sábado, 11 de dezembro de 2010

CiRAC - Assembleias gerais e poderes totais.

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«Nada como estar ausente durante meses para ter depois alguma coisa que escrever ou comentar... Apesar das promessas, de gato, de ser mais afinco nas suas deambulações escrevinhais, aqui o animal estabeleceu por bem mandar às urtigas todos os seus pares e, essencialmente, os ímpares da Vila que de tal denominação só tem o sítio onde fica...
As urtigas, tão frágeis e de tão susceptíveis que são à irritação, acharam melhor me devolver todos esses bens e males...
Assim sendo, observação mais recente de umas das trivialidades cá do nosso burgo: eleições de uma conceituada, referenciada e/ou negligenciada associação de brasão brandoense: a convocação de eleições para uma nova direcção.
Como muitos já se aperceberam, neste caso, nova direcção não tem sido sinónimo de renovação. E tanto não convém que os potenciais, e avisados,  interessados em tais correrias nem se atrevem a se apresentarem, não vá os seus nomes serem corridos pelas valetas onde só os gatos lhes poderão lamber as feridas. E como tal, o que seria passível de ter potencial e interessar transforma-se em objecto de pouca utilidade ao talento e engenho de quem não está para se aborrecer com coisas pequeninas com que alguns poderes se fazem conhecer, por muito que  esses mesmos não o reconheçam, de tão enraizados se convenceram e de tão grandes se acharam.
Para que seja garantida essa mesma reacção por esses tais eventuais reaccionários contra-poderes, existem diversas estratégias de actuação. O felino pode enumerar aqui algumas, dado que nem é assim tão difícil de as registar de tão insolentes e descaradas parecerem ser:

- Ser nomeado como um dos elementos de acção directiva e tornar desinteressante tanto a sua participação como a colectividade que representa através do seu... desinteresse.

- Ser nomeado presidente da colectividade e não comparecer sequer para as assembleias e assim melhor possibilitar sucessivos adiamentos de supostas decisões a tomar, assim como de ajudar a manter o satus quo.

- Fixar a ideia de que a direcção da colectividade deverá ser jovem, de forma a manter o carácter juvenil da 'academia' e, tal como numa ordem deve funcionar, manter os conhecimentos, autoridades e experiências num mesmo grupo restrito independentemente do seu grau de juventude.

- Chamar a si a doutrina e a exclusiva capacidade de transmitir conhecimentos, baseado apenas e só no empirismo, e não reconhecer a utilidade e o saber daqueles que se formaram ou se especializaram em disciplinas que poderiam contribuir bastante para enriquecer o património humano da colectividade. Desculpas com escassos meios financeiros são recorrentes e ajudam a não ter que distribuir esforços ou proveitos...

E qual é a maior riqueza de uma entidade colectiva, seja ela de que carácter for? Os seus recursos humanos. Mas existe outro princípio que outros preferem ter como prioritário: valorizar todos por igual pode fazer perder a importância de alguns poucos...
Ora, de assembleias gerais em que uma colectividade de centenas de associados tem de solicitar encarecidamente a alguns sócios, entretidos numa das suas mais animadas actividades - o jogo da sueca - que se façam representar nas mesmas de modo a que se possa formar um quórum, àquelas assembleias agendadas, as quais, chegada a sua data correspondente, nem sequer se pronuncia a sua denominação e, consequentemente, não se realiza, se mantém na expectativa a emoção de um acto eleitoral adiado, que não passará de uma lista organizada em última hora com os suspeitos do costume, mais alguns amigos e familiares para constarem como números, e isso porque já se torna incomportável manter o desgaste da incompetência de quem ainda os preside com a agenda de apoios financeiros aos quais se pretende apresentar concurso.
Este é apenas um exemplo de ocorrências sociais e colectivas de uma terra de gente apática, de uma terra que o Conde não reconheceria como sua, nem onde o gato consegue vislumbrar qualquer acto de ousadia. De gente que só se mobiliza, quase constrangida, quando determinada cor partidária pode correr o risco de perder a sua 'representação' numa direcção seja lá do que for.»


 
Sexta-feira, 10 de Dezembro de 2010

Publicada por O Gato do Conde em: http://ogatodoconde.blogspot.com

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