segunda-feira, 7 de junho de 2010

Missa Campal na Quinta do Engenho

Falo hoje da Quinta do Engenho por outros motivos que não os relacionados com as mudanças aí operadas.
Para fecho do ano de catequese foi a Quinta do Engenho Novo escolhida para a celebração de uma missa campal. A sombra esteve a cargo das árvores há muito aí existentes e, apesar da brisa fresca que se fez sentir, o grupo de cristãos presentes acalorou mais um acto público de fé.
Todos os catequistas saem de parabéns e de parabéns também o Padre que presidiu à eucaristia. Este trouxe a esta um tom de alegria, bem-disposto, rigoroso e esclarecido, que espalhou pelos presentes retirando o ar de frete a que temos assistido por parte de alguns celebrantes das últimas eucaristias cá da terra.
Os cristãos são o grupo que se reúne em nome de Jesus, neste caso no meio da natureza. Não são a sua força, o edifício, o seu estado, o seu tamanho e o que à volta dele se opera. A sua força, serão eles próprios e a palavra que transmitem.
Foi a ideia sumária desta eucaristia que me fez escrever e pensar mais: se no momento, ou nos últimos anos tem existido um ar ditatorial na nossa paróquia e a igreja pela figura de um pároco como orientador de um grupo de homens cristãos, e todo um grupo de interesses que à volta dele se tem reunido, nada há que dure eternamente e, para os que têm fé, onde escolher o lado da alegria e da renovação da igreja como sustentação dos valores do homem. Ela não será um veículo de promoção individual e material que sustenta uns quantos, ou da pregação afastada da verdadeira palavra do Nazareno, Jesus. Os homens onde reunir-se por Jesus e só por Jesus sem tudo o que mais querem acrescentar sempre cobrando algo para alguma coisa a troco do que já existe.
Deixo um pensamento: A fé move montanhas… (se tivermos noção da montanha que precisamos mover com a nossa fé, ela será mais útil).

1 comentário:

  1. A minha primeira palavra é de agradecimento pelo artigo que o Colaborador do Engenho (Opinião Própria) aqui nos deixou.Infelizmente, numa Terra tão Católica como a nossa, tais artigos, parecem que caem em «saco roto», ou as pessoas não os lêm ou não têm capacidade de os digerir e muito menos de os comentar, o que numa sociedade, como a nossa, é deveras preocupante.

    As palavras que aqui vos vou dfeixar, não são minhas, são contudo de um grande BISPO DA IGREJA BRASILEIRA, DOM HÉLDER CÂMARA, elas são actuais, embora tenham sido proclamadas em 1970, diz-nos ELE:

    « - UM CRISTIANISMO MÁGICO -

    Precisamos de ultrapassar o cristianismo mágico e fatalista que transmitimos às massas latino-americanas.
    Na prática, demos razão a Marx, celebrando missa, em casa dos grandes senhores, para os escravos africanos de ontem e para os escravos nacionais de hoje (os chamados trabalhadores livres, que vivem em condições de servidão).
    A religião anunciada a homem sem liberdade torna-se necessàriamente uma religião mágica e fatalista: é preciso aceitar a vontade de Deus (inclusivamente os fenómenos da natureza que o homem tem o direito e a obrigação de combater e de vencer, inclusivamente tanbém todas as injustiças dos homens). Como verdadeira esperança só resta o céu: esperança de receber ajuda nas horas de aflição; esperança afinal, depois dos sofrimentos terrenos.
    ...Precisamos de reafirmar a nossa fé em Deus Criador e Pai, que tem todo o poder de intervir. Mas precisamos de demonstrar que o próprio Deus quis o homem capaz de dominar a natureza e de acabar a Criação. Precisamos de ensinar com fIrmeza que as injustiças sociais são para nós um problema de hoje mesmo. (As massas dizem: «Uns nascem ricos, outros nascem pobres. É preciso aceitar resignadamente a vontade de Deus»).
    É apaixonante esforçar-se por viver e fazer viver, não um novo cristianismo - só há um Cristo e Ele basta-nos!. É apaixonante esforçar-se por viver e fazer viver o cristianismo autêntico, o cristianismo de sempre que a nossa fraqueza humana, nuitas vezes, chegava a esquecer, a deformar.» (Palavras de Dom Hélder da Câmara, no seu livro "O ESCÂNDALO DOS INFRA-HOMENS", 1970).

    Espero que tenham gostado.

    SOLRARO

    ResponderEliminar