domingo, 8 de novembro de 2009

Paços de Brandão vence derby contra U.Lamas

2 - 1

E ao Domingo o povo vai à bola...

O derby dos derbys não defraudou as expectativas, emoção a rodos, muita intensidade dentro e fora de campo, com centenas de pessoas a encherem as bancadas.

Que saudades de um dia assim, terão pensado muitos dos que deslocaram ao estádio D. Zulmira Sá e Silva.

Quanto ao jogo:

Na 1ª parte foi um jogo muito equilibrado, sem que se notasse um claro ascendente de uma equipa sobre a outra. Marcou primeiro o Paços, praticamente na primeira jogada de grande perigo junto da baliza do Lamas, um cruzamento do lado esquerdo e uma grande falha da defesa unionista a permitir que um jogador brandoense cabeceasse a bola para dentro das redes.

Reage o U. Lamas e poucos minutos depois do golo do Paços irá chegar à igualdade através de uma grande penalidade, muito discutida pelos adeptos do Paços, mas que a mim me pareceu indiscutível, sem bem que era escusada.

Até ao intervalo pouco mais de relevante a assinalar, diga-se que os jogadores se entregaram muito ao jogo mas nem sempre da melhor maneira, pelo menos em qualidade futebolística. Na 2ª parte o U. Lamas acomodou-se mais no seu meio campo e foi o Paços de Brandão quem mais fez por chegar ao golo, as oportunidades foram-se sucedendo, tendo inclusive visto um golo invalidado por um suposto fora de jogo que não me pareceu existir.

Ainda na 2ª parte destaque para a expulsão do treinador do Paços, com uma situação anedótica; o treinador do Paços foi expulso do terreno de jogo, mas deslocou-se apenas um metro para fora do recinto tendo ficado a orientar a equipa da parte de fora do banco dos suplentes. Não sei o que dizem os regulamentos, mas pareceu-me mais uma das anedóticas incongruências do futebol português.

Mais estranha foi a intervenção de um agente da GNR que tentou colocar o treinador brandoense na bancada à força, o que gerou um grande sururu na bancada, com a dignidade da mãe do agente de segurança a ser sistematicamente posta em causa. Enfim, nada que não seja habitual num campo de futebol em Portugal... bom senso foi o que ali faltou.

voltando ao jogo...

O Paços continuou à procura do 2º golo, que veio a conseguir já perto do fim do jogo. Uma excelente jogada pelo lado esquerdo, com uma troca rápida de bola entre os jogadores brandoenses e com uma finalização magnifica.

Grande festa nas bancadas dos adeptos da casa, com a emoção a transportar-nos a memória para tempos idos.

A partir do 2º golo brandoense reagem os lamacenses que até então tinham estado muito acomodados no seu meio campo, não sei se o fizeram por estratégia do seu treinador se foi por falta de capacidade técnica. A verdade é que conseguiram encostar o Paços às cordas e viriam mesmo a marcar o golo da igualdade, mas que estranhamente o fiscal de linha não considerou válido por alegado fora de jogo do avançado do Lamas.

Deu-se o caso do jogo (todos os jogos têm um caso e este não fugiu à regra). Estalou o verniz nas hostes lamacences e por momentos cheguei a pensar que tinha regressado aos anos 80. Parece-me que os lamacenses tiveram razão nos protestos, mas dou o benefício da dúvida, já que o árbitro auxiliar estava bem colocado no terreno e deve ter visto alguma coisa que me escapou.

E, chega o apito final, grande festa dos brandoenses, um derby é sempre um derby e a imortal Joaninha lá voltou a cantar a " Tirana".

Em síntese, num jogo cheio de emoções, nem por isso bem jogado, pareceu-me que o resultado foi justo, pelo que fez o Paços na 2ª parte. Foi sempre a equipa que mais procurou a vitória, e acabou por ver premiado o seu esforço. O empate também não destoaria, mas a derrota foi um castigo para a passividade futebolística do Lamas na 2ª parte. Muito fairplay nas bancadas e no sintético. Mesmo no final do jogo pareceu-me que os unionistas acabaram por aceitar a derrota, com a capacidade de encaixe que é intrínseca e possível nestas situações, à forma como cada um gere as suas paixões.

Com este resultado o Paços quebra uma larga série de jejum em termos de vitórias. Pelo contrário, o Lamas também acabou por quebrar uma série de resultados positivos que havia conseguido nos últimos jogos.

Duma coisa tenho a certeza, os adeptos que ainda se lembravam do último derby oficial Paços-Lamas há perto de 30 anos sentiram-se transportados no tempo.

É por isto também que o futebol alimenta tanta emoção e paixão.

Lá para Março teremos o jogo de retribuição, desta vez no Comendador Henrique Amorim. Até lá, felicidades aos dois clubes.



1 comentário:

  1. Apesar de não ter visto o jogo, venho comentar e esclarecer o artigo, baseando-me apenas e tão só na leitura do mesmo.
    Assim, sempre que o árbitro comunica verbalmente a qualquer elemento do banco de suplentes (excepto jogadores, pois nesse caso usa o cartão vermelho) que o mesmo está considerado expulso, este tem obrigatoriamente de abandonar a área técnica (zona rectangular compreendida pelo banco de suplentes, mais um metro para cada lado do banco até um metro da linha lateral e normalmente definida a tracejado).
    Atendendo a que o treinador do paços foi expulso, o mesmo deveria voluntariamente abandonar a referida área técnica. Se o árbitro sentisse resistencia por parte do elemento expulso em abandonar a área técnica, deverá fazer sentir aos restantes elementos do banco de suplentes que terminará o jogo se o treinador se mantiver irredutivel, tentando deste modo que estes o convençam a abandonar o banco. Jamais o árbitro deverá socorrer-se da força policial para que o treinador abandone o banco de suplentes.
    No artigo refere que foi uma situação "anedótica" o facto do treinador abandonar banco e orientar a equipa do lado de fora do banco. Não conheço com exactidão a zona envolvente do banco, mas adianto que quando um elemento do banco é expulso deverá encaminhar-se para zona reservada aos expectadores.
    Provavelmente o referido treinador abandonou o banco e colocou-se numa zona de ligação entre o banco de suplentes (que havia abandonado) e a zona reservada aos espectadores. Deste modo, a acção da força policial, face ao que leio, é legitima, atendendo a que a força policial não interveio na área técnica (zona do banco de suplentes) e actuou sobre um elemento estranho ao jogo (após ser expulso o treinador passou a ser estranho ao jogo).
    Por outro lado, existem zonas em que é vedado a passagem ou permanencia de pessoas estranhas, como sejam, a zona de acesso aos balneários, a ligação entre bancada e o terreno de jogo, a zona entre vedações e terreno de jogo. Só assim se evitam conflitos e aglomeração de pessoas, pelo que a acção policial foi essencialmente preventiva e proactiva, cumprindo o seu dever.
    Espero ter contribuido para esclarecer o que os "regulamentos" obrigam e o campo de actuação da força policial...
    Cumprimentos

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