Histórias do adro da igreja (5)

O acto eleitoral do passado domingo ficou marcado por uma inédita parceria entre a Igreja local e o poder público. Regista-se este facto com algum agrado, pois raras vezes estes entendimentos  foram capazes de satisfazer os interesses de todos! O poder público teve num só sitio todas as mesas de voto,  e em condições de acesso quase perfeitas. As pessoas por seu turno beneficiaram do facto de  não precisaram de andar a correr de mesa em mesa  para descobrir onde era que devia votar! E tanto mais, que com esta história  confusa dos cartões únicos de cidadão seria ainda mais complicado! A Igreja, por seu lado, encaixou um montante bastante razoável ao explorar o serviço de bar junto das mesas,  que num dia bastante frio convidava  quase todos os que foram votar a um chá  ou um café bem quentes! 

Tudo poderia ter corrido bem, todavia, aconteceu algo que não foi  tão bem conseguido. Refira-se  que  usarem miúdos para servirem ao balcão do Bar no salão paroquial, não é exactamente  uma coisa muito "católica". Deveriam ter sido antes os adultos que fazem parte da comissão que gere a Igreja, a assumir esse papel de "Barman". Não é que se possa considerar aqui algum tipo de exploração de trabalho infantil, nada disso! Até porque ao que se supõe, este trabalho é voluntário, contudo, e por via das dúvidas, deveria ter existido um pouco mais de bom senso e ter sido evitado o uso dos miúdos para este trabalho. Até porque se tratava de um local perto de onde decorria um acto eleitoral. Mas fora isto, tudo bem!

Entretanto, o Padre da paróquia, Orlando, anunciou que já estão pagos os investimentos nos sinos e na aparelhagem sonora da Igreja, sendo agora tempo de se juntar dinheiro para pagar a indemnização da funcionária que foi demitida. Ao que se sabe o dia de domingo rendeu cerca de 700€, o que pode ser um excelente encaixe para esta situação.