Em
Portugal tem sido seguida, salvo honrosas exceções, uma política de
erradicação de cães e gatos errantes que se baseia no abate anual de
dezenas de milhares de animais que dão entrada nos canis/gatis e centros
de recolha oficiais, no seguimento do abandono pelos donos ou que
nascem já nas ruas.
Para
o BE este abate é eticamente condenável, porque retira aos animais
aquilo que lhes é mais valioso – a vida -, e porque não é para os
humanos a única forma de lidar com esta situação.
O
abate dos animais quando existem outras soluções cria na esfera das
relações entre as pessoas e os seus animais o parêntesis da sua
desvalorização como seres possuidores de interesses, necessidades e
vida, banalizando a violência para com eles e para com outros seres
humanos, colocando-nos como uma sociedade mais atrasada, que não
consegue respeitar os animais com os quais decidimos partilhar as nossas
vidas.
A
política de erradicação implementada não resolve os problemas de
reprodução e abandono existentes pois o abandono, a rapidez de
reprodução de animais não esterilizados, em casa dos donos ou na rua, a
venda impulsiva de animais e a falta de adoção superam as sucessivas
mortes provocadas no conjunto dos animais errantes.
A
prática da esterilização para reduzir a sobrepopulação de cães e gatos é
uma opção mais eficaz e economicamente menos dispendiosa face ao custo
verificado com as recolhas, alimentação, eutanásia e incineração.
Não
existem campanhas de esterilização gratuita de animais pertencentes a
famílias mais carenciadas, levadas a cabo pela autarquia.
O BE na próxima Assembleia Municipal de Santa Maria da Feira
irá propor a criação de um posto móvel, para efetuar esterilizações e
tratamentos de cães e gatos, com atendimento prioritário nos locais onde
possa existir um maior número de animais negligenciados/abandonados,
trabalhando com as associações e grupos de proteção dos animais do
concelho e outras entidades da sociedade civil para o lançamento e
manutenção desta estrutura.
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