Integrado no rico e diversificado programa de
comemorações do centenário do nascimento de Álvaro Cunhal, que está a decorrer
em todo o país, realizou-se, na passada sexta-feira, no Salão Nobre da Junta de
Freguesia de Stª Mª da Feira, um Debate sob o tema “ Democracia para o Ensino –
Ensino para a Democracia “.
A sessão foi enquadrada e moderada por Filipe
Moreira, estudante universitário e eleito da CDU na Assembleia Municipal de Stª
Mª da Feira, seguindo-se duas intervenções iniciais, primeiro de Manuela Silva,
professora e dirigente sindical, que fez uma caracterização sintética da
evolução do Ensino em Portugal ao longo do século XX, em especial no período
tenebroso do fascismo, e depois de Francisco Gonçalves, professor e dirigente
sindical, que abordou, não só os avanços notáveis que se operaram nesta área
com a Revolução de Abril, como o retrocesso registado nos últimos anos, por
acção de sucessivos governos e das suas políticas privatizadoras e de
destruição da Escola Pública.
Isso mesmo foi corroborado pelos exemplos
concretos que outros participantes trouxeram a debate, desde o que se está a
passar com o ensino superior, cada vez mais elitista e ligado ao poder
económico, como com o Ensino para crianças com necessidades educativas
especiais, a braços com gritantes faltas de apoio em meios e técnicos.
Jorge Pires, membro da Comissão Política do
Comité Central do PCP, encerrando a Sessão, realçou a importância da mesma,
sobretudo no momento actual em que se abate também sobre o Ensino e a Escola
Pública uma ofensiva política e ideológica sem paralelo e que se traduz, entre
muitos outros exemplos, no encerramento de milhares de escolas, na concentração
de alunos em mega agrupamentos e em cortes cada vez maiores para a Educação no
Orçamento do Estado para 2014, que o PSD / CDS acaba de aprovar na Assembleia
da República, e que, na linha dos anteriores, agrava a já precária situação da
educação.
Em todas as intervenções, e de forma muito
interessante, foi salientado o contributo inestimável de Álvaro Cunhal para a
democratização do ensino, com toda a sua intensa intervenção política e
elaboração teórica, indissoluvelmente ligadas ao PCP, quer antes, quer depois
do 25 de Abril e que, na linha de Bento de Jesus Caraça, é considerada
fundamental para a ” formação integral do indivíduo”.
Stª Mª da Feira, 10 de Dezembro de 2013
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