sexta-feira, 29 de novembro de 2013

BE: Bloco desafia partidos a condenar o “assassinato de dois ativistas em Angola”

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O Bloco de Esquerda desafiou esta quarta-feira todas as bancadas parlamentares a juntarem-se ao voto de condenação que os bloquistas vão apresentar pelo assassinato em Angola, em 2012, de dois ativistas políticos

"A Assembleia da República deve condenar estes assassinatos, deve condenar a repressão e o ataque a direitos fundamentais no regime angolano", defendeu Pedro Filipe Soares. Foto: retirada do portal Maka Angola 

Os dois ativistas mortos, como assumiu a Procuradoria Geral da República angolana em comunicado, são os ex-militares Isaías Cassule e Alves Kamulingue, raptados na via pública, em Luanda, a 27 e 29 de maio de 2012.

"Fizemos um desafio, um convite a todos os grupos parlamentares para que juntamente connosco apresentassem um voto de condenação pelos assassinatos políticos que aconteceram em Angola", anunciou o líder parlamentar do Bloco, Pedro Filipe Soares, em declarações aos jornalistas no final da conferência de líderes.

No voto são condenados "os assassinatos de Alves Kamulingue e Isaías Sebastião Cassule" e feito um apelo "à libertação de todos os presos políticos em Angola e ao fim da repressão e do autoritarismo no país".

De acordo com o texto do voto do Bloco, que será votado na sexta-feira, há poucos dias foi publicado em órgãos de comunicação social "não tutelados pelo regime", "um relatório oficial do Governo" que dá conta que Alves Kamulingue e Isaías Sebastião Cassule foram "torturados e assassinados".

No voto é ainda recordado que os dois ativistas foram raptados pelos serviços de segurança de Angola a 27 e 29 de maio de 2012, no seguimento de uma manifestação de veteranos e desmobilizados do exército, que reivindicavam a atualização do valor das suas pensões o seu pagamento atempado.

"Estes ativistas angolanos estiveram desaparecidos por mais de um ano, desconhecendo-se desde a altura do rapto, o seu paradeiro", lê-se no voto de condenação do Bloco.

"Há um relatório tornado público há dias atrás, que demonstra que dois ativistas políticos foram brutalmente assassinados, um depois de dois dias de tortura acabou por falecer devido a ferimentos e um outro assassinado com um tiro na cabeça, ambos depois de terem sido presos pelos serviços de segurança do regime angolano", acrescentou o líder parlamentar do Bloco, sublinhando que este "ataque a direitos fundamentais deve merecer uma condenação".

No voto, o Bloco lembra ainda que depois de ter sido tornado público o relatório do Governo, para sábado passado foi convocada uma "manifestação pacífica" em memórias dos ativistas torturados e assassinados.

"Esta acabaria por ser violentamente reprimida pelas forças de autoridade, que recorreram a armas de fogo, dispararam sobre os manifestantes e detiveram mais de 300 pessoas, é referido no texto apresentado pelo Bloco.

Pedro Filipe Soares salientou ainda que o partido tem "disponibilidade total" para acordar com as restantes bancadas parlamentares um texto comum que possa ser subscrito por todos.

"Se não houver essa vontade da parte dos outros grupos parlamentares, nós apresentaremos o voto com o texto que temos e dizendo claramente que não aceitamos, que condenamos, que a Assembleia da República deve condenar estes assassinatos, deve condenar a repressão e o ataque a direitos fundamentais no regime angolano", acrescentou.

1 comentário:

  1. Fogo na escola EB1 Povoa de Paços de Brandão, hoje por pouco não ouve feridos
    podiam fazer uma critica a esta situação

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