quinta-feira, 18 de abril de 2013

Intervenção do lider parlamentar do BE Pedro Fiipe Soares

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“Quem salvar o Governo está a virar as costas ao país”




Durante a sua intervenção no debate plenário que teve lugar esta quarta feira, o líder da bancada parlamentar do Bloco de Esquerda acusou o Governo de dizer à troika na carta que lhe endereçou “aquilo que esconde dos portugueses”.
“Na concertação social, o Governo nada quis dizer aos sindicatos sobre os cortes que estão a ser preparados, e que passam pela retirada de direitos aos trabalhadores e por despedimentos”, lembrou Pedro Filipe Soares.
"Quando o Governo diz que quer cortar onde faz falta às pessoas, sabe que só tem a troika do seu lado, por isso só fala com a troika", frisou o dirigente bloquista, defendendo que “o corte de 6oo milhões de euros ainda este ano na Segurança Social, na Saúde, na Educação, ou nas empresas públicas, com todos os despedimentos que vêm associados, é um ataque brutal ao Estado Social”.
“E a violência deste ataque está bem visível nas escolhas deste Governo”, afirmou Pedro Filipe Soares, sublinhando que, na carta escrita à troika, sabemos logo que o Governo quer cortar, em primeira mão, “naquilo que faz mais falta a quem está mais fragilizado na nossa sociedade”: no subsídio de desemprego e no subsídio de doença.
Governo esconde com a decisão do TC "aquele que já era o desastre da sua política"
"O governo insinua que na motivação das suas escolhas está uma decisão do Tribunal Constitucional, nada mais falso. Não estão à procura de um plano B, querem é desculpas para aplicar o plano A, que foi sempre cortar no Estado Social”, referiu, frisando que “não aceitamos que o Governo venha mentir ao país e dizer que tudo mudou com a decisão do Tribunal Constitucional”.
Na realidade, “o Governo esconde com a decisão do TC aquele que já era o desastre da sua política: 1500 milhões de euros a mais de défice para 2013”, clarificou.
Política do Governo está esgotada
Segundo o deputado do Bloco de Esquerda, “esta política está esgotada e o Governo está a afundar-se”. “Vejamos o que é que o Governo disse que tinha sido uma vitória em fevereiro deste ano, há pouco mais de um mês atrás. Dizia o Governo que tinha conseguido novas metas para o défice: mais 1500 milhões de euros para este ano. E veja-se, isso é até mais do que a decisão do Tribunal Constitucional declara, mas, neste desvio de 1500 milhões de euros, reconhecido e até anunciado como uma coisa boa para o país, aí não vê o Governo qualquer desnorte”, adiantou.
Pedro Filipe Soares citou ainda o documento emitido pelo próprio Eurogrupo, segundo o qual Portugal tem pela frente dois anos muito difíceis na gestão da dívida pública. “Em 2014 e 2015, entre pagamento de juros, amortizações e suprimento do défice público, a dívida pública chegará aos 20 mil milhões de euros em cada ano. E, por isso, o que está à vista no virar da esquina é cada vez mais um segundo resgate”, afirmou.
“Quem pediu mais tempo para mais austeridade agora está a ter mais tempo para sacrificar o país”, lamentou.
A par de estar a afundar-se, o executivo PSD/CDS-PP está também em “desagregação”, defendeu Pedro Filipe Soares, acusando o CDS de “fingir que está na oposição” e de “fugir às suas responsabilidades” na política na qual é um dos principais protagonistas.
Quem salvar o Governo está a virar as costas ao país”
Referindo-se à carta que o primeiro ministro enviou ao PS, o dirigente bloquista destacou que “o Governo quer manter-se à tona”, procurando agora “chorar no ombro do PS e pedir ajuda para se salvar a si próprio”.
“Quem salvar o Governo está a virar as costas ao país”, alertou o líder da bancada bloquista, realçando que “a única solução plausível e aceitável é renegociar a dívida” e que “a urgência é defender o país e não os especuladores”.

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