Os cerca de 100 trabalhadores desta importante unidade
industrial do sector corticeiro de Stª Mª da Feira vivem actualmente dias de
muita incerteza e angústia.
Com efeito, depois de ainda
recentemente se ter verificado o despedimento colectivo de 30 trabalhadores, e
apesar de ter uma considerável carteira de encomendas, moderna maquinaria e os próprios salários em dia, a verdade é que
a Juvenal se encontra sem matéria-prima e portanto sob a ameaça de cessar a
curto prazo a laboração e mesmo de vir a encerrar.
Não se entende nem se pode
aceitar que uma empresa desta dimensão e com reconhecida capacidade de produção
esteja nesta situação instável e com futuro incerto.
Porém, o que se está a passar com
a Juvenal não é infelizmente um caso isolado nem inédito. Ocorre num momento
onde cada vez mais pequenas e mesmo médias empresas corticeiras sentem as mesmas
dificuldades para sobreviver. Como resultado directo das políticas deste e de
outros governos que, no fundo, só têm apoiado os grandes grupos do sector, em
especial o Grupo Amorim que à pala de toda uma serie de benefícios fiscais e de
outros processos nebulosos, concentra e controla a esmagadora maioria da produção e distribuição
da cortiça, apresentando por essa via, de ano para ano, lucros obscenos à custa
também da maior exploração e discriminação salarial.
Bem pode o Governo PSD/ CDS
pintar um quadro idílico do país e sobretudo do sector corticeiro. Mas a
realidade aqui no concelho, neste como noutros sectores é bem negra em
consequência do encerramento de múltiplas empresas e do aumento imparável do
desemprego e da precariedade.
Esta situação não se pode manter por
mais tempo. É um dos sectores produtivos mais importantes do Concelho de Stª
;Mª da Feira que pode estar em causa, com todas as graves implicações
económicas e sociais pela destruição progressiva de boa parte das empresas corticeiras.
O PCP, ao mesmo tempo que exorta
os trabalhadores da Juvenal a lutarem pelos seus direitos e em defesa dos
postos de trabalho, contra todas as manobras de intimidação e divisão
actualmente em curso na empresa, não deixará de intervir nos órgãos em que está
representado, seja para denunciar toda esta situação absurda, como para
reclamar das entidades governamentais competentes medidas efectivas que travem
mais um grave atentado ás leis laborais no Munícipio feirense, já a braços com
uma profunda crise e instabilidade social.
Stª Mª da Feira, 3 de Fevereiro
de 2014
Comissão Concelhia de Stª Mª da
Feira do PCP
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