sábado, 5 de março de 2011

CDU - Declaração de voto em moção do BE

Esta por acaso teve alguma piada, os camaradas da ala pura comunista a darem uma explicação de história aos ortodoxos bloquistas! Queiram ler por favor:

Declaração de Voto, Coligação Democrática Unitária

Moção «Dia Europeu da Vítima e Dia Internacional da Mulher» (BE)
 
Contrariamente ao que afirma a Moção em epígrafe, apresentada pelo Bloco de Esquerda a esta Assembleia Municipal, o Dia Internacional da Mulher não foi proposto pelas Nações Unidas. Foi, sim, apenas oficializado pela ONU, em 1975.
Por outro lado, a luta que deu origem à proclamação, logo em 1910, pela comunista Clara Zetkin, deste dia, e à celebração em 1911, não proveio da “luta feminista”, como propõe o texto da moção, mas antes da luta operária e da luta sufragista. A prova-lo, o facto de nos EUA o direito de voto ser defendido somente para as mulheres brancas e, nalguns países europeus, para as mulheres brancas com formação superior.
Mais considerando que a moção coloca questões de género na concepção dicotómica homem/mulher inaceitáveis à luz de uma concepção igualitária, a CDU não pode aceitar essa forma de revisionismo. A verdadeira questão é uma questão de classe e uma questão de discriminação em função do sexo.
A moção valoriza ainda medidas tomadas pelo Governo que branqueiam o fundamento social da discriminação, saldando-se em intervenções periféricas e pontuais, salientando-se inclusivamente que este IV Plano Nacional foi elaborado sem ter sido realizada a avaliação do plano anterior. Aliás, a entrada em vigor dos vários planos tem-se traduzido, na realidade, no agravamento da situação das mulheres, donde deveria resultar uma preocupação séria e consequente de todas as forças políticas que dizem preocupar-se com a igualdade.
A violência doméstica é preocupante e a Câmara já tem o Espaço Trevo que desenvolve um trabalho notável. Mas a violência doméstica não é o único problema que afecta as mulheres. Damos nota negativa para o modo como o Bloco de Esquerda não diz uma palavra sobre a discriminação salarial no município.
A Câmara Municipal pode e deve ter em conta a questão feminina e a luta pela igualdade, mas para isso deve servir o Observatório Social, com sensibilização para estas questões.
Infelizmente, para o BE apenas parecem interessar as questões de poder e os jogos mediáticos. Mas palavras sobre a condição da mulher trabalhadora nunca entram no seu discurso, tentando, mais uma vez, apagar a história do movimento operário e sindical.
 
Em substituição da Eleita da CDU,
Pedro Almeida

Sem comentários:

Enviar um comentário