Nota prévia do Administrador: A história de Paços de Brandão, sempre foi um assunto sobre o qual este blog procurou abordar com a maior seriedade e rigor. Por esta razão, e porque o artigo de opinião que aqui vai ser reproduzido visa apenas esclarecer a verdade dos factos. O Engenho acedeu ao pedido de publicação de um texto que supostamente foi censurado num blog que tratava a história Brandoense. Não obstante, e caso os visados assim o entendam, estamos abertos a publicar qualquer resposta ou explicação que nos venha a ser endereçada sobre o tema em questão.
UMA RESPOSTA QUE SE IMPUNHA
Li um um artigo publicado pelo Senhor Eduardo Rocha, em «bardodafina.blogspot.com», sob o título, “BORN IN PAÇOS DE BRANDÃO”, em que trata das origens desta localidade, se bem que tivesse feito um comentário, tal não foi publicado, e, como entendo que assuntos sobre HISTÓRIA devem ser tratados com toda a seriedade, venho por este meio dar uma resposta, e, comentar o referido artigo.
Em primeiro lugar, o artigo em causa não é mais que uma transcrição do que vem publicado em “900 ANOS DE PAÇOS DE BRANDÃO”, do Sr. Pe. Correia, caindo em todos os erros acerca de como se deve tratar a “História Local” de uma qualquer localidade, e, de que tal livro, disso, é um mau exemplo.
Em seguida, o Autor do «born em Paços de Brandão», entende que «Monarquia» só existiu com D. Afonso Henriques, é caso para lhe perguntar o que era o Reino de Leão, Castela, Aragão, Galiza e o Condado Portucalense, ou o Condado de Portugale e o de Coimbra?
Mas se a falta de rigor histórico já era bastante visível, com o decorrer da leitura, deparei-me com afirmações que não condizem com o que se encontra nos documentos referidos pelo Sr. Eduardo Rocha.
Passemos a análise dos documentos em que se refere o Cartulário de Baio Ferrado, páginas 77 a 79, diz Ele: Consultando-se a edição (até ao momento a única transcrição paleográfica do documento original) do “LE CARTULAIRE BAIO – FERRADO DU MONASTÈRE DE GRIJÓ (XI – XII Siècles)” – Introduction et Notes de ROBERT DURAND, Fundação Calouste Gulbenkian – Centro Cultural Português – PARIS 1971, verifica-se que nas páginas referidas não se encontra nenhum documento com referência a «Palatiolo», bem como nos documentos com igual intervalo de números. Portanto só me resta perguntar ao Sr. Eduardo qual o Cartulário de Baio-Ferrado que consultou?...
No que diz respeito às fontes referidas em “DIPLOMATA ET CHARTAE”, verifica-se que em tudo em que aparecesse «palaciolo», se tinha como considerar referente à nossa povoação de Paços de Brandão, deixando-se os documentos em que tal é referido, por assinalar. Assim, parece-me que uma leitura mais atenta do Doc.CCCXXV (1043), referente ao Mosteiro de Anta, e, em que é referido, «nostrorum in uilla pausada er sancta cruce quos diuide inter uilla palaciolo et sisualdi et lagona usque in littore maris per suis locis et terminis antiquis, concédimus uobis de ipsa uilla iam supranominata de illa uilla media duas partes inde uobis concedimus ab integro», se chegará à conclusão que tal se refere à «aldeia de Paço de Cassufas». Ainda, no que diz respeito à D.C., Doc. Nº. CCCI (1057), o assunto é, desculpe-me que o diga, mais anedótico, e é tão fantasiosa a sua relação com Paços de Brandão, que o vou reproduzir na íntegra para que lhe possa servir de uma nova análise ,pois fiquei na dúvida que o tenha consultado.
Para terminar, quero lembrar que só se escreve HISTÓRIA com documentos, e, felizmente , no que se refere ao período da Idade Média, existem muitos e relacionados com a origem desta povoação de Paços de Brandão, é preciso saber procurá-los, interpretá-los e não adulterá-los, o rigor histórico deve prevalecer, mesmo no que se refere à “História Local” de qualquer freguesia, nem que seja de um simples «palatiolo».
Solraro
Anexo:
Doc. CCCCI (1057) da “DIPLOMATA ET CHARTAE”
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