sábado, 17 de julho de 2010

Considerações sobre a história local - Paços de Brandão (XIV)

IDADE MÉDIA – ATÉ AO SÉC. XIV – XV

O MOSTEIRO DE SÃO PEDRO DE PEDROSO

O Mosteiro de São Pedro de Pedroso, fica situado na freguesia e Vila de Pedroso, interior Sul do Concelho de Vila Nova de Gaia, que tem o seu nome com origem no Castro do Monte Murado/Castrus Petrosos, ano de 7 d.c., hoje denominado Senhora da Saúde. Era um povoado castrejo habitado pelos Trudulos Velhos, e era servido pela Via Romana, que ligava Olissipo a Bracara Augusta.
A fundação do Mosteiro é de difícel atribuição, contudo, parece que foi doado por D. Gondezindo e fundado, segundo Frei Luís de S. Tomaz, no ano de 897. Era um mosteiro masculino, e pertencia à Ordem de São Bento. A primeira menção documentada, data de 1406. Ederonio Alvites, segundo as observâncias monásticas peninsulares, atribui o início do século XI, como data provável da sua fundação. Cerca de 1115–1120, adoptou a Regra de São Bento e das observâncias de Cluny.
Pedroso foi Couto e teve foral, concedido por D. Afonso, por carta de 3 de Agosto de 1128. A influência do Mosteiro, estendia-se por vasta área (37 freguesias), desde Vila Nova de Gaia, Santa Maria da Feira, termo de Aveiro, Vouga, concelho de Lafões, Santa Eulália de Vila Maior, (Concelho de Pereira Jusã). Possuía ainda direito de representação em 11 Igrejas. Em 1547, o mosteiro tinha um terço do padroado da Igreja de Milheiros de Poiares, no termo de Vila da Feira.
Desde os princípios do séc. XV até 1560, foi governado por abades comendatários, sendo o último o Cardeal D. Henrique, que anexou as rendas ao Colégio de Jesus de Coimbra. A comunidade beneditina manteve-se até à morte do último monge, ocorrida em vida de Frei Leão de São Tomás, segundo testemunho do próprio.
Are 1773, o Colégio de Jesus de Coimbra manteve religiosos no mosteiro encarregados da administração das rendas e do serviço paroquial até à sua extinção nesse ano. Os bens foram entregues à Fazenda da Universidade de Coimbra.
O Mosteiro de São Pedro de Pedroso, teve a honra, de ter acolhido no seu seio, Frei Pedro Julião (Pedro Hispano) que veio a ser o PAPA JOÃO XXI. Pedro Julião (1210 ?–1277), Papa João XXI (1276-1277), também conhecido por Pedro Hispano; dominava o latim, em que escrevia com correcção e elegância, possuía sólidos e vasto conhecimento da língua grega. Estudou Medicina e Filosofia, sobre que nos deixou, o «Thesaurus Pauperum» (Tesouro dos Pobres) e «Cânones Medicinaes», obras que tratam de Medicina, no que diz respeito à Filosofia, compôs “Problemas à maneira de Aristóteles” e “Summulas da Lógica”, obras que foram utilizadas no ensino de Filosofia, durante muitos anos. Foi contemporâneo do Rei de Portugal Afonso III, e é considerado o único pontífice português.
Pedroso era um Mosteiro que adoptou (1115–1120) a Regra de S. Bento, estabelecida no século VI por Bento de Núrsia, italiano fundador da Ordem dos Beneditinos, canonizado, mais tarde com a designação de S. Bento. Era uma ordem muito rigorosa, em que procurava para os monges uma vida de pobreza, castidade e obediência, sob a orientação monástica de um abade, cuja palavra era lei.
Na Idade Média, os conventos, para além dos serviços religiosos, para a divulgação e expansão do Cristianismo, eles albergaram no seu seio, grandes homens, alguns dos quais, ainda hoje projectam, sobre a sociedade, o respeito e a admiração, pois as suas actividades, não só estimaram e favoreceram as letras antigas, mas também as subtraíram a um aniquilamento. Nos conventos, foram salvos os principais códices, que os monges, com paciência, iam copiando, nas suas horas de lazer. Neste aspecto a Ordem de S. Bento, ficou justamente célebre. Os monges do Monte Cassino (Itália), de que S. Bento foi o primeiro abade, ficou conhecido e célebre por tais actos.

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