terça-feira, 21 de junho de 2011

Árvores - Património desprezado em Paços de Brandão

Quando se fala em património, a primeira coisa que nos ocorre são edifícios, escritos,  música ou peças de arte. Isto é, algo que de algum modo possua valor significativo, para que possa ser reconhecido pela sociedade como um legado deixado pelos nossos antepassados. Não obstante, património não é só isso, e não raras vezes, esquecemos de incluir também aquilo que a natureza nos deu! Disto é bom exemplo os rio, os animais e também as plantas. E é neste último ramo da diversidade biológica, que se entendo ser importante fazer  uma séria chamada de atenção,  para o que de muito mau  vêm sendo feito em Paços de Brandão, ao nosso  património arbóreo.
Já vai muito longe o tempo, em que o executivos autárquicos locais, não se poupavam em esforços para que uma obra de remodelação do arraial, permitisse que as suas árvores originais se mantivessem lá, embora em locais diferentes dos originais. Fazendo disto um exemplo de uma  boa prática de preservação do património, bem como de consciência ambiental  de quem tinha responsabilidade maior nesta Junta.
Mas todo este esforço porquê? Podem perguntar muitos:  Porque são património!
Pois bem, se isto foi  assim em meados dos anos 90 do século passado, o século XXI e ao virar da primeira década decorrida, representaram o maior retrocesso ambiental e destruição património ecológico nesta freguesia de que há memória!
Já não bastou aquele verdadeiro crime ambiental, e que ainda hoje muitos se vangloriam de necessário, e que mais não fez que destruir criteriosamente, e em poucos dias, aquilo que a natureza demorou tantos anos a dar à nossa Quinta do Engenho Novo, sem se observar o menor planeamento ou  estudo de impacto ambiental, limitando-se a tirar do caminho árvores centenárias por capricho e vontade de pessoas sem consciência, e que simplesmente "mandavam". Como agora parece que é rotina nesta terra deitar a baixo tudo o que incomoda.
Desta operação "deita a baixo na Quinta", já muito foi dito, o que se queria hoje trazer aos estimados leitores do Engenho, é uma outra história de abates. Esta, remonta a inicio de Março deste ano, e onde abruptamente, na rua da sobreira, 3 sobreiros centenários foram subtraídos da terra que os viu nascer pelo corte cruel das serras da REFER.
Numa terra onde a economia está fortemente ligada ao Quercus suber (Sobreiro- cortiça), é estranho que nenhuma voz se tenha insurgido contra isto. Quando se fala tanto das campanhas a favor da cortiça, das questões da preservação dos montados de sobro, faz mesmo um enorme espanto este abate em 3 tempos, tenha passado despercebido! Mas nem toda  a gente anda desatenta, e mesmo abatidos, o cidadão comum têm direito a saber como é possível concretizarem-se estes actos, sem que nenhuma voz responsável da terra diga nada. 
Pois bem  após contactada,  a Refer, fez saber saber que este abate nem foi ideia da companhia férrea. Mas sim deste executivo autárquico local presidido pelo nosso Mino!
Segundo uma explicação detalhada, a Refer a pedido deste executivo, procedeu ao abate das árvores após obterem autorização do ministério da agricultura, (já que o sobreiro é uma árvore protegida). fazendo por isso cumprir a vontade da junta. A qual por sua vez informou, que solicitou este abate, porque em algumas das casas vizinhas desses sobreiros, as folhas parece que eram um constrangimento e incómodo! Por estas razões a sentença de morte cruel foi proferida pelo Juiz Mor da Corte Brandoense, Mino. Revertendo os despojos do corte, isto é, a lenha! A favor da Junta.
Mas que comédia de terra é esta? Ninguém se importa com estas coisas? Ninguém questiona? Então que moral existe em muitos alaranjados ligados ao sector da cortiça, onde a defesa da árvores é um compromisso? Será que não existiam outras soluções? Uma poda, por exemplo? Era mesmo necessário abater os sobreiros? 
Todas estas questões agora são irrelevantes, pois nada pode trazer de volta estas magníficas árvores, as gerações futuras ficarão sem saber que esta "rua da sobreira" deve o seu nome a estas árvores, e que nem mesmo em 100 anos de linha do vouga foram problema. Só agora é que passaram a ser...enfim, em Paços de Brandão é assim que é tratado tudo o que incomoda: Deita-se a baixo!
Firmino Costa poderá fazer uma grande obra nesta terra, mas não se livra de ficar na história como o Presidente de Junta com maior inconsciência ambiental que há memória! Talvez tudo isto sejam alguns maus hábitos seus que adquiriu, a quando do usufruto de terrenos perto de umas pedreiras no passado...

1 comentário:

  1. uma arvore que seja vai fazer falta num futuro bem próximo,se incomoda hoje amanhã nos dará sombra ou frutos e um ar mais puro,tem um caso aqui no bairro de uma arvore no meio de uma rua e nem porisso vai ser retirada,muito pelo contrário vez por outra é caiada para alertar os motoristas.Vamos fazer a nossa parte vamos defender o planeta começando por Paços de Brandão

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