domingo, 20 de junho de 2010

Fontanários de Paços de Brandão - Fonte de Infesta

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A FONTE DE INFESTA


Lá bem no fundo da Portela existiu uma fonte secular, que devido á frescura e pureza das suas águas era muito procurada pelas gentes locais; no mesmo local existia um Marco que servia de linha de fronteira com Rio meão e o povo construiu uma fonte de granito e fronte ladrilhada nas escadas. Essa mesma fonte existiu durante séculos até que mão humana resolveu destrui-la e apagada da existência … 
Mas como na História existe uma outra estória, homenageio a mesma por este meio e peço aqui, aos responsáveis, que façam todos os possíveis para a sua reabilitação. A estória assim começava:
“O monge arfava, denotando cansaço pela longa caminhada empreendida que o trazia desde Leça do Bailio, que até o seu burrico que lhe servira de transporte se recusava andar. O dia era de canícula de sol alto no pino do dia , factor que o levou a desnortear-se e perder o rumo ao que se propunha chegar, ao seja, á igreja de Rio Meão. Há bastante tempo que os seus irmãos monges o aguardavam para a ajuda na monda dos férteis campos da Abilheira, quais formigas diligentes, trabalhavam no Verão para benefícios das agruras do Inverno. O nosso monge já bastante inseguro quanto ao rumo que deveria seguir, começou a pensar em regressar a Grijó, pois sabendo dos perigos que correria se entrasse pelo mato agreste, pois a existência de bichos e de salteadores, era normal nesses tempos da Idade Media. Mas no silencio da tarde ouviu borbulhar por entre as giestas, o cucurrulhar de água e som etéreo duma cotovia, como que o convidando a embrenhar-se mata adentro. Qual o seu espanto, após ter sido cravado de espinhos encontra uma fonte de agua corrente, um ribeiro de aguas escorridas e um imenso campo pinado de trigo e de milho. Sofregamente, tanto ele como o dócil burrico bebericaram da mesma, agua até se fartarem e se molharam para espantarem o calor e os mosquitos… Seguindo o seu instinto para norte bem junto ás margens do ribeiro, encontrou passados alguns metros a igreja que tanto procurara e pensara nunca lá chegar. A tal fonte fora primeiramente encontrada pelos Celtas, que lhe deram o nome de Barreiras, mas mais tarde os Romanos, devido ao seu local infestado de mato, deu-lhe o nome de Infestium, ou seja, local infestado de ervas daninhas e espinhaços circundados por barreiras de flora alta. Aos poucos foram desbravando o local servindo-se das terras para cultivo e das aguas para regadio. Depois da fundação de Paços de Brandão, o nosso fundador serviu-se do local para o sementeiro, dividindo o mesmo com o seu irmão, Carlos, que lhe fora conferido a terra Riomeonense, que sendo celibatário, antes da sua morte, conferiu os seus direitos á ordem religiosa; somente na Idade Média, depois de muitas questiúnculas e disputas das ditas aguas, esta serviu de fronteira entre as duas freguesias, sendo depois no século XVII, como ponto comum os Marcos a separação e o ribeiro deixou de ter a importância que detinha. A dita fonte tornou-se em local de Romaria e muito procurada pelas gentes da região.

NB: Daqui envio um repto e em pergunta pertinente: para quando a reconstrução da fonte de Infesta, que foi promessa de quem a enterrou e alguém resolveu destruí-la?


 Fotos: (em cima ) - Fonte de infesta ; (em baixo) - Marco de Infesta

Bardo da Lira

3 comentários:

  1. Qual a data da fundação de Paços de Brandão, como é hoje assim conhecido?...Será que essa parte a que o Bardo da Lira se refere, não pertencia a Rio Meão (Ordem de Malta)?!!!...Leia por favor a Comenda de Rio Meão.

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  2. caro anónimo :
    de certeza que deve um leitor distraído ou então quer letra , e quanto a isso eu dou-lha : a dita fonte pertencia á comenda mas era terra brandonense , o que a fundação da terra não é para aqui chamada ; a dita zona da Infesta era dividida pelas duas freguesias divididas pelo ribeiro, mas a fonte foi sempre local ... como pelas inquirições de Dom Dinis a terra ficou uma parte a grijó ( 10 casais ) a outras 9 pertenciam a Rio meão até 1629 em que a terra brandoense ficou confinada ao território actual ; quanto á leitura da comenda recomendada , não necessito porque o que lá consta em nada se refere a este artigo ... penso te-lo elucidado .

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  3. Caro Bardo da Lira,

    Não sou um leitor distraído, talvez queira letra, mas aquilo que o meu amigo escreveu foi uma série de contradições, que revela que nunca leu a COMENDA DE RIO MEÃO, e, até estou quase em crer que nunca se empenhou sériamente em ler ou consultar qualquer compêndio de história.Um amigo meu dizia, até com certa piada: « amigo se queres para aqui, mais que história, poesia...antes deixes a folha vazia!...É que os seus erros ou falta de conhecimentos, sobre história, têm sido sistemáticamente inseridos em diversos artigos que neste blogue tem publicado. Um exemplo bem do que afirmo é o artigo que publicou sobre o título de «A MAMOA OU TALUDE DO BARROSO», que revela uma ignorância total sobre o que é uma MAMOA, um TALUDE e um DOLMEN (monumento funerário, que se encontrava inserido na mamoa). Aconselho portanto o meu amigo, primeiro a consultar um dicionário de português, depois vá até um qualquer compêndo de História de Portugal, consulte a pré-história. Depois de fazer isto, que lhe indiquei, verá que o tempo que perdeu foi proveitoso e que ficará com outra pujança para escrever os seus artigos.

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