O
Cineclube da Feira tem, desde há muito a esta parte, alertado para o
perigo de suspender a sua programação regular. Na base deste problema
está o facto de a Biblioteca Municipal não estar equipada com um
projetor digital e o facto de a esmagadora maioria dos filmes circularem
hoje em formato digital.
A
consequência imediata é que o Cineclube interromperá as suas sessões
regulares até abril de 2014. Sem o projetor digital prevê-se que o
cenário seja pior, levando mesmo ao fim da programação regular de
cinema.
O
Bloco de Esquerda lembra que a cultura não deve ser marcada apenas por
epifenómenos ou eventos de duração de uma semana. A cultura, deve sim,
criar uma programação que disponibilize oferta cultural regular, que
crie público e hábitos. Desse ponto de vista, o Cineclube tem tido um
trabalho ímpar no concelho de Santa Maria da Feira, sendo,
inclusivamente, o garante da oferta de cinema para uma parte
considerável da região.
O
Bloco de Esquerda lembra ainda que no ano passado a Assembleia
Municipal de Santa Maria da Feira aprovou, por unanimidade e por
proposta do Bloco, um voto de louvor ao Festival de Cinema
Luso-Brasileiro e ao trabalho desenvolvido pelo CineClube da Feira.
Ora,
aqueles que reconheceram a importância do trabalho do Cineclube não
podem agora ser os mesmos que lhe ditam o fim por se negarem a encontrar
uma solução de aquisição de um projetor digital.
Assim,
o Bloco de Esquerda proporá, na próxima Assembleia Municipal, que se
proceda à aquisição urgente de um projetor digital, para equipar uma
estrutura municipal que é a Biblioteca.
Sabemos
ainda que este é um bom momento para proceder à aquisição deste
equipamento, uma vez que o seu preço no mercado baixou drasticamente nos
últimos tempos, estando hoje a quase metade do valor.
Acreditamos
que essa aquisição se justifica porque permitirá continuar a
programação regular e continuada de cinema no concelho, assim como a
continuação de um trabalho que se complementa com o festival de cinema
luso-brasileiro.
Recusar
esta solução será impensável e indefensável para um Executivo que tanto
enche a boca com a Cultura e que agora tem até um pelouro autónomo para
esta área. Será ainda incompreensível quando se sabe que canaliza para a
Feira Viva, em apoios diretos e indiretos, milhões de euros anualmente.
Será que de entre tanto dinheiro não há lugar à aquisição de um simples
projetor para garantir a programação de cinema, semanalmente, no
concelho?
Sem comentários:
Enviar um comentário