas duas comédias: “Hotel Modelo“ e “Ressonar sem dormir“ e um drama “Fratricida“, onde todos os amadores, as meninas Deolinda Alves Ferreira e Umbelina Vieira Pinto e os senhores António Pereira de Sousa, Augusto dos Jerónimos, Augusto Pereira de Sousa, José da Pinta, João de Oliveira e Sousa e Joaquim Rondão, se houveram muito bem, principalmente no drama e na comedia. Em 1926 no dito Clube do Arraial foi representada a dita comédia: “Os afilhados de Bertoldo“, uma comédia muito bem elaborada e grandiosamente representada, cujas sessões se estenderam por 6 a 7 semanas, criando uma onda de entusiasmo, cujos actores são os que estão na foto:


De pé: Pura Rosas, Casimiro Seixas (o carteiro), José Azevedo, Maria Coelho, Marques Pinto (Trovisco) e a sua esposa, ainda viva, Benvinda Sá Alves; em baixo: Dona Miquinhas (costureira), Augusto da Pinta, Zé da Pinta, Augusto Couta (o Mestre) e Glória Rios.


Brevemente continuarei com este tema …



Bardo da Lira

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