Empresa em lay-off por alegada falta de encomendas, mas depois solicita horas extraordinárias para executar as encomendas…
Em Setembro o Bloco de Esquerda questionou pela primeira vez o Ministério da Economia sobre o que parecia ser um uso abusivo e incorreto do mecanismo de lay-off na empresa Recor S.A., localizada em Arrifana, concelho de Santa Maria da Feira.
Ao que o Bloco apurou na altura, esta metalúrgica, estava a enviar trabalhadores para lay-off, no entanto, muitos deles não frequentavam as acções de formação devidas. Segundo ordens da empresa, apenas assinavam a folha de presença e depois voltavam para a produção, apesar de, supostamente, a empresa não ter encomendas.
Em resposta ao Bloco, o Ministério confirmou o lay-off e a redução de 5 dias de trabalho por mês.. O lay-off vigoraria de Agosto de 2011 a Janeiro de 2012, por alegada falta de encomendas. O mesmo Ministério garantiu que a empresa seria acompanhada pelos serviços competentes, mas há dúvidas que esse acompanhamento esteja a ser feita e há novamente dúvidas sobre a verdade dos argumentos por parte da empresa.
Pelas informações que chegaram ao Bloco de Esquerda, apesar de a empresa ainda estar a recorrer ao lay-off, está ao mesmo tempo a solicitar horas extraordinárias aos seus trabalhadores. Ora, sendo assim, a bota não bate com a perdigota. Não pode alegar falta de encomendas para empregar a lay-off e ao mesmo tempo alegar muito trabalho para levar os trabalhadores a fazer horas extraordinárias.
Há algo nesta história que merece ser cabalmente esclarecido, pois se esta situação se confirma está em curso, ao mesmo tempo, uma forma de exploração sobre os trabalhadores e uma forma de apropriação ilegítima de dinheiro público por parte da empresa.
Assim, o Bloco de Esquerda, através do deputado Pedro Filipe Soares, fez chegar um novo documento ao Ministério da Economia em que questiona se o Ministério está, efectivamente, a acompanhar a situação desta empresa, se tem conhecimento de horas extraordinárias praticadas na Recor S.A. e que acções levará a cabo para averiguar a situação e a responsabilidade da administração da empresa nesta situação. Ler aqui as perguntas
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