Nunca é demais obter-se, certos conhecimentos, quer através de leitura, da
internet, etc., que nos levam a ter um melhor conceito do que foi feito a Idade
Média, no nosso Portugal e principalmente na parte do território que se veio a
denominar Condado Portucalense.
O meu gosto de assuntos que versem sobre tal período da nossa
História, levaram-me a visitar locais, dos quais se contam muitas coisas, que
em alguns casos estão relacionados com personagens e monumentos, dos séculos X
ao XIII/XIV, que ainda estão bem visíveis ou noutras circunstâncias já, pura e
simplesmente, não existem, estão reduzidos a pó, mas que nos atestam o que
encontramos escrito sobre tal, bem como são suporte de «lendas» ou tradições
orais.
Uma das curiosidades de que vou tratar, é da existência de
alguns monumentos, a que lhe atribuem a edificação no séculos XIII, e que são
denominados por, MEMORIAL ou MARMOIRAL. Segundo Almeida Fernandes, em “Sep.de
Actas das I Jornadas de História e Arqueologia do Concelho de Arouca – Arouca,
1987, p. 10”, o termo Memorial, deriva do latim «memorare», que significa memória, enquanto que o termo Marmoiral
deriva do antigo termo «morbus» que
significa doença ou morte.
(Marmoiral do Sobrado – Castelo de Paiva) |
No nosso território estão assinalados a existência de
“Memoriais” ou “Marmoriais”, desde o século X, na região do Douro, encontramos
os de Ermida, Sobrado, Arouca, Alpendurada e Lordelo, que estão relacionados,
segundo a lenda, com D. Mafalda, filha
de D. Sancho I.
(Memorial de Ermida – Irivo; Penafiel) |
D. Mafalda era devota
da Nossa Senhora da Silva, na Sé do Porto, quando se deslocou de Arouca ao
Porto, em visita àquela imagem, acompanhada do seu séquito, morreu na viagem de
regresso em Rio Tinto, a 1 de Maio de 1257. Ao longo do percurso, de Rio Tinto
a Arouca, segundo refere a Lenda, foram erguidos Marmoirais destinados ao pouso do féretro da Infanta durante a
viagem até ao Mosteiro de Arouca, que reformou e onde foi sepultada.
(Memorial de Alpendurada – Marco de Canaveses) |
Nas Memórias Paroquiais de 1758 regista-se, ao que se conhece
pela primeira vez, o Memorial de Sobrado, referindo-se que: «Há nella hua memoria ou memorial a que os
moradores da terra, corrupto bocabollo, chamão Marmoiral, de comprimento de dez
palmos a entrada da Quinta da Boavista, com suas cruzes abertas em pedras
redondas nas cabeseiras, onde dizem descansarã o corpo da Raynha a Beata
Mafalda, que trazia trazi o da villa de Canazeses para o seu Real Mosteyro de
Arouca de Religiozas de Ordem de Cister, que dista desta villa duas legoas.»
(Memorial de Santo António – Burgo- Arouca) |
Por: Solraro
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