quinta-feira, 19 de abril de 2012

A GUERRA PENINSULAR EM TERRAS DA FEIRA - I I

Por: Carlos Varela
A GUERRA PENINSULAR
A SEGUNDA INVASÃO FRANCESA
(Os Trágicos Acontecimentos Ocorridos em Terras da Feira)


O MASSACRE DA ARRIFANA



O dia 17 de Abril de 1809, foi a consequência do ódio que alastrava pelo Povo português, em relação às invasões napoleónicas, e, neste caso, àquelas que ocuparam o Porto em 29 de Março de 1809 (2ª. Invasão – SOULT).
Os franceses tinham na margem Sul do Rio Douro, até ao Vouga, diversos postos avançados. Quando o oficial Lameth, com um piquete de cavalaria se deslocava nas imediações de S. Tiago de Riba Ul, foi intercetado numa emboscada organizada por Bernardo António Soares Barbosa da Cunha, natural de Arrifana, acompanhado de mais alguns mancebos, todos eles voluntários e também naturais de Arrifana. Como resultado da emboscada, o oficial francês e dois soldados foram mortos e a retaliação por parte do exército napoleónico não se fez esperar.
No dia 17 de Abril de 1809, ao amanhecer, o exército francês, sob o comando do general Thomiers, cercou a freguesia da Arrifana e levou a cabo uma terrível carnificina, incendiando ainda muitos prédios. A maior parte da população procurou refúgio no interior da Igreja. No entanto os franceses obrigaram os homens válidos a saírem do templo, selecionando de seguida um em cada cinco, o que ficou conhecido pelos «quintados», que eram, de seguida, fuzilados. As vítimas eram empilhadas no local do massacre, outras tiveram o destino de serem dispersas pelos caminhos e penduradas de cabeça para baixo em várias árvores.
A relembrar este triste episódio, sendo que são conhecidos, pelo menos 62 mortos, no entanto os registos paroquiais apontam para setenta e um, mas poderá ter sido muito maior o número de vítimas, encontra-se no centro de Arrifana o “MONUMENTO DA GUERRA PENINSULAR” erigido em memória dos civis fuzila-dos naquele dia 17 de Abril de 1809.

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