Bloco de Esquerda contra mais um ataque à Saúde no distrito de Aveiro
A
Portaria n.º 82/2014, de 10 de abril, vem alterar a organização da rede
hospitalar em Portugal, condenando alguns serviços ao desaparecimento.
Com a reestruturação prevista na Portaria, a população do distrito de
Aveiro fica claramente prejudicada e mais longe de cuidados de saúde
essenciais. O Governo afasta a Saúde das pessoas.
Segundo
o critério definido na Portaria, o Centro Hospitalar do Baixo Vouga e o
Centro Hospitalar de Entre Douro e Vouga serão classificados como Grupo
I, ou seja, o grupo mais baixo desta classificação. Outro, o Centro
Hospitalar de Gaia e Espinho irá perder mais uma valência: a cirurgia
cardiotorácica.
O
Bloco de Esquerda considera que este é um novo ataque do Governo ao
Serviço Nacional de Saúde. Por isso, o Bloco de Esquerda já requereu a
presença do Ministro da Saúde no Parlamento e já manifestou a sua firme
oposição a esta medida que terá como consequência piorar os serviços de
saúde prestados e arranjar negócio para os privados.
Só
o encerramento da cirurgia cardiotorácica do Centro Hospitalar de Gaia e
Espinho afetará 1 milhão e 300 mil pessoas que estão sob a área de
influência da unidade de saúde. A classificação do Centro Hospitalar do
Baixo Vouga e do Centro Hospitalar de Entre Douro e Vouga, equiparadas a
unidades locais de saúde, pode representar o desaparecimento de
valências como a urologia, gastrenterologia, cardiologia ou a
imuno-alergologia, entre outras, privando a população de todo um
distrito de poder aceder, de forma pública e universal a estes cuidados
de saúde.
Com
esta portaria o Governo vem prejudicar a população do distrito de
Aveiro que verá o distrito a perder novas valências depois de, nos
últimos anos, já se terem ficado sem maternidades, urgências, e
valências de internamento e cirúrgicas em vários hospitais. Todos ficam
pior, exceto os serviços privados a quem o SNS acabará por ter que
contratualizar serviços, alegando falta de capacidade de resposta do
SNS.
Esta
opção, que já deu mau resultado na Região de Lisboa e Vale do Tejo com a
contratualização de serviços ao Hospital da Cruz Vermelha, corre o
risco de ser alastrada a todo o país, para mal dos utentes e do SNS, mas
para gáudio dos privados.
O
Governo PSD / CDS já cortou 1,6 mil milhões de euros no Serviço
Nacional de Saúde e pretende continuar. Esta portaria representa o
decreto de novos encerramentos de serviços de saúde. O Governo continua,
assim, a sua senda na destruição de um serviço nacional de saúde que
deve ser universal, gratuito e próximo da população.
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