No seguimento deste post, que motivou um debate sobre a história de Paços de Brandão, surgiram alguns comentários, quer no Engenho no papel, quer no Facebook. No seguimento de um pedido de resposta pelo autor, a um comentário da nossa leitora Filomena Rodrigues neste post, temos a fazer a seguinte publicação:
A FILOMENA RODRIGUES E «AS ORIGENS DOS APELIDOS DAS FAMÍLIAS PORTUGUESAS»
Cara Senhora:
Ao falar de "livros antigos", e, no que se refere “AS ORIGENS DOS APELIDOS DAS FAMÍLIAS PORTUGUESAS”, de Manuel de Sousa, fiquei na dúvida se efectivamente leu tal livro, ou se considera um livro editado pela primeira vez em 2001, como livro antigo!...Quanto às influências deste livro nos 900 Amos de Paços de Brandão, do Pde. Correia, só lhe posso afirmar uma coisa, fiquei "pasmado", como é que um livro que foi editado em 1995, foi consultar um que foi editado em 2001?...
Ainda quanto ao livro do Sr. Manuel de Sousa, queira, por favor, consultar, «geneall.net-Plagio» e veja as complicações e polémicas em que esse livro se viu ou está envolvido (Sic).
Quanto ao “estarem todos doidos”, vou-lhe contar o que se passou com a descoberta de um monumento arqueológico, bem perto de nós, e, talvez por muitos completamente ignorada a sua existência, “O CASTRO DE OVIL”. No «Archeologo II, pág. 37 e seguinte», no ano de 1897, Pedro A. de Azevedo, diz-nos o seguinte, quanto á localização do referido castro:
«…um trabalho sobre o território do antigo Castro de Ovile descrevendo que tem grande probabilidade o antigo Castro de Ovile (Obile ou Obil) ou Castro de Oubil, ser o actual Monte Murado na freguesia de Mozelos.» O Sr. Professor Arlindo de Sousa discordou do que estava escrito na ilustre revista de Arqueologia, e as suas dúvidas vieram a ter os seus frutos, pois conseguiram mobilizar um grupo de personalidades que formaram o Grupo de Estudos para a Defesa do Ambiente e Património Cultural de Espinho, que viram as suas pesquisas coroadas de êxito, ao em Fevereiro de 1981, descobrirem o castro. A descoberta aconteceu no dia 2 de Fevereiro de 1981 e foi efectuada, pelo nosso conterrâneo, Sr. Dr. Francisco Azevedo Brandão e Dr. Carlos Jorge Ferreira, formados em História, tendo o último conhecimentos de arqueologia, Margarida Santos, aluna de arqueologia da Universidade do Porto e João Quinta, membro da GEDAPE.
Será que todas estas personalidades estavam doidas?...Se a Filomena pensar bem verificará que elas apenas seguiram os passos que a HISTÓRIA lhes indicou, INVESTIGAR. Decerto que não foi por o Castro de Ovil ter sido descoberto em Paramos que os habitantes e Mozelos encararam tal facto como uma «questão de birra para com o Povo Mozelense». Só quem não conhece os fundamentos da História é que pode tecer comentários como aqueles que a Filomena efectuou.
Por último e para que a Senhora possa aprofundar os seus conhecimentos, aconselho umas leituras, bem atentas:
LIVRO DAS CAMPAÍNHAS (códice da segunda metade do século XIV) – Mosteiro de São Salvador de Grijó – Edição da C.M.de V.N.de Gaia, Jorge de Alarcão e Luís Carlos Amaral; OS BRANDÕES –Origens e Varonia (938-1663), de M. Antonino Fernandes (Porto-Novembro de 2007); BRASÕES DA SALA DE SINTRA, de Anselmo Braamcamp Freire (Primeiro Livro) – Imprensa da Universidade de Coimbra (2ª Edição) – 1921; OS PATRONOS DO MOSTEIRO DE GRIJÓ (Evolução e estrutura da Família Nobre – Século XI a XIV), de José Augusto P, de Sotto Mayor Pizarro – Porto 1987); LE CARTULAIRE BAIO – FERRADO DU MONASTÈRE DE GRIJÓ (XI – XIII Siècles) , por Robert Durand, Fundação Calouste Gulbenkian, Centro Cultural Português – Paris 1971; e, se confrontar este último livro (Le Cartulaire Baio – Ferrado) com os "900 Anos de Paços de Brandão", verificará no erro que o Sr. Pde. Correia cometeu, que em HISTÓRIA, para o qual a palavra «plágio», significará «muito pouco».
As pesquisas em história não se fazem por «birras» sobre esta ou qualquer outra localidade, mas sim pela obtenção de factos verídicos que nos possam levar a um melhor conhecimento, das «raízes e origens históricas» de uma certa localidade.
Mais nada, tenha boas leituras.
SOLRARO
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