É preciso defender e reforçar a Escola Pública
O
Bloco de Esquerda realizou, em Santa Maria da Feira, uma sessão sobre
Educação. Sob a pergunta 'Que escola queremos para o futuro?', o Bloco
quis discutir os problemas e as soluções para a educação no concelho e
no país. Para isso contou com a presença de Pedro Azevedo, estudante na
secundária da Feira e membro da Comissão Municipal de Juventude; António
Torres, professor e candidato do Bloco e Luís Fazenda, professor,
deputado do Bloco na Assembleia da República e membro da comissão
parlamentar de Educação.
Numa
altura em que o ensino público e de qualidade está colocado em risco, o
Bloco quis abrir sobre o assunto. São muitos, hoje, os riscos e ameaças
que pendem sobre a escola: a redução de professores, o aumento de
número de alunos por turma, o aumento do custo da educação, o aumento
das propinas, o encerramento de cursos e escolas superiores, a redução
de bolsas, o cada vez menor apoio social, a ideia de implementação de
propinas no secundário, ou o novo modelo dual que marginaliza os que têm
mais dificuldades, são alguns exemplos dessas dificuldades.
Pedro
Azevedo, estudante, alertou para problemas de falta de democracia nas
escolas. Os estudantes não são tidos nem achados nas decisões de cada
escola, apesar de serem a maior parte da comunidade escolar. Para além
deste problema, existem os problemas financeiros e a incerteza do
futuro, o que leva muitos estudantes a pensar se vale a pena estudar,
muitos outros a confrontarem-se com a triste realidade de que já não têm
dinheiro para poder continuar os seus estudos.
Já
António Torres defendeu a escola pública, universal e gratuita.
Resgatar estes princípios é tarefa fundamental para garantir o futuro da
escola e implementar a escola que o Bloco de Esquerda quer. Isso não se
fará nem com menos professores, nem com menos escolas, nem com menos
ação social. Pelo contrário, só se conseguirá fazer, reforçando-se estes
pilares. Porque uma escola não consegue ser universal se nem todos
podem ter acesso à educação e não é de qualidade se os professores não
poderem desempenhar o seu trabalho.
Luís
Fazenda, deputado do Bloco na AR, acusou Nuno Crato de ter uma visão
conservadora da escola e de querer implementar em Portugal a escola do
antigamente, onde só contava saber ler, escrever e dizer a tabuada e
onde não se promoviam espaços para desenvolver o raciocínio, o livre
pensamento e a crítica. Para além disso, acusou Luís Fazenda, o governo
do PSD e do CDS propõem-se ainda a implementar no país uma espécie de
escola para ricos e outra para pobres, sendo que só os ricos é que podem
seguir os estudos e o seu caminho académico, condenando-se os mais
pobres a fazerem cursos de formação, de forma compulsiva. Revelando que
já está a ser aplicado em algumas escolas piloto um projeto que retira
do ensino regular os alunos com piores resultados, Luís Fazenda, acusou
este plano de ser um plano de segmentação social, onde à partida uns já
estão condenados, sendo que os condenados.
Por
todos estes exemplos e outros tantos que foram dados, tornou-se ainda
mais relevante várias propostas que o Bloco de Esquerda tem apresentado,
mesmo a nível local, para melhorar o ensino e a escola, porque por este
caminho, daqui a pouco tempo, pouco restará daquilo que foi a Escola
Pública. Basta olharmos para países como a Finlândia para perceber que
foi a Escola Pública e o investimento forte na mesma que permitiu que,
em cerca de cem anos, aquele ano passasse de um país rural para um país
desenvolvido e com altos níveis de qualidade de vida. Portugal está no
caminho contrário. É preciso inverter a marcha!
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