Comunicado
Sobre o processo de extinção de freguesias
Estando
ainda em curso o processo de extinção de freguesias, a CDU de Santa Maria da
Feira não pode deixar de denunciar o embuste que todo o dito processo
democrático, nomeadamente a Comissão de “Acompanhamento” da Assembleia
Municipal tem representado.
Naquela
que é a maior reforma territorial e administrativa desde o 25 de Abril, o
Executivo PSD elabora um estudo técnico sem prévia audição de rigorosamente
ninguém e apresenta-o às freguesias, com prazos apertadíssimos para que se
pronuncie.
Desde o
início, PSD apresentou esta solução como uma inevitabilidade que, sendo má,
deveríamos escolher o mal menor – fazendo passar a ideia que não tem
responsabilidades. O distrito de Aveiro tem 9 depudados do PSD eleitos na Assembleia da República, incluindo
um feirense, e nem um votou contra a reforma. O PSD está no Governo e propôs
esta reforma, à revelia de milhares de freguesias e municípios que agora,
vendo-se confrontadas com esta espécie de “ameaça” têm que escolher para que
não seja a Unidade Técnica – que, sublinhe-se teve a recusa de participação do
PCP, do PS, do BE, da Associação Nacional de Municípios e da Associação
Nacional de Freguesias. Ou seja, só o Governo PSD/CDS determinou, decidiu, criou
uma unidade com técnicos absolutamente desligados das populações e agora
ameaçam as freguesias com o “monstro” que só eles criaram.
E, no
decorrer de tudo isto, a Assembleia Municipal, órgão soberano, é posto
completamente de parte. Não fosse a solicitação da CDU – única força política
que exigiu da Câmara todos os documentos enviados às freguesias e respectivas
respostas das mesmas – nada se saberia sobre todo este processo.
A vontade
do PSD em travar, adiar, criar obstáculos ao trabalho da Comissão foi evidente,
como foi evidente a displicência do Executivo ao nunca reunir (a não ser agora
ter demonstrado disponibilidade a requerimento da CDU) com a Comissão
Permanente nem nunca ter feito uma apresentação pública à população das
implicações da sua proposta, para que todos percebam o verdadeiro significado
desta reforma.
O PSD quer
retalhar o município, afastar as populações dos órgãos do poder local. A CDU,
não concordando, foi a força mais activa e proponente, exigindo documentação,
esclarecimentos e o verdadeiro funcionamento da Comissão para que esta
represente o papel para o qual foi mandatada e dignificar a Assembleia
Municipal que ali representa, em nome de quem votou nos seus representantes.
A CDU
rejeita mais esta violação da Constituição da República Portuguesa e tudo
continuará a fazer para que mais este ataque não seja perpetrado contra o poder
local democrático.
Por esse
motivo, a representante da CDU abandonou a Comissão Permanente hoje, dia 22 de
Setembro, recusando-se a permanecer nesta “farsa”, conforme declaração
apresentada na reunião da Comissão.
Pela
Comissão Coordenadora da CDU
22
de Setembro de 2012
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