sexta-feira, 16 de julho de 2010

Adrian Pierce Rogers (II)



Adrian Pierce Rogers, um bem sucedido pastor evangelista norte-americano, nasceu em Wets Palm Beach, Florida em 12 de Setembro de 1931, e, faleceu na cidade de Memphis em 15 de Novembro de 2005. Era um pastor da Igreja Batista, que actuou de 1972 a 2005 na igreja de Bellevue em Memphis e, durante esse período, os fiéis subiram de 7.000 para 30.000. Em 1989, instalou-se num conjunto de prédios avaliados em mais de 80 milhões de dólares, só um dos auditórios comporta sete mil fiéis.
Adrian Rogers era descrito como um excelente orador, e era um dos principais representantes do conservadorismo religioso de direita nos Estados Unidos da América. A ele se atribuem diversos documentos ou boicotes, como por exemplo à Walt Disney, apenas por esta empresa conceder benefícios a companheiros(as) de empregados gays.
A Carta que lhe é atribuída, referente ao «experimento socialista», não carece de fundamento, uma vez que aquele Pastor, nasceu no ano de 1931, data em que lhe é atribuída a escrita de tal manifesto. Também não era economista e jamais lecionou na universidade de Texas Tech. Portanto só resta considerá-la um engodo que de tempos a tempos nos aparece, nas nossas caixa de correio ou nas nossas caixa de correio electrónico.
Por curiosidade, na época em Adrian Rogers nasceu, 1931, os Estados Unidos da América, passavam por uma das piores crises económicas, que começou cerca de 1927 e se prolongou pela primeira parte da década de 30, alastrando-se ao Mundo inteiro, sendo talvez a Europa aquela parte que tenha sofrido mais com tal.
A “DEPRESSÃO”, tinha aos poucos se instalado na América. Em finais de 1929 a situação complicou-se, com as cotações em bolsa a baixarem e com o Banco de Inglaterra a elevar a taxa de desconto, para estancar a sangria de ouro para Nova Iorque. Um importante grupo financeiro inglês, o grupo Hatry, abrira falência. Em 23 de Outubro 1929, quarta-feira, Wall Street tornou-se um «inferno» com as catadupas de títulos a caírem subitamente na bolsa. No dia seguinte, 24 de Outubro de 1929, ia ficar na história do Stock Exchange, como o Black Thursday (a Quinta-Feira Negra). Treze milhões de títulos mudaram de mão. Era o pânico total. Era o salve-se quem puder. Nem um fundo de 240 milhões de dólares, criado para estancar a crise, se conseguiu aguentar, apenas durou três dias.
O presidente Republicano, Hoover , bem dizia: «O único negócio fundamental do país, isto é, a produção e distribuição de mercadorias, assenta numa base sã e próspera». A mensagem não passou, ninguém o acreditava. A Wall Street convergiam multidões em pânico, desvairadas, cheias de histerismo, eram pequenos portadores de título, estupefactos por perderem, em um dia, o que julgavam ser uma fortuna estável. O Stock Exchange assemelhava-se a uma casa de doidos ou a uma jaula de feras em chamas.
A derrocada financeira continuou em Novembro, a banca entrou em crise, a prosperidade, que os peritos julgavam ser eterna, desvanecera-se. Para Hoover e seu governo, a catástrofe não era menor do que a financeira. Professava uma filosofia que não era feita para tranquilizar o País. Os seus princípios rígidos impunham-lhe intervir o menos possível. Pensava que uma acção directa do Governo na economia desencorajava o espírito de iniciativa que fizera a América. Cabia a cada comunidade desenvilhar-se: «Um acto voluntário é infinitamente mais valioso para o nosso ideal nacional do que mil intervenções da Tesouraria
O pânico bolsista transformou-se rapidamente numa depressão mundial. De 1929 a 1932, por toda a parte faliram bancos, as moedas desvalorizaram-se, as fábricas fecharam e instalou-se o desemprego. O Canadá queimava o trigo que não podiam vender, o Brasil, o café. Na Alemanha, uma vaga de miséria ia levar ao poder Hitler e as suas loucuras.
Aos poucos a miséria espalhou-se, não só na América, mas por todo o lado. Os desempregados, erravam pelos campos à procura de um trabalho qualquer, nos arrabaldes das grandes cidades. Construíam «bairros de latas», a que por troça, os Americanos chamavam: «Hooverville». Por todo o lado se formavam bichas diante dos locais onde instituições caritativas distribuíam géneros; chamavam-lhes bread-lines (linhas de pão). Banqueiros, corretores, especuladores arruinados, atiravam-se pela janela de um vigésimo andar para se suicidarem.
