Aos órgãos
de comunicação social
Ao
analisar a extensa entrevista do Presidente da Câmara de Stª Mª da Feira, dada
ao semanário “ Terras da Feira “ da última semana, a CDU não pode deixar de
fazer sobre a mesma as seguintes considerações:
1.
Desde logo a primeira e manifesta intenção de
Alfredo Henriques com esta iniciativa, patente em todo o conteúdo das suas
respostas, em lançar e promover o seu “
candidato “ e do seu Partido ao Executivo Municipal nas próximas autárquicas.
2.
Esta encomenda, perdão entrevista, é bem
ao jeito do homem que ainda recentemente disse que os feirenses lhe deviam
mandar erigir uma estátua (!). Denotando uma ostensiva sobranceria e uma completa
ausência de humildade e avaliação crítica dos seus sucessivos falhanços que foram acontecendo ao longo dos mandatos
em que esteve à frente do Município, que gere
há cerca de 30 anos, o actual Presidente ignora completamente as suas inegáveis
responsabilidades nos atrasos e bloqueios estruturais de que Stª Mª da Feira
continua a padecer. Apetece-nos perguntar: o senhor
Alfredo Henriques sempre dirigiu o município rodeado dos seus “feitores” e
sustentado por uma maioria absoluta, quem o impediu de fazer obra?
3.
Por mais que teime, o que volta a suceder na citada
entrevista, em apresentar “ trabalho “ e “ o dever cumprido “, a verdade é que
o seu discurso narcisista e de autoelogio repetido, não tem a mínima
correspondência com o estado e a realidade actual do Concelho. Bastará recordar
o que se passou e continua a passar com o calvário do saneamento, não só porque todos os
prazos prometidos da sua conclusão foram sistematicamente desrespeitados, como
e acima de tudo, a opção privatizadora de Alfredo Henriques e da suas maiorias,
teve e terá custos
e encargos incomportáveis para os feirenses, hipotecando-se desta forma o seu futuro por dezenas de anos. Aliás a prova
provada que a instalação e ligação da rede de esgotos não está ainda
minimamente acautelada no Município é que o recurso ao trabalho dos apelidados limpa-fossas
permanece como única alternativa à incapacidade do Executivo e do seu
Presidente em implementar aqui o saneamento ao fim de três décadas! Agora e para cúmulo, o Senhor Presidente quer
concessionar também esse serviço que estava no poder
da câmara municipal (obrigação que lhe incumbia por não conseguir o desiderato
de levar o saneamento básico a todos os feirenses) à INDÁQUA, com a
inevitável sobrecarga de custos que tal representará para os munícipes, que no mínimo verão a factura triplicar para a prestação do
mesmo serviço. Essa tem sido infelizmente a sua imagem de marca: fazer
pagar os feirenses pela sua obsessão privatizadora.
4.
Não será este o momento ou espaço, para um balanço
exaustivo dos seus mandatos e diferentes pelouros e áreas, pois muito mais haveria
para aduzir ao que aqui se refere. Mas a citada entrevista, na abordagem
de vários temas e dossiers, acaba por evidenciar igualmente uma gritante falta
de planeamento da sua gestão autárquica, seja nas questões da rede de transportes,
da construção das vias estruturantes e dos Parques Empresariais, como inclusive
do próprio Parque Escolar, em que o Senhor Presidente chega mesmo ao ponto de
admitir agora o sobredimensionamento dos novos Centros Escolares, feitos à revelia da carta
educativa de Julho de 2005 e que, como se sabe, constituíram uma das
suas principais apostas no último acto eleitoral
autárquico. Um Presidente e um Executivo que
sempre cederam aos interesses do grande capital financeiro, prejudicando os
feirenses ( veja-se o caso das falsas promessas de Centros de Arte, a
construção de grandes superfícies que matam o comércio tradicional e sempre sem
contrapartidas para o Munícipio ). Um Presidente e um Executivo que
empobreceram a população com a privatização da água e taxas brutais para que os
feirenses acedam a bens de primeira necessidade. Este sim é o seu verdadeiro
legado!
5.
Por fim, é ainda mais confrangedora
a postura de um Presidente da Câmara que, intitulando-se com tanta
experiência e ligação aos feirenses e com
indeclináveis responsabilidades na defesa dos interesses da população
que representa e no mandato que lhe foi confiado, afinal assume-se como coveiro
de órgãos do poder local do seu próprio concelho, numa lamentável e inaceitável
subserviência em relação ao Governo do seu Partido - o PSD – e aos ditames das
troikas que, no fundo, nos querem destruir.
Stª Mª da
Feira, 11 de Janeiro de 2012
Comissão
Coordenadora da CDU / Stª Mª da Feira
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