Por vezes surgem na nossa memória imagens românticas de um guerrilheiro convicto que vai nos trazer a revolução, todavia, aquela arma em riste, foi hoje trocada pela escrita e pela canção. Assim se escreve, assim se conspira e assim se canta! Por tudo aquilo que se vê, por tudo aquilo que cada vez mais se sente e que mexe connosco. Uma das bandas do momento no panorama musical actual chama-se "Deolinda", e a par de muitas outras que nos últimos tempos vão denunciando o estado calamitoso em que se encontra esta nação, talvez sejam a nossa última réstia de ânimo neste túnel sem fim e cuja luz se apaga pouco a pouco e que dá de nome Portugal.
Ora então queiram escutar...e ler !
Letra
Sou da geração sem remuneração
E não me incomoda esta condição
Que parva que eu sou
Porque isto está mal e vai continuar
Já é uma sorte eu poder estagiar
Que parva que eu sou
E fico a pensar
Que mundo tão parvo
Onde para ser escravo é preciso estudar
Sou da geração “casinha dos pais”
Se já tenho tudo, pra quê querer mais?
Que parva que eu sou
Filhos, maridos, estou sempre a adiar
E ainda me falta o carro pagar
Que parva que eu sou
E fico a pensar
Que mundo tão parvo
Onde para ser escravo é preciso estudar
Sou da geração “vou queixar-me pra quê?”
Há alguém bem pior do que eu na TV
Que parva que eu sou
Sou da geração “eu já não posso mais!”
Que esta situação dura há tempo demais
E parva não sou
E fico a pensar,
Que mundo tão parvo
Onde para ser escravo é preciso estudar.
A geração que nasceu parva porque não esteve lá ("Onde estava no 25 de Abril?") ou que não teve o tempo de vida suficiente para ter voz e voto. Aqueles que não souberam o que estudar porque o futuro do País não passava por projecto, ideia ou inovação, mas por assegurar cadeiras e Bancos e os que o bem fizeram tinham (têm) como alternativa a ser 'escravo', um cartão partidário ou uma Ordem correspondente.
ResponderEliminarUm país dirigido e decidido por esses que ainda hoje não cedem os seus lugares e apenas condescentemente abrem janelas de oportunidade de curto prazo. Que ainda hoje se garantem com disciplinas partidárias, constantemente se recandidatam e ganham, porque os 'parvos' não se reconhecem... Ou então, não são ainda em número suficiente, de tão velhos que já estamos e pior a ficar, pois os maridos e filhos são adiados, os mais ousados, ou desesperados, melhor se identificam fora deste Portugal e ficam já só os que apenas sabem dar mérito a talentos que passam nos programas da TV.
Ganhamos fundos e mundos que se esgotaram em alcatrão e betão, esquecendo portos marítimos, vias ferroviárias, campos agrícolas e barcos de pesca. Descurou-se o Ensino Público e qualidade de formação e a sua democratização, apostando antes em comercialização do ensino universitário, fazendo das 'melhores' as mais caras, para melhor servirem as elites. Desdenhou-se a regionalização por alegadamente se temer a divisão interna, mas que na verdade iria era partir organismos e gabinetes de administração local cujos elencos directivos são nomeados ao invés de serem eleitos... Prefere-se antes concordar com um acordo ortográfico como se fosse esse um ponto de união, mesmo que se acabe com a origem fidedigna da nossa identidade.
Mas a saudade por quem caiu da cadeira na altura em que isto começou e a saudade de um paternalismo que nos desencoraje e desrensponsabilize de actos próprios ainda nos leva a dar maioria absoluta a quem julga saber de nós pelos jornais que lê e que assim nos responde ou aconselha, guardando-se nas esferas restritas dos que a ele o aconselham e sugestionam com as decisões tomadas sem nos ouvirem.
Chamaram-nos rasca e inconsciente - também os que são administradores e gestores das grandes empresas, públicas ou privadas e com assentos parlamentares, que constatemente acenam as bandeiras da crise para assustar tanto os que estudam como aqueles que não o fazem, pois a muitos lhes caberá ou serem escravos do sistema por eles instaurado ou mal ou não remunerados.
Embora que até para ficar sem trabalho, sem direito a participação construtiva e activa na sociedade, seja necessário estudar, (mais sorte ainda terão aqueles que não tiverem de trabalhar para estudar), pelo menos ficar-se-á mais apto para não se deixar tomar por parvo.
...
A geração que veio depois...
...que de facto às vezes parece a mais parva porque apesar de mais jovem já deveria ter visto que isto dura à tempo demais...
http://ogatodoconde.blogspot.com/
Este blog está cada vez menos interessante. Agora que nada escrevem sobre o Mino e o Carlinhos das Neves (parece que ficaram sem encomendas), andam a publicar posts recessos do Kouzas.
ResponderEliminarE até parece que nada de interessante acontece em Paços.
Até o Notícias passou a mensal...
Talvez o facto de sobre esses nada se escrever é porque realmente não valem o tempo com isso empregue: um promete alcatrão e levas com paralelos todos os dias. O outro acusado de ladrão nada provaram e continuam a lamber-lhe as botas.
ResponderEliminarUm prometeu festa e café novo no arraial, mas não arranja maneira de por aquilo a funcionar porque ainda não viu o jeito de arrecadar uns 50.000€ para o lado dele.
Perguntem-lhe qual o ponto da situação: estamos a arrumar umas terras.... vamos ver isso... não queremos que...
Vejam a praça. grande promessa. Marcaram o chão alteraram os preços dos lugares e agora tem um fiscal, um dos irmãos Brito que lá vai passando para ... --- .... fiscalizar.
Vale a pena perder tempo a falar de pessoas dessa casta? .... Haja pachorra... ##