O mal era tanto mais grave quanto a Administração não queria admitir a sua existência. Hoover era o presidente da Prosperidade. Como poderia o seu Governo Republicano ser o do Desemprego? Milhões de pessoas passavam fome, mas a tese oficial mantinha-se: «Sobretudo, nada de intervenção do Estado. Não caiamos no erro do dole inglês. Se há misérias a minorar, a caridade privada que se encarregue disso.» Foi o período dos remédios pueris e inadequados, em que não conduziam a parte nenhuma.
Só em 1932, o Serviço Federal de Desemprego, estimulava que a América tinha cerca de 4 milhões de famílias sem recursos, ou seja 15 a 20 milhões de bocas a alimentar. Hoover continuava a dizer que o país estava são e que a prosperidade nos esperava na próxima esquina. Actuava o menos possível, julgava mais prudente ajudar os bancos e as indústrias do que os desempregados. Quando alguém protestava, e, organizava qualquer marcha sobre Washington para reclamar dos seus direitos, o presidente considerava essas ameaças de motim intolerável. Eram recebidos com carros de combate e metralhadoras, sucedeu aos veteranos de 1ª grande guerra, que se viram confrontados com esta situação, ao pretenderem reclamar o direito à pensão que lhes tinha sido cortada. O País ficou chocado, aos veteranos foi-lhes negado o estandarte de revolta, mas mereceram a simpatia de todos.
No entanto o Presidente, continuava com um certo individualismo doentio. A seus olhos a heresia abominável era o Welfare State, a ideia de um Estado que garantisse o bem estar dos cidadãos. Em sua opinião, um único passo nesse sentido conduzia ao socialismo e à preguiça. Antes dele tinham sido começadas grandes obras para criar barragens e produzir energia; Hoover opôs-se a esse programa. Tais empreendimentos não eram, segundo dizia, função do Estado. Como a situação se tornasse cada vez mais grave, finalmente o Presidente resolveu impor medidas oficiais: a expansão de grandes obras públicas; construção civil, caminhos de ferro, companhias de seguros, bancos, etc., no entanto, embora estas concessão fosse bastante útil, continuava a opor-se a que se socorressem directamente os desempregados. Este esforço do Presidente revelava-se simplesmente insuficiente. Paravam novas fábricas e o número de desempregados crescia.
Enquanto na América a situação era mais do desagradável, na Europa, a crise grassava. O Kredit Anstalt, de Viena, uma das maiores instituições financeiras do mundo, tivera de suspender os seus pagamentos. A Inglaterra e a França, viam-se a braços com uma grave crise económica e financeira, as suas moedas tinham perdido bastante do seu valor; a Alemanha, o antigo marco estava a zero absoluto. Na América já havia quem pensasse em que seria melhor desvalorizar o dólar.
O novo Presidente, Franklim D. Roosevelt, por curiosidade também ele eleito pelo Partido Republicano, quando em 3 de Março de 1933, se apeou do comboio, em Washington, sob um dilúvio de neve derretida, só encontrou lá confusão e pavor.
O país ouvira, pela rádio, o discurso da posse e gostara dele. Todos diziam que Roosevelt lhes tinha devolvido a esperança. «People are looking to you almost as they look to God.» (As pessoas voltam-se para si, quase como se voltam para Deus.)
A longa presidência de Franklim D. Roosevelt é sem dúvida o período mais importante da história da América no século XX. Podia duvidar-se, quando começou, se o regime político e económico da América não ia desmoronar-se. Era uma época em que, em numerosos países, os governos autoritários tinham sido aceites pelos povos que já não se sentiam capazes de se governar por si próprios. A complexidade da vida moderna, a necessidade de dirigir a economia, se não se queria andar de crise em crise, eram compatíveis com a lentidão e as hesitações da democracia? Muitos duvidavam. Só a experiência poderia responder. (História dos Estados Unidos – André Maurois , Ed.Europa-América – 1967)

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