Bloco de Esquerda rejeita proposta da Comissão Europeia sobre secagem do bacalhau
A Comissão Europeia está a avaliar a aprovação da introdução de produtos químicos, no caso fosfatos, na transformação do bacalhau seco. A decisão deve ser tomada em breve e caso avance terá um forte impacto negativo na indústria portuguesa do sector que se verá obrigada a custos superiores no processo de secagem, para além da descaracterização e alteração do sabor do produto. A proposta parece só beneficiar a indústria nórdica e pode afetar o emprego nesta área, particularmente na região de Aveiro onde este se concentra.
Marisa Matias abordou esta questão ontem na sessão plenária do Parlamento Europeu em Estrasburgo e questionou as prioridades europeias. "Quando assistimos a tanta falta, mas tanta falta de Europa em tanta coisa essencial para a vida dos cidadãos e das cidadãs europeias, o que a Comissão Europeia escolhe como prioridade é ir mexer no bacalhau". "Qual é o poder oculto que as empresas nórdicas detentoras deste método terão sobre a Comissão para que se imponha esta nova tecnologia", perguntou.
A parlamentar do Bloco de Esquerda recordou que "em Portugal, durante centenas de anos, foram usados métodos tradicionais de secagem de bacalhau, que permitiram salvaguardar a saúde pública" e estranha os motivos que levam a Comissão Europeia a colocar "em causa estes métodos, estes conhecimentos seculares, para impor um método único, artificial, que recorre à utilização de fosfatos, que altera a qualidade do alimento, que altera os sabores".
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