quinta-feira, 30 de maio de 2013

CiRAC - 1 de Junho " Esta Noite Improvisa-se"

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No próximo Sábado, dia 01 de Junho, pelas 21h30, no Auditório do CiRAC, não perca a estreia da peça “Esta noite improvisa-se”, dePirandello, com encenação de Carlos Reis.

Grupo de Teatro do CiRAC trabalhou nos últimos meses afincadamente para preparar um grande espectáculo de teatro que levará a cena no próximo sábado. Com um elenco de mais de vinte pessoas o Grupo de Teatro do CiRAC apresenta uma peça que é a última peça da trilogia de Pirandello.

“… Pirandello leva a extremos a ideia do teatro dentro do teatro. A accão dramática vive de uma improvisação em que atores e as suas personagens se alternam e, por vezes, se confundem. O público acaba por ser envolvido na Acão, a qual tem lugar não só no palco e na sala. Pirandello define cuidadosamente todos os detalhes num trabalho em que nada é deixado ao acaso. Assim, a vida própria dos atores não é verdadeiramente improvisada, mas esta abordagem dá-lhes uma maior liberdade do que a que teriam no teatro convencional.”


Este espectáculo é mais uma organização do CiRAC.

Entrada sujeita a Bilhete:
           Activistas – 2,00 €
            Sócios – 3,00 €
            Geral – 4,00 €

Contamos convosco.

1 comentário:

  1. Uma história conta-se em momentos: servem uns para apresentar, outros para descrever, outros para mostrar acções, outros para narrar o que ficou entre duas acções. "Esta Noite Improvisa-se" começa e acaba por sobretudo contar uma história: a da Familia lacroce. Mas entretanto vai contando uma outra que a ela se mistura e se justapõe.
    O autor propõe nesta peça a apresentação de duas histórias que estão interligadas e que são contadas simultaneamente. Uma é a própria estreia do espectáculo, em que a personagem do encenador, coordenando o seu grupo de actores, lhes propõe um trabalho de improviso sobre um tema definido provocando discussão, discórdia e uma profunda reflexão sobre os limites entre a realidade e a ficção, que o público terá de acompanhar.
    A outra história é esse mesmo tema, uma novela que conta a história da família La Croce, passada numa cidade da Sicília no princípio do século XX: assistimos, então, a um espectáculo em que se entrecruzam diversos níveis de realidade.
    O cenário quase não existe e são os adereços que possibilitam as várias entradas e jogam com um desenho de luz perfeito, transformando o palco numa imagem cinemática que nos seduz. No início da peça há um corpo de actores e figurantes que enchem o palco e que se movimentam coreograficamente criando uma autêntica fanfarra de emoções, discussões e de cantoria, que nos vão subtilmente introduzir os vários quadros cénicos que ilustram a trama da família La Croce.
    Dona Inácia é a mãe e a actriz característica que quer casar as filhas, e cuja interpretação confere uma energia e profundidade. As filhas – Mommina, Totina, Dorina e Néné – e os seus pretendentes constituem parte da trama com os seus amores e desamores e com as sucessivas disputas pelo amor das quatro meninas. O pai bêbedo e traidor, dá-nos um forte rasgo de comédia e do ridículo.
    Os quadros começam a desaparecer assim como o corpo de actores e a parte final da peça é marcada pela prisão conjugal a que Mommina se entrega. Rico Verri transforma cruelmente a sua vida numa cárcere agonizante e, através de um discurso honesto e cruel, enche a vida de Mommina de culpa, traição e miséria, onde já não há espaço para amar, nem para cantar, outrora o seu maior sonho.
    A peça acaba com Mommina a descrever às filhas o que é o teatro, a explicar-lhes a magia que está para lá daquele pano vermelho de veludo, um possível apelo à vida, acabando por morrer quando já não há mais por dizer.
    Uma peça que provoca e estimula o público, que nos conduz à incerteza e à dúvida – O que é o teatro, o que é a nossa vida, em que nos transforma um espectáculo?
    Nesta peça do siciliano Pirandello, mostra-nos como é ter o teatro dentro do teatro e convém salientar o lado pedagógico como critério que levou à escolha de “Esta Noite Improvisa-se” como espectáculo do grupo de teatro do Cirac ao grande público, uma vez que possibilita clarificar a desconstrução do processo teatral assim como convidar à reflexão sobre a dicotomia entre técnica de interpretação e improviso ou entrega emocional espontânea.

    Carlos Reis

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