sábado, 12 de janeiro de 2013

CDU sobre a entrevista de Alfredo Henriques ao " Terras da Feira "

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                                       Aos órgãos de comunicação social

Ao analisar a extensa entrevista do Presidente da Câmara de Stª Mª da Feira, dada ao semanário “ Terras da Feira “ da última semana, a CDU não pode deixar de fazer sobre a mesma as seguintes considerações:

1.      Desde logo a primeira e manifesta intenção de Alfredo Henriques com esta iniciativa, patente em todo o conteúdo das suas respostas, em lançar e promover o  seu “ candidato “ e do seu Partido ao Executivo Municipal nas próximas autárquicas.

2.      Esta encomenda, perdão entrevista, é bem ao jeito do homem que ainda recentemente disse que os feirenses lhe deviam mandar erigir uma estátua (!). Denotando uma ostensiva sobranceria e uma completa ausência de humildade e avaliação crítica dos seus sucessivos falhanços que foram acontecendo ao longo dos mandatos em que esteve à frente do Município, que gere há cerca de 30 anos, o actual Presidente ignora completamente as suas inegáveis responsabilidades nos atrasos e bloqueios estruturais de que Stª Mª da Feira continua a padecer. Apetece-nos perguntar: o senhor Alfredo Henriques sempre dirigiu o município rodeado dos seus “feitores” e sustentado por uma maioria absoluta, quem o impediu de fazer obra? 

3.      Por mais que teime, o que volta a suceder na citada entrevista, em apresentar “ trabalho “ e “ o dever cumprido “, a verdade é que o seu discurso narcisista e de autoelogio repetido, não tem a mínima correspondência com o estado e a realidade actual do Concelho. Bastará recordar o que se passou e continua a passar com o calvário do saneamento, não só porque todos os prazos prometidos da sua conclusão foram sistematicamente desrespeitados, como e acima de tudo, a opção privatizadora de Alfredo Henriques e da suas maiorias, teve e terá custos e encargos incomportáveis para os feirenses, hipotecando-se desta forma o seu futuro por dezenas de anos. Aliás a prova provada que a instalação e ligação da rede de esgotos não está ainda minimamente acautelada no Município é que o recurso ao trabalho dos apelidados limpa-fossas permanece como única alternativa à incapacidade do Executivo e do seu Presidente em implementar aqui o saneamento ao fim de três décadas! Agora e para cúmulo, o Senhor Presidente quer concessionar também esse serviço que estava no poder da câmara municipal (obrigação que lhe incumbia por não conseguir o desiderato de levar o saneamento básico a todos os feirenses) à INDÁQUA, com a inevitável sobrecarga de custos que tal representará para os munícipes, que no mínimo verão a factura triplicar para a prestação do mesmo serviço. Essa tem sido infelizmente a sua imagem de marca: fazer pagar os feirenses pela sua obsessão privatizadora.

4.      Não será este o momento ou espaço, para um balanço exaustivo dos seus mandatos e diferentes pelouros e áreas, pois muito mais haveria para aduzir ao que aqui se refere. Mas a citada entrevista, na abordagem de vários temas e dossiers, acaba por evidenciar igualmente uma gritante falta de planeamento da sua gestão autárquica, seja nas questões da rede de transportes, da construção das vias estruturantes e dos Parques Empresariais, como inclusive do próprio Parque Escolar, em que o Senhor Presidente chega mesmo ao ponto de admitir agora o sobredimensionamento dos novos Centros Escolares, feitos à revelia da carta educativa de Julho de 2005 e que, como se sabe, constituíram uma das suas principais apostas no último acto eleitoral autárquico. Um Presidente e um Executivo que sempre cederam aos interesses do grande capital financeiro, prejudicando os feirenses ( veja-se o caso das falsas promessas de Centros de Arte, a construção de grandes superfícies que matam o comércio tradicional e sempre sem contrapartidas para o Munícipio ). Um Presidente e um Executivo que empobreceram a população com a privatização da água e taxas brutais para que os feirenses acedam a bens de primeira necessidade. Este sim é o seu verdadeiro legado!

5.      Por fim, é ainda mais confrangedora a postura de um Presidente da Câmara que, intitulando-se com tanta experiência e ligação aos feirenses e com  indeclináveis responsabilidades na defesa dos interesses da população que representa e no mandato que lhe foi confiado, afinal assume-se como coveiro de órgãos do poder local do seu próprio concelho, numa lamentável e inaceitável subserviência em relação ao Governo do seu Partido - o PSD – e aos ditames das troikas que, no fundo, nos querem destruir.

Stª Mª da Feira, 11 de Janeiro de 2012
Comissão Coordenadora da CDU / Stª Mª da Feira

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