"Superiores" rumos do naufrágio brandoense

O Observatório do Engenho vem hoje questionar acerca do rumo que está fatidicamente destinado a esta vila de nobres origens, mais especificamente no que concerne às instituições que maior nome lhe é suposto conferir.

O povo desta terra foi, efectivamente, enganado pelo lobo de fraque laranja, a que aludimos aqui em tempos. Estão recordados?

LIMPAR tem sido a palavra de ordem no executivo que comanda as nossas tropas.

E desenganem-se os que acreditam que as limpezas se resumem a ervas daninhas em bermas de rua. Não!!! A foice tem degolado bem mais que isso. E é só uma questão de perspectiva, pois nem para tudo o que se quer “limpar” é necessário retroescavadora ou herbicida.

A intenção de “limpeza” já começa bem antes das eleições autárquicas, com o caso do CSPB (Centro Social de Paços de Brandão), episódio por demais falado e divulgado por toda a freguesia (na altura não se mediram esforços na divulgação!!). Política do “não se metam no nosso caminho”. Logo por aí se começava a perspectivar o que a coisa iria dar.

Mais recentemente, o episódio CIRAC (Círculo de Recreio, Arte e Cultura) foi gritante. A aversão à cultura e ao trabalho de quem quer levar o nome da terra bem longe tem sido notório. A estes foi-lhes negado, como que por vingança, os apoios necessários à prossecução dos seus objectivos e projectos. Política do “toca a desmoronar”, pois “quem não está por nós é contra nós”.

Mas não se pense que estes sejam casos isolados. Claro que não são!!! Esses são somente os mais “mediáticos” e recentes, pois outros há, de longa data, que se têm mantido “activos” dentro da obscuridão de silêncios que interessam manter.

A nossa Junta, nos últimos tempos (isto para não falar no “desde sempre”), também tem sido apologista e cúmplice da política do “deixa afundar”. E, desta vez, referimo-nos ao caso ISPAB (Instituto Superior de Paços de Brandão). Como é de todos sabido, a Junta faz parte dos órgãos que administram esta instituição de ensino superior. Porém, convém salientar que esta instituição em concreto sofre, já de si e ao que consta, de um défice de capacidade de gestão e de trabalho avassaladores, sendo que o executivo autárquico foi e continua a ser, cada vez mais, conivente com as "sanguessugas que por lá habitam”.

Aos interessados neste caso, basta-lhes perceber o fracasso que tem sido a evolução desta casa, tendo em conta a postura do “quem quiser que faça”. O que interessa é que “venha a nós o nosso” e que ninguém incomode muito, para que tudo continue camuflado. E assim vão passando os dias, os anos, sempre a definhar… chegará a altura em que o naufrágio terá sido de tal ordem, que não haverá retrocesso, nem ninguém que lhe consiga pôr a mão… ficaremos todos ao largo, a ver o barco a mergulhar nas profundezas do oceano.

Preocupa-nos, sinceramente, o rumo (nada superior!!!) que as coisas por aqui vão levando, fruto das mentes retrógradas e mesquinhas que “invadiram” a nossa terra e a quem lhes é dado o privilégio de andar a “brincar às gestões e decisões”. É que, para quem não sabe, apesar de oficialmente se tratar de entidade privada, é bem mais pública do que o que se julga. Quem acham que, em última instância, terá de assumir as rédeas? Os cofres da Câmara e da Junta já devem saber a resposta…

Assim, já que os nossos governantes permitem e apoiam este estado de coisas, apelamos aqui, em nome dos interesses de Paços de Brandão, para que seja o povo a se impor e a dar a última palavra!