quinta-feira, 23 de maio de 2013

Assembleia de freguesia de 29 de Abril - Apontamentos



Aos 29 dias do mês de Abril, concretizou-se mais uma assembleia de freguesia, cá na nossa terra. Como é hábito, o público é escasso, facilitando assim as manobras de camuflagem dos nossos estimados governantes. Já dizia um célebre revolucionário venezuelano que “Um povo ignorante é instrumento cego de sua destruição” (Simón Bolívar). Não levando tanto à letra mas seguindo a mesma linha, é lamentável que os Brandoenses se interessem tão pouco pelo que se passa na sua própria terra…

No entanto, existem sempre excepções, essas que devem ser valorizadas e levadas em conta, nem que mais não seja, nos escritos das actas das assembleias (quando não existem lapsos… pois, pelos vistos eles existem, não só uma, mas várias vezes), ficando assim registadas as dúvidas, questões pertinentes e contestações dos interessados (mesmo que não sejam plausivelmente explicadas e justificadas pelo Presidente).

A sessão recheou-se assim de uma série de “enrola, enrola”, alguns gaguejos, alguma amnésia e também desculpas esfarrapadas para certos factos. Verdades ou mentiras? O ano de 2012 já passou… E diga-se de passagem, com um balanço bastante positivo para os mealheiros da freguesia, visto que, temos a retroescavadora quase paga, a carrinha nova paga, receitas enormes da madeira proveniente do abate das árvores da Quinta do Engenho, as estradas quase no mesmo estado…mas, no entanto, não passa de uma ilusão! Isto é um pouco complicado de compreender! Talvez seja mais uma deturpação de prioridades… 

Outra situação difícil de compreender também, é a dita máquina do povo (diga-se retroescavadora), de acordo com os registos de horas mensais, tem tido uma actividade intensa, que contas feitas, representa em média cerca de 8 horas de actividade por dia útil. Decerto não sabemos os gastos de combustível, nem temos acesso aos leitores de horas para aferir da sua veracidade, mas, visto que pouca gente vê a dita máquina e muitos nem sabem que existe, torna-se um pouco eminente o cálculo apresentado.

Foram colocadas questões no âmbito das contribuições para as associações da terra. Mais uma vez, o Executivo foi questionado em relação ao facto de os valores desembolsados e associações beneficiárias não estarem descriminadas no documento de prestação de contas, como já havia acontecido noutras sessões. Foram então citados os valores em voga, causando na assembleia uma série de apreciações quanto à má distribuição e mérito dos mesmos, principalmente em relação ao CIRAC, visto ser uma das associações que mais eleva o nome e popularidade da nossa freguesia, nacional e internacionalmente! Em suma, não se chegou a perceber como é que para o CIRAC só tenham sido doados 270€, enquanto para a associação de BTT (mais recente e não tão popular) uns significativos 500€, finalizando na Festa dos Arcos com cerca de 3000€. O Presidente foi questionado por ambos os partidos (PS e PSD) que acabaram por ficar sem resposta.  

Um dos pontos da assembleia passava pela votação e consequente aprovação da contratação de um funcionário da junta, com a função de trabalhar com a retroescavadora pertencente à freguesia! A questão debatia-se em seleccionar uma determinada pessoa, que já se encontra familiarizada com o trabalho e a máquina em questão, tornando o seu vínculo profissional fixo na junta. O designado operador da retroescavadora é, nada mais, nada menos, que irmão do Presidente da Junta. Assim sendo, a votação não foi unânime! A  oposição do PS votou contra, alegando tráfico de influências em relação à pessoa seleccionada.

No entanto, não deixa de ser curioso, que os mesmos elementos do PSD, que acenam ao bom trabalho do operador na junta, também refiram que “as ruas se encontram uma vergonha”, existindo a necessidade de tornar o seu vínculo definitivo, para que o estado da freguesia melhore! Então, o operador em questão realiza ou não um bom trabalho? A qualidade do mesmo depende do tipo de vinculação que tem com a junta de freguesia? Estranho… Já como defendia Marx, até lhes está na génese ideológica da Social-democracia, mas, no entanto, duvidamos ser lembrado, senão quando lhes agrada ao próprio umbigo.

Sem outros assuntos planificados na ordem de trabalhos, colocou-se a oportunidade do público se manifestar em relação a qualquer assunto do interesse da assembleia. Mais uma vez foi focado o assunto da identidade histórica da nossa freguesia estar deturpada, sem quaisquer fundamentos ou documentos comprovativos da mesma. Este assunto, já citado em assembleias anteriores, foi inclusivamente dissimulado nas actas, mesmo depois do nosso presidente assumir o compromisso de averiguar a veracidade dos factos. Ora, lapsos acontecem… Porém, apontar o dedo inquisidor aos que as lembram é errado e merecia, pelo menos, um pedido de desculpas por parte dos intervenientes e responsáveis pelo erro (o Presidente da Assembleia e o Secretário que é o escriba).

Até à data da remanescente questão, pouco ou nada foi averiguado, apenas houve intenção de o fazer. Não consideram uma questão pertinente a certificação de factos históricos sobre a própria freguesia? Não é responsabilidade dos dirigentes locais defender a identidade das suas terras? A História não se pode inventar, nem deve ser feita baseada em opinião empírica, como a “dada como verdadeira” dos 900 anos do Padre Correia. Já a que o Sr. Varela escreveu e colocou disponível a todos que quisessem ler e comprovar, baseia-se em documentos, em provas reais, senão não se chamaria História, mas sim Estória...

Sem comentários:

Enviar um comentário