Existem referências a "Brandão" como nome próprio no nosso País, pelo menos desde o século XI, ou seja, antes da fundação da nacionalidade. O nome não surgiu logo como o conhecemos hoje e, a sua origem, fazendo fé na opinião de grande parte dos especialistas, é a Inglaterra ou a Normandia, com a ortografia de "Blandon", "Blandom", "Blanden" etc.
Uma das versões existentes, que está documentada e é oficial, está no site da da Junta de Freguesia de Paços de Brandão. Diz-se lá que:
«Afonso VI, rei de Leão e Castela, pediu reforços a Filipe I, rei de França, para expulsar os Mouros da Península Ibérica. Foram muitos os Cavaleiros Normandos (oriundos da Normandia), que se alistaram na hoste do conde D. Henrique. »
E é daqui que um dos cavaleiros da Normandia, de nome Fernand Blandon, vindo de uma família aristocrática, entra em Portugal em 1095 para assistir ao casamento do Conde D. Henrique com D. Teresa para fazer as homenagens da posse do governo do Condado Portucalense. No entanto, nesse mesmo ano, entrou como Donatário de uma terriola, até ali denominada Villa Palatiolo, como prémio da sua bravura nos campos de batalha contra o Islão, e desde então hoje é conhecida como Paços de Brandão (Paços - Palácio + Brandão - Blandon). Levantou mais tarde a sua Casa Nobre com Torre (como é timbre dos Brandões), a qual não chegou aos nossos dias, devido à erosão. Sabe-se apenas que até ao Séc. XIV a Torre ainda permanecia de pé. Entretanto, Fernand Blandon faleceu em data incerta, e foi sepultado no Mosteiro de Grijó.
Sendo esta ou não a origem do nome "Brandão" no nosso País, o que é certo é que o encontramos em todas as regiões do País e em todo o mundo, onde se fala Português. O que não deixa de ser uma ligação que muitos milhares de pessoas possuem com a nossa terra, e que hoje decidimos trazer também aqui ao Engenho.
Continua a ser lamentável a "subnutrição" informativa de que é vítima o site oficial da freguesia. Duvido que alguém do executivo se tenha alguma vez preocupado, quanto mais não seja pela curiosidade e o orgulho de ser-se brandoense, em procurar inteirar-se verdadeiramente do que aqui é tratado neste post. Na altura, pagou-se para que alguém "lá colocasse alguma coisa" e não ficar muito mal na fotografia. É dos melhores exemplos que retratam a estagnação atrofiante em que esta terra entrou, faz tempo!!! Se a cultura desse votos, até sabiam na ponta da língua o historial não só desse mas de muitos mais apelidos e andavam de caravana a anunciá-lo diariamente pelas ruas.
ResponderEliminarCaros Amigos,
ResponderEliminarÉ louvável que se procure saber a antiguidade de um povo, contudo nem sempre o que se encontra escrito corresponde à verdade.No que diz respeito à história de Paços de Brandão, ainda há muito para dissertar, para mal de todos aqueles que são leitores e gostem de história local,os 900 Anos de Paços de Brandão, do Sr. Pde. Correia, único trabalho publicado sobre esta freguesia,são um mau exemplo do que se pode encontrar escrito sobre a monografia de qualquer localidade, uma análise ao seu conteúdo, verifica-se que se baseou no facto de um tal Fernando Brandão,fidalgo francês, no ano de 1094, ter fundado ou ter dado origem a esta localidade. Quem for leitor atento, fica logo com a dúvida desta data de 1094, casamento de D. Henrique de Borgonha com a nossa D. Teresa, é uma coincidência deveras curiosa e para quem julgasse encontrar no livro uma explicação convincente sobre tal facto, sentiu-se defraudado com o que encontrou e, mais ainda, com o que está escrito quanto ao Mosteiro de Grijó e seus bens e donatários; logo na página 103 é transcrito um mapa do livro "Le Cartulaire Baio-Ferrado du Monastère de Grijó (XIe.-XIIIe.Siècles)" de Robert Durand , Fundação Calouste Gulbenkian - Paris 1971, em que se acrescenta ao referido mapa os nomes de Rio Maior e Paços de Brandão, sem qualquer explicação para tal.Em 2007 o Dr.M. Antonino Fernandes, publicou um livro sobre "OS BRANDÕES - Origens e Varonia (938-1663)", que despertou a minha curiosidade e de que vou transcrever os dois primeiros parágrafos da sua «JUSTIFICAÇÃO» (PÁG.9):
«São tão anacrónicas e fabulosas as notícias que nos dão os Armoriais e Nobiliários sobre as origens de algumas famílias portuguesas, que quem procure neles os ascendentes mais remotos da sua linhagem fica redondamente desiludido.
Já pude evidenciar isso em alguns dos meus trabalhos, como os Beliáguas, os Esteves Rebelo de Amarante, os Magalhães de Heitor de Magalhães, os Silvas históricos e os Ribeiros de Torrados e de Idães. A origem dos Brandões, recentemente tão enfatuada pelo P.Joaquim Correia da Rocha, em "Recordar 900 anos de Paços de Brandão", é mais um exemplo flagrante disso mesmo».
Julgo de toda a conveniência a leitura e estudo deste livro sobre "OS BRANDÕES", por nele se encontrar bases para buscas de documentos em que a história da nossa terra seja mais esclarecedora quanto à sua antiguidade bem como daqueles que usaram a denominação de BRANDõES.Para os estudiosos que queiram ter acesso a tais documentos, bem como artigos e livros publicados sobre Grijó, coloco-me à inteira disposição para lhes facultar a sua consulta bem como outros meios de investigação que tenho reunidos em APONTAMENTOS SOBRE HISTÓRIA.Para os interessados aqui deixo o meu contacto. (casvarela@hotmail.com)