Decorria o ano de 1974 quando um grupo de jovens Brandoenses eivaram a ideia de formarem um grupo musical, como factor motivador do gosto que a juventude de então nutria pela música rock. Ainda no ano de 1972 fora dada a primeira tentativa de formação dum grupo musical com a aquisição de uma aparelhagem e com a denominação de < Blackbirds > cuja formação tinha nas suas fileiras alguns elementos que estariam na fundação, refiro-me ao Beto e ao Inácio. Quanto aos < Blackbirds > era constituído por:
Carlos Alberto Reis (guitarra), Inácio Ferreira (1956-2002 - bateria), Antenor (órgão) e Silvério (baixo), duraram pouco mais de 1 ano mas seriam o grande aglutinador para os futuros grupos da nossa terra. Por se tratar dum grupo polémico e ser um dos primeiros grupos de Hard Rock na região, não sendo compreendidos acabaram sem apoios. Com a chegada do Manuel Silva de Timor, onde cumprira o serviço militar, incentivados com o fenómeno da criação da Academia de Música da Tuna Musical, o grupo nasce como por acaso num serão no saudoso clube do Best na Estação, onde se encontravam: Manuel Silva, Eduardo Rocha, Joaquim Santos e o Best, cuja formação entre Outubro e Dezembro de 1974 iniciaram ensaios no dito clube.
Em Janeiro de 1975 dá-se a saída de Quim Santos e entram para a banda o Carlos Reis e o Fernando Augusto Rocha, cuja formação iniciou o período de composição. Em Agosto de 1975 o grupo apresentou-se ao vivo no Festival de Música da Tuna, constituído por: Eduardo Rocha, voz e harmónica, Carlos Reis, baixo, Manuel Silva na guitarra e Fernando Rocha na flauta. Em Setembro entra para a bateria o Inácio Ferreira, sendo que esta formação duraria até Maio de 1976, com actuações regulares na região e com ideia fixa de uma gravação dum álbum, enraizando o estilo de < folk rock >, que dificultou ter auxilio financeiro na gravação do disco, pois era um estilo não comercial, por isso morreu no seu inicio, eram outros tempos.
Talvez um pouco desmotivado dá-se a saída do Inácio e entra para a bateria o eterno António Sousa, cuja presença faz os 30 anos de continuidade no lugar e parceiro do Eduardo como os baluartes da banda. Muita coisa aconteceu desde então, com entradas e saídas de músicos, na qual passou mais de duas dezenas de executantes e reforçaram o nome da banda, respeitada e uma das pioneiras no género no país, orgulho que acompanha a todos que por ele passaram. Voltando ao grupo, a banda está dividida por varias fases que integram os períodos :
1975 - 1977 - folk
1977 -1982 - rock, folk
1982 -1991 - country, folk
1991 - 2005 - blues, rock e country folk
Entre os anos
1980 e 1984 - F.M
1982 - 1986 - Roda livre
De 1975 a 1977 o grupo era constituído por: Eduardo Rocha - voz, Carlos Alberto - baixo, António Sousa - bateria, Manuel silva - guitarras, Januário Silva - violino e Aires de Sousa - violino.
Durante este período o Fernando Rocha saiu do grupo para formar os grupos “ETERNUS“ e os “EGIPTIAN CROSS“, grupos dentro do jazz e de musica de fusão, onde se encontravam Arménio Mota - teclas, Inácio Ferreira - bateria, Best - percussões, António Reis - flauta, mas nunca deixou de colaborar com a banda, numa relação que dura até aos dias de hoje.
De 1977 a 1982 tornou-se a fase menos expansiva da banda, porque nesse período esteve ausente o vocalista Eduardo Rocha no serviço militar (77/78), depois de Agosto de 78 tornou-se vocalista do grupo espinhense "Complexo 4" até Agosto de 79, emigrando para França até Janeiro de 80 , regressando para formar com o Fernando Rocha e Manuel Silva, o grupo "FM", após convite da velha gloria Zé Manuel Couto, no qual gravou entre 1980 e 1984, 2 singles e 1 álbum (Procurem da Sara), sendo este período o de maior fulgor com imensas actuações, onde não podem ser esquecidas as presenças de Orlando Bandeira - bateria, Vasco António - teclas, Zé Menezes - sax, Henrique Dias - trombone, Jorge Salgado - flauta, que em muito contribuíram para tal desiderato.
Em simultâneo com este projecto, nasceu em 1983, o grupo "RODALIVRE", em que teve no seu elenco o Osvaldo Ferreira - violino, Januário Silva - bandolim e violino, Fernando Silva - guitarra, Manuel Silva - guitarra e baixo, Neca - bateria e Eduardo Rocha na voz e harmónica, cujo projecto merecia ter sido mais apoiado mas que acabaria em 1984 por desacordo quanto ao estilo a seguir entre os seus músicos. Conduziu á saída de alguns elementos e por isso ao fim da banda.
Com o fim dos "FM" em 1984, o grupo "Speculum" renasceu das cinzas com a entrada do Fernando Silva para a guitarra, onde o grupo virou definitivamente na linha Country e Folk, que resultaria num período de consolidação da banda na região, mas que resultaria na saída do Beto das lides musicais e por conseguinte na dissolução da banda em 1986.
Foi preciso esperar pelo ano de 1991 para o ressurgimento da banda com a entrada de novos valores , onde se sobressaem os nomes de Rui Sousa - guitarra, Rui Moura - baixo, Lino Carvalho - violino, entre outros, em que vieram contribuir para o melhor período da banda, que mantinha no elenco ainda três fundadores: Manuel Silva, António Sousa e Eduardo Rocha, dando a esta banda 5 anos de fulgor que contribuiu para mais de 30 actuações ao vivo, em bares e eventos.
Em 1996 é o ano da mudança , ano em que o Rui Sousa e o Rui Moura , formam os "Watchtower" e dá-se as entradas de André Nascimento - guitarra e de Paulo Tico - baixo, onde o grupo envereda pelos Blues e Rock, deixando a linha acústica, mantendo esta formação 10 anos consecutivos.
Hoje, em 2010 a "Fénix" renasceu com o fantástico aniversário de 35 anos de idade. Os velhos acústicos uniram-se pela causa das raízes da fundação. Está no activo o velho "Speculum"que está neste momento a preparar a sua tour de verão com os velhos mas sempre actuais hinos de outrora.
Mais do que um grupo a banda é já uma instituição que albergou no seu interior dezenas de músicos locais, construiu o seu próprio estilo , imagem respeitada por ordem tocou e continua ao fim de 35 anos a tocar, tudo pelo gosto da musica…
É imenso o espólio de composições da banda que se cifra em mais de 50 canções, onde o estilo pessoal resistiu com o passar do tempo, pois a sua musica é intemporal, alicerçado num campo onde no nosso País poucos grupos tentaram executar, tornando por isso precursores e originais.
Na actualidade o grupo é formado por: António Sousa: bateria, Ricardo Duarte: guitarra e baixo, Rui Sousa: guitarra e baixo e Eduardo Rocha: voz e harmónicas.
Bardo da Lira
Bardo da Lira
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